Em sessão solene realizada nessa segunda-feira, 6, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) prestou homenagem a cineclubistas e outros profissionais do audiovisual do Estado. A iniciativa foi do presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB), como forma de reconhecer a atuação da classe.

O início da solenidade foi conduzida pelo presidente Bruno Peixoto, que chamou à mesa diretiva: deputado Ricardo Quirino (Republicanos);  presidente dos Cineclubistas do Estado de Goiás, representando a União dos Cineclubes Goiânia e Goiás, Francisco Lillo; coordenadora do cineclube Provocação, diretora da Biblioteca Municipal Professor Josino Bretas e idealizadora do Clube de Leitura Leia Mulheres de Caldas Novas, Helena Carvalho; secretário-geral da Associação dos Secretários Municipais e Gestores de Cultura do Estado de Goiás e presidente do Instituto Sinergia, André Luiz de Almeida; prefeito de Acreúna, Claudiomar Portugal; secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Cultura e Juventude de São Miguel do Passa Quatro, Flávio Pereira, na oportunidade representando o prefeito da cidade, Gilmar Pereira de Souza; chefe de gabinete político da presidência da Alego, Rafael Soares; e o assessor parlamentar Santiago Pereira Gomes.

Diversidade cultural

Ao abrir a sessão, Bruno Peixoto destacou o caráter essencialmente democrático, educativo e participativo dos cineclubes, espaços culturais dedicados à exibição e discussão de filmes. “Eles promovem a cultura audiovisual brasileira, a diversidade cultural e contribuem para a multiplicação de público e de formadores de opinião. Na noite de hoje, homenageamos aqueles homens e mulheres que se dedicam a fomentar e manter esses espaços de encontro, que são sobretudo, espaços de cidadania.”

Peixoto enfatizou que essas pessoas possibilitam ao público o acesso ao que há de melhor no audiovisual brasileiro, através das dezenas de cineclubes espalhados pelo Estado. “E digo, sem sombra de dúvidas, precisamos apoiar ainda mais todos os nossos produtores audiovisuais, todos os nossos cineclubistas. Contem com a Assembleia Legislativa no que for necessário, contem com o nosso apoio, contem com nosso respeito e todo o nosso respaldo.”

O presidente convidou os cineclubistas a promover reuniões com os parlamentares estaduais para discutir formas legais de ajudá-los com a indicação de emendas impositivas para o exercício de 2025.

Na sequência, por força de outros compromissos, Peixoto passou a presidência dos trabalhos para o deputado Ricardo Quirino.

Em seu pronunciamento, o secretário-geral da Associação dos Secretários Municipais e Gestores de Cultura do Estado de Goiás e presidente do Instituto Sinergia, André Luiz de Almeida, falou das dificuldades que os gestores culturais enfrentam em Goiás, ao mesmo tempo em que elogiou o trabalho realizado na área cultural pela Assembleia Legislativa.

Almeida discorreu sobre a atuação do Instituto Sinergia, informando que a instituição começou com a junção de três entidades, sendo duas culturais e uma esportiva, e hoje a Sinergia conta com 35 entidades de diferentes segmentos.

Ele explicou que a associação, criada para superar a falta de apoio e de recursos do Governo do Estado, faz parte desse grupo e que a entidade tem buscado outas fontes de investimentos, como as emendas parlamentares. “Ainda não chegamos ao patamar que a gente quis. Este ano só conseguimos R$ 3,2 milhões de emendas. É pouco. A gente tem que alcançar ainda mais, porque aí vamos abranger todo mundo da forma correta. Vamos chegar lá.”

Na sequência foi exibido um vídeo sobre a história do cineclubismo no Estado de Goiás.

Ao fazer uso da palavra, Francisco Lillo agradeceu a homenagem, afirmando que o reconhecimento era muito bem-vindo pela categoria. Ele explicou que, após a pandemia, o cineclubismo goiano se fortaleceu e foi reconhecido nacionalmente, porque, enquanto o resto do Brasil parou, Goiás se destacou com a proposta das sessões online. “A partir dali, desde 2022, começamos a fazer oficinas, onde havia participantes de todo o Brasil, que ouviam o que nós estávamos dizendo.”

Lillo contou a história dos cineclubes em Goiás, que, segundo ele, começou em 1966, com a criação do Cineclube Centro de Cultura Cinematográfico (CCC). Em seguida veio o Cineclube Antônio das Mortes, um dos mais reconhecidos, por seu papel democrático durante a ditadura militar.

Ele revelou que hoje existem cerca de 40 cineclubes em Goiás, sendo 20 em Goiânia e outros espalhados por várias cidades do Estado, como Pirenópolis, Portelândia, Ceres e Acreúna. O cineclubista ainda citou a importância do reconhecimento feito à classe. “Muito obrigada pela homenagem, ela é muito bem recebida. Agradeço também a presença de todos.”  

Em seguida, o diretor integrante do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) e cineclubista Eudaldo Guimarães recebeu o Certificado do Mérito Legislativo e, na sequência, discursou representando os homenageados da sessão solene. Eudaldo falou das dificuldades de fazer cinema em Goiás, desde o início da produção audiovisual.

Eudaldo lembrou a contribuição de João Bênnio para o cinema goiano, cineasta que chegou a se desfazer de bens pessoais, como um apartamento e um automóvel, para financiar a realização de filmes, em uma época que não havia leis de incentivo à cultura. O cineclubista ainda afirmou que a tecnologia facilitou a produção cinematográfica e deu a Goiás independência do eixo Rio-São Paulo.

O cineclubista afirmou que a homenagem feita pela Alego veio em boa hora, porque valoriza os produtores e dá credibilidade à profissão. “Hoje em Goiás nós temos tudo. Temos atores, atrizes, temos diretores, professores. Temos escolas, temos festivais de cinema, o que é muito importante. E os nossos filmes são bem vistos tanto em Goiânia, como em Goiás, no Brasil, até internacionalmente. E muitos deles já ganharam prêmios importantes. Então a nossa cinematografia hoje é muito rica”, enfatizou.

Após os pronunciamentos, houve a entrega do Certificado do Mérito Legislativo aos outros homenageados e, na sequência, a solenidade foi encerrada.