Comandada por Mauro Rubem, audiência pública debate gestão de OS em unidades de saúde estaduais
Na manhã desta quarta-feira, 3, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) foi palco de uma audiência pública no auditório 1, conduzida pelo deputado Mauro Rubem (PT). O tema central do encontro foi a gestão do Instituto de Gestão e Humanização (IGH) nas unidades de saúde estaduais, um assunto que tem gerado preocupações contínuas entre profissionais de saúde e representantes da sociedade civil.
O evento contou com a presença do deputado Paulo Cezar Martins (PL) e as professoras Vânia França e Ana Rita; Néia Vieira, presidente do Sindsaúde; e Roberta Rios, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), além de outros profissionais e sindicalistas ligados ao setor.
Durante a fala, o deputado Mauro Rubem criticou duramente a gestão das organizações sociais (OS), destacando a deficiência nos serviços prestados às unidades, como o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) e o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), e sugeriu que todos aqueles que tenham algum direito recorram à justiça contra essas organizações.
"Aqui temos sindicatos que têm advogados competentes, e é assim que vamos mostrar a realidade de como eles estão mantendo a coisa ruim", afirmou o deputado. Ele também apontou a falta de materiais e a negação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ressaltando a importância da escolha política consciente: "É preciso saber em quem votar, porque a política é fundamental. Situações como essas são apenas reflexo de decisões políticas mal tomadas".
Ana Rita, uma das vozes do encontro, questionou a continuidade das OS na gestão de saúde pública, mencionando a precarização que isso implica para o atendimento e para os trabalhadores. "Como nós podemos aceitar que a legislação trabalhista não seja cumprida?" questionou ela, propondo a criação de um fórum para aprofundar a discussão sobre as OS no Estado.
Vânia França, ao fazer uso da palavra, ressaltou as dificuldades enfrentadas no Samu e outras unidades de saúde sob gestão do IGH. "Se o trabalhador não se organizar, as dificuldades continuam. Precisamos nos unir, pois coletivamente nossa força é muito maior", disse França, enfatizando a importância da mobilização coletiva em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Néia Vieira, por sua vez, trouxe à tona as questões legais e financeiras enfrentadas com o Instituto Gênesis e outros. "As leis mudaram, mas ainda assim o Estado deve ser responsabilizado", explicou, incentivando ações judiciais para assegurar o pagamento de verbas rescisórias.
O deputado Mauro Rubem anunciou que um grupo acompanhará uma reunião com os responsáveis pelo IGH às 14 horas de hoje e que, na próxima segunda-feira, dia 8, uma nova audiência será realizada para continuar debatendo a gestão das organizações sociais. Além disso, uma manifestação foi programada para a próxima quinta-feira, 11, às 8 horas, na Praça Cívica, reiterando a necessidade de ação e visibilidade para os problemas enfrentados.
A audiência sugeriu a urgência de reformas e uma fiscalização mais efetiva sobre as entidades que gerenciam os serviços de saúde pública em Goiás, com ampla participação popular e engajamento político direcionado à transparência e eficácia na administração pública de saúde.