A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), por intermédio da Assessoria Adjunta de Atividades Culturais, abriu na noite dessa segunda-feira, 14, o Projeto Incluarte, que celebra a exposição de obras de arte idealizadas e criadas por 50 crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Além da exposição no saguão da Casa, foi realizada uma cerimônia para as crianças, que receberam um certificado de autenticidade das suas obras.

A iniciativa é idealizada pelo artista plástico Paulo Gil, em parceria com o Centro Municipal de Apoio à Inclusão Brasil Di Ramos Caiado, Prefeitura de Goiânia e Secretaria Municipal de Cultura, através de emendas parlamentares da Câmara de Vereadores de Goiânia.

A proposta é promover a inclusão e a arte como ferramentas de transformação social, mudando a perspectiva dos envolvidos em relação à diversidade, proporcionando acesso à cultura, e estimular a construção de uma sociedade justa e inclusiva.

Paulo Gil conta que, inicialmente, teve a ideia ao prestar homenagem à filha de um amigo, que é diagnosticada com TEA. “Eu, como artista plástico, me sensibilizei com a causa e fui atrás de sua idealização. Cada uma das 50 crianças pintou quatro telas e uma dessas telas foi selecionada para ser exibida aqui no saguão da Casa”, falou.

O artista plástico explicou ainda que deixou as crianças livres para expressarem seus sentimentos da forma que acharem melhor e que, com isso, foi possível perceber talentos desabrochando. “Foi cada surpresa maravilhosa perceber os sentimentos de angústia, felicidade, alegria e euforia. E esse é objetivo da arte, subtrair do inconsciente esses sentimentos”, afirmou.

A chefe da Seção Adjunta de Atividades Culturais, Emiliana Pereira, defendeu o papel da Assembleia Legislativa, ao abrir as portas para o evento e para a exposição. “É um projeto incrível, que visa uma maior inclusão dessas crianças na sociedade, fortalece e dá visibilidade a esses potenciais artistas.”

O vereador de Goiânia Welton Lemos (Solidariedade), um dos responsáveis pelo evento, pontuou o papel do município em reforçar a arte como agente de inclusão. “No momento em que Paulo Gil me procurou com essa proposta, fiz questão de ajudá-lo a elaborá-la. Fiz questão também de apresentar uma emenda para a realização deste evento e, hoje, podemos ver essa ideia realizada. São crianças que desenvolveram um trabalho lindo, com muito amor e dedicação”, reforçou.

O deputado Mauro Rubem (PT), representando o Legislativo Goiano, destacou a necessidade de se exigir do poder público maior incentivo à inclusão social, que, segundo ele, está longe do ideal em Goiás. “A Assembleia faz o que é possível, ao receber esse projeto, mas precisa, agora, atuar mais no seu papel fiscalizador e cobrar do Governo do Estado, diante da falta de professores de apoio para essas pessoas”, cobrou o parlamentar.

A exposição

A mostra ficará no saguão do palácio Maguito Vilela até o dia 1º de novembro e é a culminação de meses de oficinas de arteterapia, nas quais os participantes foram guiados por profissionais especializados. Cada artista criou obras que retratam de forma livre suas experiências no contato com a arte, transformando suas percepções em pinturas que estarão dispostas ao público. As telas selecionadas por um curador estarão expostas em painéis iluminados, proporcionando uma experiência visual e sensorial única.

Além da mostra artística, o público terá a oportunidade de adquirir imãs de geladeira com réplicas das obras, contribuindo diretamente para os artistas. Os participantes receberão certificados de autenticidade, fortalecendo o reconhecimento do talento e esforço de cada um. Parte dos recursos arrecadados com a venda das obras será destinada aos próprios artistas, reforçando o papel do projeto em apoiar o desenvolvimento e autonomia dos participantes, e a outra parte será doada para o Centro Municipal de Apoio à Inclusão Brasil Di Ramos Caiado.