Médico especialista em câncer de mama diz que Goiás é referência no assunto, mas precisa avançar
Ao se manifestar durante a audiência pública que discute o câncer de mama, o médico mastologista e oncologista, Ruffo Júnior, fez um retrato da situação atual do câncer de mama em Goiás. Ele considera que o Estado de Goiás hoje é um celeiro de treinamento de câncer de mama, onde temos os melhores estudos da doença. Entretanto, o que chama muito a atenção é que o rastreamento dessa neoplasia não ultrapassa 19% das mulheres goianas.
Ele enfatiza que esse é o ponto central que as autoridades devem se atentar, pois é primordial reduzir o tempo em que a mulher descobre o nódulo na mama e inicia o tratamento, considerando que a descoberta dessa neoplasia no Estado ocorre em 72% dos casos, quando a doença já está num estágio avançado.
De cada dez goianas, oito têm tumor avançado e, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), essas mulheres quase sempre não vão conseguir realizar um tratamento que atinja a recidiva, pois o SUS ainda não dispõe dessa medicação. Existe uma diferença muito grande do acesso da mulher que se trata pelo SUS e daquelas que se tratam na rede privada.
O especialista alertou que o SUS é o maior sistema público de saúde do mundo, mas precisa ser redimensionado, pois a taxa de rastreamento não aumenta desde a sua criação e apenas 30% das mulheres têm acesso aos exames necessários para detectar o câncer de mama.