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Autoridades enfatizam a importância da sensibilização política na luta pela visibilidade da epilepsia

21 de Outubro de 2024 às 11:48

Fonoaudióloga da equipe multidisciplinar do Centro Municipal de Apoio à Inclusão de Goiânia, Tatiane Vilela fez uso da palavra em audiência pública que debate os desafios das pessoas com epilepsia em Goiás. Ela ressaltou a importância da inclusão de crianças com epilepsia e autismo no sistema educacional e enfatizou a necessidade de ampliar o diálogo sobre essas condições, especialmente no contexto educacional.

Tatiane compartilhou sua experiência pessoal ao lidar com o diagnóstico de epilepsia de sua filha. “É uma luta diária. Mesmo com mais de 20 anos de experiência na educação, a vivência pessoal transforma nossa percepção sobre o assunto”, afirmou.

A fonoaudióloga ressaltou a importância de unir esforços na sociedade para apoiar famílias que enfrentam desafios semelhantes, pedindo um comprometimento coletivo em abraçar essa causa.

Tatiane também mencionou que as portas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) estão abertas para receber iniciativas que promovam a inclusão e o diálogo sobre a temática. “Precisamos aumentar esse diálogo e oferecer apoio às mães de crianças autistas que buscam esclarecimento sobre suas necessidades”, concluiu.

Privilégio

A professora doutora do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Aline Priscila Pansani, que também é coordenadora do Grupo AAME (Amigos Anti-mortalidade em Epilepsia), afirmou ser um grande privilégio discutir um tema tão importante como a epilepsia na Assembleia Legislativa de Goiás. “Como professora e pesquisadora da área de Ciências Fisiológicas, tenho visto de perto os desafios que as pessoas com epilepsia enfrentam, não apenas em relação à condição médica, mas também devido ao preconceito e à desinformação que cercam essa doença. É alarmante saber que muitas pessoas ainda enfrentam estigmas e discriminação, o que pode ser tão debilitante quanto as crises em si.”

Aline explicou que a epilepsia é uma condição neurológica complexa, caracterizada por descargas elétricas anormais no cérebro, que resultam em crises. Existem vários tipos de epilepsia, e cada um pode exigir um tratamento específico. O diagnóstico precoce e correto é fundamental para garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado, melhorando significativamente sua qualidade de vida.

A professora ressaltou que, no entanto, o acesso a esses cuidados ainda é um desafio. Precisamos de políticas públicas que garantam acesso a medicamentos e acompanhamento especializado, além de iniciativas que promovam a educação e a conscientização sobre a epilepsia nas escolas e nas comunidades."

“Vamos trabalhar juntos para garantir que as pessoas com epilepsia tenham seus direitos respeitados e possam viver sem medo de preconceito. A epilepsia é uma questão de saúde pública e merece nosso total empenho. Agradeço a oportunidade de estar aqui e espero que possamos, juntos, fazer a diferença”, concluiu.

Presidente do N20 e Neurociência 20/Brasil 2024 (iniciativa que reúne especialistas e líderes em neurociência de diferentes países, promovendo discussões e colaborações sobre temas relevantes na política de neurossaúde e combate a doenças neurológicas, seu último encontro foi realizado no início do mês, no Rio de Janeiro), o médico Marcos Wagner de Sousa Porto enfatizou a importância da neurociência no contexto político e destacou como essa área, embora pequena, é crucial para abordar questões de saúde pública, como a epilepsia. Ele expressou sua admiração pela iniciativa do deputado Mauro Rubem (PT) em trazer essa discussão à tona, mesmo em meio ao clima eleitoral de Goiânia.

Wagner enfatizou que a sensibilização dos políticos é fundamental para que a população com epilepsia seja vista e ouvida, não apenas em Goiás, mas em todo o Brasil. E defendeu que essa conversa deve ser ampliada para que outras regiões também reconheçam as necessidades e direitos das pessoas com epilepsia, promovendo um debate mais amplo e inclusivo sobre a condição.

Agência Assembleia de Notícias
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