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Pelas pessoas com fibromialgia

26 de Fevereiro de 2025 às 12:00
Crédito: Carlos Costa
Pelas pessoas com fibromialgia
Audiência pública em defesa dos direitos das pessoas com fibromialgia

Paulo Cezar Martins promoveu audiência pública na manhã desta quarta-feira, com a participação de especialistas que discutiram os problemas que agravam a condição das pessoas diagnosticadas com fibromialgia em Goiás.

Por iniciativa do deputado Paulo Cezar Martins (PL), a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou, na manhã desta quarta-feira, 26, audiência pública para discutir políticas públicas para pessoas diagnosticadas com fibromialgia. 

Além do parlamentar e de sua mulher, a especialista em Direito Previdenciário Silvana Alvez, compuseram a mesa de trabalhos: psicóloga Jordana Ribeiro; médica hematologista e representante da Sociedade Goiana de Reumatologia, Camila Zubeide; fonoaudióloga e assessora técnica da Coordenação-Geral de Integração e Qualificação da Superintendência de Políticas e Atenção Integral à Saúde, Andressa Gouveia Saad, que representou a Secretaria de Estado da Saúde; representante da Associação Goiana de Médicos da Dor, Marcela de Paula Agostinho; fisioterapeuta Suzzan Delyanne; pastora Jozina Rodrigues, de Itaberaí; advogada Ana Paula Terra; secretária da Procuradoria da Mulher da Casa, Cristina Lopes Afonso; e presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, João Batista da Silva Júlio.

Martins, que comanda a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, em seu discurso, destacou a importância de fortalecer as políticas públicas voltadas para a inclusão e o bem-estar da população. O parlamentar ressaltou seu compromisso com a defesa dos direitos das pessoas com deficiência e de grupos em situação de vulnerabilidade. “Nosso trabalho é garantir que todos tenham acesso a oportunidades e qualidade de vida. A inclusão deve ser uma prioridade no município e no Estado, e estamos aqui para construir políticas que façam a diferença na vida das pessoas.”

O legislador também enfatizou a necessidade de ampliar os debates sobre temas como acessibilidade e saúde, ouvindo a sociedade e buscando soluções eficazes. “Estamos à disposição para ouvir e trabalhar pelo bem da população. Esse é o nosso compromisso.”

Reflexão

A advogada Ana Paula Terra trouxe uma mensagem de reflexão e esperança para aqueles que convivem com essa doença crônica. “A fibromialgia é mais do que uma dor no corpo. Ela carrega o peso da exaustão, do desânimo, da luta diária contra um cansaço que não passa. Muitas pessoas enfrentam essa dor invisível, sem reconhecimento e sem alívio, tentando seguir em frente mesmo quando o corpo pede descanso”, destacou.

A profissional ressaltou a importância do apoio emocional e espiritual para enfrentar os desafios da fibromialgia. “O mundo nos pressiona a continuar sem descanso, mas Deus nos convida ao alívio. Se hoje a dor parece insuportável, lembre-se de que não é preciso carregar tudo sozinho.”

A especialista em Direito Previdenciário Silvana Alvez destacou a importância das iniciativas legislativas do deputado Paulo Cezar Martins. “A fibromialgia não é apenas uma dor no corpo, mas uma condição que impacta profundamente a vida das pessoas, exigindo políticas públicas eficazes. Martins, com sua sensibilidade e compromisso, tem trabalhado para garantir direitos essenciais aos pacientes que enfrentam essa batalha todos os dias”, afirmou.

Entre os projetos de lei defendidos pelo deputado, estão a garantia de assentos preferenciais no transporte público, a distribuição gratuita de medicamentos de alto custo para pacientes de baixa renda, a gratuidade no transporte intermunicipal e a oferta de atendimento psicológico e fisioterapêutico especializado. Além disso, o parlamentar propôs a criação de um banco de dados estadual sobre a fibromialgia, visando aprimorar políticas públicas e facilitar o diagnóstico precoce.

Silvana Alvez também ressaltou a atuação do gabinete do deputado na luta pelo direito à saúde, incluindo ações judiciais contra negativas de tratamento por parte do Estado e dos planos de saúde. “Todos os dias combatemos os ‘nãos’ que tantos pacientes recebem quando buscam atendimento. Saúde é um direito, não um privilégio, e essa luta precisa ser de todos nós”, enfatizou.

Por fim, Silvana reforçou o compromisso de continuar ouvindo a população e buscando novas soluções legislativas. “Queremos construir políticas públicas eficazes e contamos com a participação de todos. Esse espaço é para ouvir, sugerir e avançar juntos na busca por mais dignidade para os pacientes de fibromialgia”, concluiu.

Para desmistificar

Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, João Batista da Silva Júlio destacou a importância de desmistificar o conceito de deficiência, enfatizando que ela não se limita a uma condição física, mas também afeta o funcionamento do corpo e as atividades cotidianas, seja no ambiente de trabalho ou nas interações sociais. Ele ressaltou a necessidade de políticas públicas eficazes para apoiar as pessoas com deficiência e aquelas que enfrentam doenças crônicas.

O fisioterapeuta explicou que a fibromialgia, uma condição que, além de causar dor física, pode levar a questões emocionais significativas. Silva Júlio destacou que a dor crônica interfere diretamente no humor, nos relacionamentos e no dia a dia dos pacientes, reforçando a importância de um olhar integral sobre a saúde, que inclua tanto o aspecto físico quanto o emocional.

O ativista também mencionou a importância de eventos como esse para promover a conscientização e buscar soluções concretas para os desafios enfrentados por pacientes e suas famílias.

 A secretária da Procuradoria Especial da Mulher da Casa, Cristina Lopes Afonso destacou a importância do tema e elogiou a organização da audiência, ressaltando o papel fundamental da procuradoria na defesa dos direitos das mulheres e na ampliação da representatividade feminina na política. “Muitas cidades de Goiás ainda não têm nenhuma vereadora, e isso torna o debate sobre questões como saúde feminina ainda mais complexo. Mas estamos avançando e fortalecendo esse trabalho”, afirmou.

Cristina Afonso ressaltou os desafios enfrentados pelos pacientes com fibromialgia e a necessidade de políticas públicas efetivas. “Quando falamos de estatísticas, podemos dizer que um número específico da população é afetado. Mas, quando acontece com alguém da nossa família, esse número passa a ser 100% para nós. Precisamos de soluções reais e concretas para garantir qualidade de vida a essas pessoas.”

Outro ponto abordado foi a importância do cuidado com a saúde mental. A secretária reforçou que é fundamental buscar acompanhamento psicológico e terapêutico para lidar com os desafios diários e prevenir problemas emocionais. “Temos que olhar para nós mesmos, nos conhecer e entender nossos limites. Precisamos cuidar da nossa mente tanto quanto do nosso corpo”, enfatizou.

Por fim, a secretária convidou a sociedade a conhecer melhor o trabalho da Assembleia Legislativa e a participar mais ativamente das discussões políticas. “Essa casa está de portas abertas. Precisamos de mais pessoas envolvidas para que possamos construir políticas públicas eficazes e que tragam resultados concretos”, concluiu.

Tratamento

A representante da Associação Goiana de Médicos da Dor, Marcela de Paula Agostinho, destacou a necessidade de ampliar o acesso a tratamentos eficazes para pacientes com fibromialgia. Durante sua fala, ela ressaltou que a condição, caracterizada por dor crônica generalizada, distúrbios do sono e fadiga, exige uma abordagem multidisciplinar para garantir um atendimento adequado e humanizado.

Marcela Agostinho defendeu a inclusão de medicamentos como a pregabalina no Sistema Únicos de Saúde (SUS), já que a gabapentina, atualmente disponível, nem sempre apresenta bons resultados para todos os pacientes. Além disso, ela enfatizou a importância de acompanhamento médico contínuo, com foco na saúde mental e no controle de peso, fatores essenciais para o manejo da doença.

Ela também abordou a necessidade de centros especializados para o tratamento da fibromialgia, garantindo que os pacientes sejam acompanhados de forma adequada e contínua, evitando diagnósticos imprecisos e melhorando sua qualidade de vida.

A especialista reforçou ainda a relevância do uso do canabidiol (CBD) como alternativa terapêutica para a dor crônica e defendeu que o SUS amplie o acesso a esse tratamento, que já demonstrou bons resultados em consultórios particulares. Entretanto, ressaltou que, atualmente, os pacientes enfrentam dificuldades para obter esse tipo de medicamento por meio de processos judiciais.

“A fibromialgia não é apenas uma dor física, mas uma condição que impacta o bem-estar emocional e social dos pacientes. Precisamos de políticas públicas eficazes que garantam um tratamento acessível e humanizado”, concluiu Marcela.

Agência Assembleia de Notícias
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