A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), por iniciativa do deputado Antônio Gomide (PT), realizou, na manhã desta sexta-feira, 25, no Auditório Carlos Vieira, uma audiência pública para discutir o plano de carreira e remuneração (PCR) dos servidores técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Além de Gomide, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da UEG na Casa de Leis, participaram da discussão as seguintes autoridades: o reitor da UEG, Antônio Cruvinel Borges Neto; a representante do grupo de trabalho do Conselho Superior Universitário, Rejane Borges; o presidente da Associação dos Servidores Técnicos Administrativos da Universidade Federal de Goiás (Astueg), Alef de Souza; o professor da UEG de Anápolis e presidente da Associação de Docentes da UEG (Adueg), Marcelo José Moreira; e o deputado Mauro Rubem (PT).

A audiência contou com a presença de aproximadamente 300 pessoas, incluindo técnicos da UEG de Porangatu, Anápolis, Morrinhos e Jataí, que compareceram para discutir o tema.

Na reunião, Gomide relembrou que, em 2024, o diálogo construído junto à comunidade acadêmica foi decisivo para a valorização dos docentes da UEG, com a aprovação da Lei nº 22.816, de 28 de junho de 2024. Ele destacou que o objetivo da audiência é avançar nas negociações com o Governo Estadual para concretizar essa demanda em lei: “Queremos dar um passo a mais para que possamos garantir que o governo do estado encaminhe o mais rápido possível o plano de carreira e remuneração dos técnicos administrativos da UEG para a Assembleia Legislativa, para votarmos e virar lei. Esta audiência é o encaminhamento para podermos dar passos importantes e, assim, consolidar a minuta do projeto.”

O legislador expressou, durante o discurso, a indignação por ainda questionarem a importância desses profissionais, que já chegam a aproximadamente 650 nas instituições.

Outro ponto abordado foram os impactos diretos da construção e aprovação do plano de carreiras dos professores da universidade. De acordo com Gomide, a valorização da carreira dos professores proporcionou uma expansão dos docentes para as unidades do interior. “Agora temos dedicação exclusiva; antes, os professores com pós-doutorado recebiam como especialistas. Agora, com o plano de carreira, estão recebendo seus R$ 15 mil e vão para Porangatu, São Miguel – agora eles vão. É isso que queremos com os técnicos administrativos: uma lei que garanta o direito a uma carreira.”

O parlamentar também enalteceu o interesse dos técnicos, representado pelo grande número de pessoas presentes na audiência: “Quando os técnicos administrativos são chamados, quando a UEG é chamada, ela se faz presente, como hoje. Por isso, precisamos de leis fortes, que sejam cumpridas”.

Compromisso

O reitor Antônio Cruvinel Borges Neto destacou essa luta e reafirmou o compromisso da universidade com a estruturação da carreira dos técnico-administrativos. “A UEG apoia e reconhece a necessidade da pauta de hoje. O principal ativo que a universidade tem são seus servidores. Por mais que seja necessária uma boa estrutura, valorizar as pessoas que fazem parte de nossa comunidade é o objetivo primário”, ressaltou.

O presidente da Associação dos Servidores Técnicos Administrativos da UEG, Alef de Souza, chamou a atenção para a importância de o estado reconhecer essa necessidade emergente. Segundo ele, a falta de valorização profissional causa um desfalque de funcionários e uma sobrecarga de trabalho para os que permanecem. “Hoje, um técnico-administrativo da UEG exerce funções de quatro ou cinco profissionais. Todos nós estamos exaustos, essa é a realidade”, relatou.

Souza reforçou a dedicação dos técnico-administrativos da UEG apesar do cansaço: “Nós amamos a UEG. Nossa categoria é muito importante, e abraçamos essa causa de dar o nosso melhor em prol da universidade”, declarou.

Presidente da Adueg, Marcelo José Moreira lembrou que a data de hoje (25) marca a Revolução dos Cravos, momento de união popular que derrubou o regime ditatorial de Portugal em 1974, e relatou que a UEG vive um “novo momento” de construção e valorização em conjunto: “Precisamos avançar no que se refere ao cumprimento das leis. Nesse sentido, que o plano de carreiras dos técnicos administrativos da UEG seja uma lei forte e que seja cumprida.”

Por fim, o deputado Mauro Rubem (PT) usou a palavra e fez críticas ao Executivo em relação aos trabalhadores e se solidarizou com a causa de reconhecimento aos técnico-administrativos. “O plano de carreira para os técnicos da UEG é fundamental”, frisou.