Em audiência sobre o Proconf, Cambão defende que produtores sejam remunerados por conservação ambiental
Ao abrir a audiência pública que acontece na manhã desta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), o deputado Wilde Cambão (PSD) destacou a relevância do projeto de lei nº 7092/25, de sua autoria, que propõe a criação do Programa Estadual de Conservação Florestal (Proconf). A reunião, realizada na Sala Júlio da Retífica, reúne parlamentares, autoridades e representantes do setor produtivo para debater mecanismos que estimulem e reconheçam os serviços ambientais prestados por produtores rurais.
Em sua fala inicial, o parlamentar ressaltou o pioneirismo da proposta ao estabelecer instrumentos legais que permitam ao produtor goiano ser recompensado por ações de conservação ambiental em suas propriedades. “Com essa lei, Goiás vai ser o pioneiro a aprovar uma legislação que possibilite que o agricultor possa colocar suas reservas legais, as áreas excedentes, e receber por um serviço que ele já presta ao Estado, ao País e à humanidade”, afirmou Cambão.
O deputado observou que muitos produtores destinam entre 20% e 80% de suas propriedades à preservação ambiental, arcando com custos e responsabilidades sem nenhum retorno financeiro. “Preserva, conserva, tem custo, tem despesa e não recebe nada por isso”, frisou. Com a nova proposta, será possível dar valor a essas áreas por meio da emissão de ativos ambientais, como a Cédula de Produto Rural Verde (CPR Verde), instrumento que possibilita a negociação de créditos vinculados à conservação da vegetação nativa.
O parlamentar também chamou atenção para a necessidade de que Goiás, como um dos maiores produtores do país, reforce sua atuação na pauta ambiental e dê exemplo para outras unidades da federação. “O estado já é referência em saúde, segurança pública e educação. Deve dar essa demonstração também como um estado que produz e que valoriza quem preserva”, defendeu. Ele afirmou ainda que o Proconf pode ampliar o valor agregado dos produtos goianos no mercado internacional. “O produtor poderá, de certa forma, valorar mais suas vendas e seus produtos a nível de exportação”.
O legislador preparou uma série de perguntas sobre a CPR Verde, a serem respondidas por especialistas convidados, com o objetivo de aprofundar o entendimento sobre o tema. “Poucas pessoas conhecem ainda a CPR Verde. Eu me interei muito e quero que este debate sirva para esclarecer dúvidas e aprimorar essa proposta que pode transformar a relação entre produção e preservação em nosso estado”, concluiu.