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Saúde: um desafio permanente que não admite politicagem

08 de Abril de 2009 às 10:52
Artigo do deputado Honor Cruvinel (PSDB) publicado no jornal Diário da Manhã, edição de 01.04.2009.

*Honor Cruvinel é médico e deputado estadual pelo PSDB 


A área da Saúde é um grande e permanente desafio para os que por ela são responsáveis, independentemente de país, de nível de desenvolvimento ou de esfera de governo. Os países ditos desenvolvidos, por exemplo, enfrentam problemas muito graves, como os decorrentes do grande número de pessoas de idade mais avançada e com todas as consequências que isso traz, principalmente com os cuidados prolongados e com tratamentos longos e altamente dispendiosos; os países mais pobres que o nosso, por sua vez, enfrentam os antigos e conhecidos problemas das doenças infecto-contagiosas, das endemias, da desnutrição e da mortalidade infantil etc.

Naqueles rotulados países “em desenvolvimento”, dentre os quais se inscreve o Brasil, conhecidos são, também, os desafios permanentes representados pela necessidade de se oferecer à população serviços públicos de saúde que respondam, em quantidade e em qualidade, às demandas e aos direitos constitucionalmente assegurados a todos os cidadãos. Isso não se faz – e nunca se fará – sem o entendimento e o esforço convergente de organização, de financiamento e de estruturação do setor, reunindo os governos federal, estaduais e municipais.

Assim, estranho e repilo as considerações irônicas contidas no artigo do atual secretário municipal de Saúde de Goiânia, dr. Paulo Rassi, médico de reconhecidas qualidades pessoais e profissionais em nossa Capital, ao criticar meu artigo intitulado Compromisso cumprido com a Saúde, publicado em 6 de dezembro do ano passado, onde ressaltei os êxitos obtidos pelos governos do Tempo Novo.

Em momento algum disse que não há problemas no setor da Saúde, até porque eles existem em todos os lugares, no Brasil e em todo e qualquer país. Todavia, ressaltei – e aqui o faço de novo – o que todos sabemos e constatamos no dia-a-dia: dificuldades na organização do pronto-atendimento em nossa Capital, reconhecidas pelo próprio dr. Paulo Rassi, o que superlota e dificulta as atividades do Hugo e do Hospital Materno-Infantil, principalmente.

Continuar investindo na descentralização e regionalização dos serviços à Saúde sempre foi e continua sendo necessário, porém não nos esqueçamos de que os pacientes que acorrem majoritariamente a esses hospitais de referência de nossa Capital não vem do interior do Estado, mas sim de Goiânia e de sua região metropolitana. Assim, soluções precisam ser perseguidas pelo entendimento e articulação, principalmente, das secretarias municipais de Saúde de Goiânia, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e Trindade, com o concurso da Secretaria Estadual de Saúde, como coordenadora do processo.

O Tempo Novo trabalhou exatamente na perspectiva da efetiva regionalização, ao apoiar os municípios do interior goiano, em especial aqueles que sediam os antigos “hospitais regionais”, municipalizados goela abaixo daqueles municípios pelo então governo Maguito Vilela, sem a necessária compensação financeira do Estado. O Tempo Novo incorporou definitivamente ao salário dos trabalhadores estaduais da Saúde os penduricalhos dados pelo mesmo governo do PMDB, no intuito de burlar sua incorporação aos salários dos servidores, o que foi publicamente reconhecido pelo sindicato da categoria.

O Tempo Novo auxiliou – e muito – os hospitais filantrópicos de âmbito regional, extremamente prejudicados e perseguidos pelo mesmo governo do PMDB a que já me referi, que desrespeitou de maneira flagrante os preceitos constitucionais de preferência de sua participação no Sistema Único de Saúde. Além disso, o Tempo Novo investiu na ampliação da oferta de serviços de Saúde, principalmente nas regiões mais esquecidas de nosso Estado, como o Entorno de Brasília, que mais que duplicou sua capacidade de internações hospitalares.

Ademais, os indicadores de Saúde de Goiás tiveram e continuam tendo um desempenho acima da média nacional, especialmente os de mortalidade infantil e mortalidade materna. Entretanto, há desafios importantes a serem superados, como a alta prevalência da dengue e algumas baixas coberturas vacinais, especialmente em nossa Capital.

Sou também de opinião que as iniciativas na área da Saúde precisam ser menos politizadas e mais focadas em ações conjuntas que visem ao bem-estar e à satisfação da população. Assim, creio firmemente que é preciso buscar sempre o diálogo construtivo porque, como cidadão, como deputado estadual, mas sobretudo como médico, tenho também eu o compromisso inabalável com a vida

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