Césio-137 e o trabalho da PM
A Assembleia Legislativa promoveu hoje, 28, por meio do deputado Major Araújo (PRP), audiência pública com o tema: “Césio-137 e o Ato de Bravura dos Militares”. A reunião ocorreu no Auditório Solon Amaral. Major Araújo lamentou a ausência de representantes do Governo do Estado de Goiás para discutir as consequências e colher reivindicações das vítimas do acidente.
No decorrer do debate, foi sugerido que a Assembleia instalasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito-CPI para investigar a situação das vítimas, todavia, o deputado disse que não depende apenas dele, mas da assinatura de outros deputados. Ele quer que os militares se mobilizem para acompanhar a tramitação do projeto de lei que aumenta a pensão militares que atuaram no acidente do Césio-137. “A pressão é fundamental para que a matéria seja aprovada pela Casa”, completou.
Durante a audiência, major Araújo disse que vários militares que participaram das frentes de serviço para conter a contaminação com o Césio-137 ainda não foram reconhecidos por Ato de Bravura. Ele pediu que o Governo do Estado atue neste sentido, já que não se trata de reconhecimento que prescreva. O deputado fez a abordagem do assunto em, data show, referente a atuação dos militares no acidente. "Vamos persistir nessa luta até que as reparações sejam feitas", declarou.
O sub-tenente da PM e presidente da Associação dos Sub-tenentes e Sargentos da PM e Bombeiros Militares do Estado de Goiás, Luis Cláudio Coelho de Jesus apontou que o reconhecimento e a assistência do Governo do Estado não chegaram a todas as vítimas do acidente com o Césio-137. Segundo ele, as consequências do acidente radiológico, como problemas de saúde e discriminação, afetam até hoje essas pessoas e seus descendentes. Ele pediu atenção e contribuição ,por parte do Governo, para a melhorar a situação das vítimas.
A presidente da Associação das Vítimas do Césio-137, Sueli Lima de Morais, disse que entidade vem lutando para aumentar a pensão das vítimas, mas que não há nenhuma perspectiva do Governo nesta direção.
A Mesa da audiência foi composta pelos seguintes nomes: coordenador da Defesa Civil e chefe do Gabinete Militar no ano de 1987, coronel Emanuel Barbosa; sub-tenente da PM e presidente da Associação dos Sub-tenentes e Sargentos da PM e Bombeiros Militares do Estado de Goiás, Luis Cláudio Coelho de Jesus. E ainda: presidente da Associação das Vítimas do Césio-137, Sueli Lima de Morais; representante dos participantes do Curso de Formação de Sargento da Polícia Militar do Estado de Goiás no ano de 1987, Paulo Sérgio Pereira da Silva.
O acidente
O acidente radiológico de Goiânia, conhecido como acidente com o Césio-137, foi um dos mais graves casos de contaminação por radioatividade ocorrido no país. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em uma clínica radiológica foi encontrado em um prédio abandonado, no centro da cidade.
O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente foi classificado como maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.