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Conselho de Ética

13 de Outubro de 2015 às 16:57
PSDB entra com representação contra Major Araújo, acusando-o de quebra de decoro. O documento foi lido em Plenário.

O PSDB de Goiás enviou à Assembleia Legislativa uma representação contra o deputado estadual Major Araújo (PRP), perante o Conselho de Ética da Casa, assinado pelo presidente da sigla, Afrêni Gonçalves, e o líder em exercício da bancada, deputado Nédio Leite. O documento foi lido em Plenário pelo presidente Hélio de Sousa (DEM) e encaminhado para os tramites legais.

Na sua representação, o partido tucano acusa Major Araújo de quebra de decoro parlamentar, após o incidente envolvendo o mesmo e o deputado Talles Barreto (PTB), na tarde do último dia 1º de outubro. O parlamentar do PRP é acusado de usar palavras de baixo calão e tentativa de agressão contra o petebista, além de danos ao patrimônio legislativo.

Nédio Leite afirma que o PSDB propôs a ação e, como o líder do partido, deputado Gustavo Sebba, não se encontrava na Casa, ele exerceu seu papel como líder em exercício. O parlamentar disse ainda que a ação se trata de uma questão de ética partidária, uma vez que “o deputado Major Araújo agrediu não só seu colega de trabalho, mas o Poder Legislativo, como um todo”.

“Todos são testemunhas das ações do Major naquela tarde, e não se trata de uma ação partidária, mas sim de uma tentativa de moralizar a Casa. Apesar da sua atuação, o Major é uma pessoa com os nervos à flor da pele e que partiu para a agressão contra um deputado. Essa representação é mais do que necessária, fosse pelo PSDB ou por qualquer outro partido”, enfatizou Nédio.

O deputado Major Araújo reafirmou que não é nenhum bandido, que não cometeu nenhum tipo de crime e que sua defesa a sociedade já tem feito e que se sente tranquilo com a situação. “É a primeira vez que eu vejo um parlamentar ser submetido a um Conselho de Ética e que a população se manifesta em favor dele. Deixa o Conselho e a Assembleia decidirem sobre isso livremente, não vou pressionar e nem fazer defesa protelatória que poderia. Abro mão da defesa e deixo a Casa decidir de forma mais célere qual será a minha punição” retrucou.

O parlamentar reiterou ainda que não teme perder o mandato. “Não sou apegado à mandato, não dependo dele para meu sustento, sou um oficial da Polícia Militar e o sustento dos meus filhos é garantido. Eu temeria é ser reprovado pela sociedade e andar de cabeça baixa. O fato do PSDB entrar com essa representação, me parece ser uma ordem de cima, uma vez que eu faço oposição séria nessa Casa, não faço acordo e por isso pago um preço alto”, apontou.

Major falou também que sente que pode perder o mandato, principalmente por conhecer as pessoas por trás dessas ações, mas que isso não o incomoda. Ele reafirma que se trata de uma ação partidária e que o tratamento dado a ele foi diferenciado, já que denúncias de corrupção e outros crimes envolvendo deputados foram apontados pela imprensa e não foram encaminhados ao Conselho de Ética.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Humberto Aidar (PT) lamentou o fato, já que gostaria de entregar o mandato à frente do Conselho sem que nenhum deputado tivesse sido acusado. “Aconteceu uma desavença no Plenário e o PSDB entendeu por bem, representar contra o Major Araújo. Ele terá 15 dias para se manifestar e aí a presidência da Casa, acolhendo a denúncia, a envia ao Conselho, que escolherá um relator, para somente assim, se iniciar as apurações”, explicou.

Aidar lembrou, por fim, que é um direito do Major não se defender e que, caso isso aconteça, o tramite legal imposto pelo regimento do Conselho será seguido. “Não serei leviano em tentar adiantar nenhum tipo de pena ou punição, mas o Conselho de Ética tem o poder de dar, desde uma advertência verbal até à perda do mandato. Posso afirmar que eu não aceitaria a presidência de um Conselho de Ética que pudesse sofrer interferência política. A imprensa vai poder acompanhar cada passo do Conselho e eu, como presidente, não aceito ingerência política, por isso, o Major e qualquer outro citado terá todo o tempo para poder apresentar sua versão”, informou Humberto Aidar.

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