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CPI do Transporte

19 de Outubro de 2015 às 16:37
Presidida por Humberto Aidar, CPI ouviu nesta 2ªfeira o conselheiro do TCE, Sebastião Tejota, e o ex-presidente da AGR, Humberto Tannús.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o transporte intermunicipal de passageiros, realizou nesta segunda-feira, 19, mais uma reunião de trabalho quando estiveram presentes no Auditório Solon Amaral, o ex-deputado e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Sebastião Tejota, que estava acompanhado do técnico do órgão, Rafael Rodrigues Gonçalves, e o ex-presidente da Agência Goiana de Regulação (AGR), Humberto Tannús, que atualmente é o presidente da GoiasFomento. Eles estiveram na Assembleia à convite da CPI para prestar informações sobre o assunto.

Em seu depoimento, o conselheiro Sebastião Tejota disse que o processo que analisa a atuação de empresas do transporte intermunicipal no Estado de Goiás encontra-se em estágio avançado.

Relator da matéria, Tejota disse que a inspeção foi iniciada em 2011 e faz um levantamento tanto dos motivos pelos quais as empresas operam sem licitação, como da qualidade dos serviços oferecidos.

O conselheiro explicou que uma Lei aprovada na Assembleia, no ano passado, que permite às empresas operar sem licitação, contribuiu para legitimar a atuação das empresas, que vem operando há cerca de cinquenta anos sem participar de processos licitatórios. De acordo com Tejota, o TCE encomendou estudos para tratar do assunto e ele, como relator, acatou todas as sugestões ofertadas pela Comissão Técnica.

O conselheiro comentou ainda que o Estado tem a possibilidade de arrecadar R$ 3 bilhões de reais se realizar a licitação, a exemplo do que já ocorreu com Estados, como Rio de Janeiro e Pernambuco, onde o serviço também era explorado sem licitação e agora foi regularizado.

“Esse procedimento começou em 2011 para que empresas possam se habilitar para fazer o procedimento licitatório. São mais de 500 linhas com possibilidade de novas 200 a serem exploradas”, disse Sebastião Tejota.

Quanto à notícia de que o processo que trata do assunto teria sumido no TCE, o técnico Rafael Rodrigues Gonçalves explicou que não se trata de sumiço. O que teria ocorrido é que são vários processos e um deles ainda não cumpriu toda a tramitação necessária para ser juntado aos demais. 

Sebastião Tejota afirmou ao deputado Talles Barreto (PTB) que não houve omissão da presidência da Agência Goiana de Regulação (AGR) em relação ao problema. De acordo com ele, o órgão fez todos os procedimentos necessários e contratou a Universidade de Brasília (UNB) para fazer um estudo tanto para a elaboração de um marco regulatório como para definir as exigências a serem feitas às empresas que participarem do processo de licitação.

Para Tejota, o trabalho da Assembleia na CPI vai dar uma grande contribuição para o Estado. “Eu acredito que essa licitação vai injetar recurso considerável nas contas públicas. A Assembleia vem em socorro aos cofres do Estado”, disse.

Ele sugeriu que os deputados entrem com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra Lei aprovada na Assembleia no ano passado, já que o TCE não tem legitimidade para tal procedimento.  

Humberto Aidar informou que os deputados membros da CPI já estão preparando uma Adin, que vai ser apresentada por seu partido, o PT, e talvez pela OAB.

Humberto Tannús - AGR

Em depoimento na CPI do transporte intermunicipal, o ex-presidente da Agência Goiana de Regulação (AGR), Humberto Tannús Júnior disse ao deputado Bruno Peixoto (PMDB) que não tem notícias de que ocorriam vendas de guichês na Rodoviária de Goiânia durante sua gestão no órgão. Ele foi o segundo a prestar informações na tarde desta segunda-feira no Auditório Solon Amaral

Tannús afirmou que o terminal rodoviário de Goiânia é uma concessão que recebe o transporte intermunicipal e interestadual. Ele esclareceu que algumas autorizações para operar na Rodoviária foram conseguidas na Justiça.  

O ex-presidente da AGR disse ainda que durante sua gestão não havia a perspectiva de arrecadação de impostos sobre o serviço prestado pelas empresas porque havia o acordo para que a tarifa cobrada fosse a menor possível. Ele explicou ainda que as empresas reinvindicaram ressarcimento porque levariam prejuizo com a realização da licitação, mas a Procuradoria Geral do Estado deu parecer contrário a esta proposta.  

Requerimentos aprovados:

Durante a reunião da CPI do Transporte Intermunicipal foram aprovados requerimentos entre eles, o convite ao atual presidente da AGR, Ridoval Chiareloto; convite ao procurador do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Carneiro e solicitação à Secretaria da Fazenda de informações sobre valores de impostos recolhidos pelas empresas de transporte nos últimos 10 anos.

Foi aprovada ainda solicitação de parecer da OAB e da Procuradoria da Casa sobre a legalidade da lei 18.673 aprovada pela Assembleia Legislativa em 2014. Segundo Humberto Aidar, essa lei sofreu emenda, que propiciou a continuidade da exploração do transporte sem licitação.

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