Fórum do Setor Energético
O 1° Fórum de Discussão Permanente do Setor Energético em Goiás teve sua cerimônia de abertura nesta sexta-feira, 13, no Auditório Costa Lima da Assembleia Legislativa. O evento, que deu posse a representantes do Governo do Estado, da Prefeitura de Goiânia, de entidades fiscalizadoras, do setor produtivo, de instituições de ensino e pesquisa e da sociedade civil, foi uma iniciativa do presidente da Comissão de Minas e Energia da Casa, deputado Simeyzon Silveira (PSC).
Conforme o parlamentar, esta plataforma de debates foi criada para promover políticas públicas que visem o fomento de fontes complementares de produção de energia elétrica para o Estado de Goiás. “O objetivo do Fórum não é discutir a crise energética, mas sim buscar soluções. Quando juntamos o Governo, Parlamento, órgãos reguladores, sindicatos e técnicos da área, nós temos condições de fazer um debate produtivo e sair daqui com perspectivas em busca de avanços no setor elétrico”, disse.
Nesta perspectiva, Simeyzon diz acreditar que a iniciativa dará voz à sociedade, pois os relatórios emitidos manifestarão o anseio de todas as classes de uma forma mais democrática. O deputado ressalta que é, também, papel do Poder Legislativo reunir conhecimento na elaboração de medidas e leis eficazes para o desenvolvimento econômico e social do Estado.
Para tanto, esta primeira solenidade contou com palestra do diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia. Consultor renomado no Brasil, Sauaia é doutor em engenharia e tecnologia de materiais e mestre em energias renováveis com especialização em energia solar fotovoltaica.
Novas matrizes
Rodrigo Sauaia explica que a energia solar é um dos potenciais existentes no Brasil que complementam a produção de energia elétrica, esta que, em sua opinião, deve ser realizada com a combinação de outras matrizes, como a hidrelétrica, térmica, eólica e de biomassa.
Segundo o diretor da Absolar, o Brasil é um país com clima propício para ser fonte de energia fotovoltaica e o Estado de Goiás tem um enorme potencial de investimento, em decorrência de ter incidência solar forte e apropriada. Conforme ele, em tempos de crise energética, o sistema fotovoltaico cresceu mais de 300% no mundo, mas no Brasil, o índice ainda é pequeno, equivalente a 0,01%.
Sauaia esclarece que, por ser ainda uma matriz de alto custo no País, faz com que o mesmo perca a competitividade no mercado internacional. Em contrapartida, ele afirma que nos últimos dez anos, o preço deste tipo de energia ficou entre 70 a 80% mais barato e que, no ano passado, a queda foi de uma média de 5%.
De acordo com o diretor, desde 2013, o Brasil começou a investir em usinas de energia solar fotovoltaica de grande porte, por meio de leilões de energia solar. “Somando os investimentos feitos desde 2013 até o presente momento, já temos mais de 8,4 bilhões de reais investidos. Isso mostra que este segmento saiu de um momento em que a energia solar era considerada muito cara e, agora, o Governo está de fato investindo na energia solar para compor parte da matriz elétrica brasileira”, informou.
Após ouvir as informações compartilhadas por Rodrigo Sauaia, um dos diretores da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Júlio César Campos, disse que o sistema de energia fotovoltaica vem ao encontro do que a entidade defende, que é a racionalização de custos e a manutenção do setor produtivo do Estado de Goiás, além de uma oportunidade de geração de emprego e renda com salários mais vantajosos. “A Acieg defendendo essa questão da energia sustentável e da preservação ambiental também estará favorecendo a racionalização dos custos mensais e anuais das empresas”, enfatizou.
Em meio ao debate, o diretor técnico e comercial da Celg Geração e Transmissão S.A, o engenheiro Augusto Francisco da Silva, disse que considera o sistema fotovoltaico “como o produtor de energia do futuro”. Em seu ponto de vista, apesar de, atualmente, ser a solução mais aperfeiçoada que existe, ela ainda não se mostrou viável economicamente para ser comercializada em território nacional.
Instituições empossadas
A cerimônia de abertura do 1ª Fórum de Discussão Permanente do Setor Energético em Goiás deu posse a diversas entidades, que foram representadas pelos seguintes: Assembleia Legislativa, deputado Simeyzon Silveira; diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia; do Ministério Público de Goiás, Suelena Carneiro Caetano; da Companhia Energética (Celg), Augusto Francisco da Silva.
E, ainda: da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), reitor Wolmir Amado e o diretor da Escola de Engenharia, professor Fábio Simões; da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor Antônio Melo, da Faculdade Unida de Campinas (Unicamps), professora Fabiana Silveira; da Caixa Econômica Federal, Valdecir Rosa; da Federação de Agricultura e Pecuária (Faeg), Bartolomeu Pereira; da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (Acieg), o diretor Júlio César Campos.
E, também: do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), Altair Lopes; da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável (Seplam-Goiânia), secretário Paulo César Pereira; do Sindicato do Comércio Varejista de Goiás (Sindilojas), Margareth Sarmento e Francisco Mateus; do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Goiás (Stiueg), Javan Rodrigues.
O 1ª Fórum do Setor Energético surgiu de uma proposta apresentada pelo deputado Simeyzon Silveira no fim da legislatura passada, quando também ocupava a presidência da Comissão de Minas e Energia. Após seguir tramitação, o Fórum foi aprovado e disposto no Parlamento goiano sob a Resolução nº 1.512, de 11 de junho de 2015. Esta plataforma de debates foi resultado de uma audiência pública, também de sua providência, que debateu a destinação de recursos da Companhia Energética de Goiás (Celg).
O parlamentar disse, ao final do encontro, que as reuniões do Fórum deverão acontecer na última sexta-feira de cada mês, podendo ter lugar na sede das entidades que o compõe. Simeyzon também informou que a próxima discussão a ser feita provavelmente seja a respeito da produção de energia elétrica por meio da biomassa.