Intolerância religiosa
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou nesta segunda-feira, 16, audiência pública para debater Intolerância Religiosa. O evento, uma iniciativa da deputada Delegada Adriana Accorsi (PT), presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa, aconteceu no Auditório Costa Lima da Alego.
Adriana Accorsi fez avaliação positiva do evento. “Tivemos as participações de representantes de algumas das principais religiões formalizadas no Estado de Goiás e de autoridades e professores estudiosos da questão. Colhemos sugestões importantes para dar sequência ao trabalho que iniciamos aqui na Assembleia Legislativa na promoção de uma cultura da paz”.
Presidida por Adriana Accorsi, a mesa diretora dos trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: deputada federal e psicóloga Érika Kokay (PT-DF); professor e pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UEG e organizador do Fórum de Respeito a Diversidade Religiosa, Marcos Torres; professor da PUC e voluntário no Conselho Municipal de Igualdade Racial, Uene José Gomes; presidente da Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás, Kênio de Oliveira.
E mais: vereadora por Goiânia, Cristina Lopes (PSDB); secretário de Cultura de Goiânia, Ivanor Florêncio; major Cledson, representando o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita; coordenador do Centro de Apoio dos Direitos Humanos do Ministério Público de Goiás, Eduardo Silva; delegado de polícia Regional do Entorno de Brasília, Rodrigo Mendes; presidente do Sintego, Bia de Lima; e a superintendente de Igualdade Racial de Goiânia, Watussi Santiago.
Todos fizeram uso da palavra, inclusive com ponderações plausíveis sobre a intolerância religiosa, chegando-se a conclusão de que as religiões mais agredidas são as de matrizes africanas. Nesse sentido, Marcos Torres, que também é babalorixá, solicitou a criação de três comissões especiais, no âmbito da Secretaria de Segurança Pública, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Goiânia, para melhor fiscalizar essa questão das violências cometidas contra essas religiões. Assegurou que teve a sua Casa de Santo invadida por duas vezes.
A vereadora Cristina Lopes (PSDB) falou que o preconceito contra qualquer tipo de religião é muito triste. “Precisamos respeitar mais a cultura religiosa de cada um”, frisou. Ressaltou que ainda existe muita hipocrisia entre o ser humano, ao ponto de uma pessoa dizer que não é racista, mas que conhece outra que é. Cristina fez questão de cumprimentar Adriana Accorsi pela iniciativa. “Excelente Audiência Pública”, enfatizou. Enfim, todos os que fizeram uso da palavra parabenizaram a deputada por colocar em debate um tema tão interessante e oportuno.
Por último falou Érika Kokay, que também cumprimentou Adriana pela iniciativa e falou do trabalho que realiza, na Câmara Federal, em prol de uma cultura de paz. A palavra foi franqueada a todos os presentes.
Adriana Accorsi assumiu compromisso de não só propor a criação de uma Comissão Especial de Respeito à Diversidade Religiosa na Assembleia Legislativa, como de se empenhar pessoalmente na defesa de toda religião que estiver sofrendo qualquer tipo de perseguição, principalmente de violência. “Já conversamos com o Secretário de Segurança Pública e solicitamos o empenho dele na solução de casos ainda pendentes de intolerância religiosa, bem como pedimos a ele que faça a conscientização das Polícias de como lidar com esse tipo de situação”.
Em seu discurso de encerramento a deputada Adriana Accorsi relembrou a fala da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) sobre os problemas nos terreiros de umbanda no entorno do Distrito Federal e pediu as autoridades presentes uma fiscalização maior sobre esses casos que são vistos com impunidade.
A parlamentar se colocou também à disposição para a criação do fórum permanente em Goiás e principalmente em Aparecida de Goiânia-GO. “Assim os debates e audiências com os militantes de todas as crenças podem combater a intolerância religiosa”, finalizou.