A Assembleia Legislativa de Goiás realizou na manhã desta quinta-feira, 3, audiência pública que debateu a criação do Estatuto do Diabético. O encontro de iniciativa do deputado Dr. Antonio (PMB) aconteceu no Auditório Solon Amaral da Casa.

A sessão foi presidida pelo deputado Dr. Antonio, que compôs a mesa diretora dos trabalhos com o presidente do Instituto de Assistência e Pesquisa em Diabetes (IAPD), Nelson Rassi, e a representante da Superintendência de Vigilância e Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Cristina Gonçalves de Oliveira.

Também participaram da mesa o médico endocrinologista Alberto Dias Filho e o assessor parlamentar João Abrahão, representando a deputada Delegada Adriana Accorsi (PT).

A audiência debateu a criação do Estatuto do Diabético juntamente com os integrantes da mesa diretora, que declaram apoio a implementação da legislação. O presidente do IAPD, Nelson Rassi afirmou que a criação do Estatuto facilitará o acesso das pessoas à legislação e às informações sobre a doença que afeta todas as faixas etárias da população.

“É de extrema importância a criação desse documento que facilitará o acesso as informações por parte dos pacientes desta enfermidade”, declarou Nelson Rassi.

Em entrevista à Agência Assembleia de Notícias, Nelson Rassi disse ainda que a sociedade esperava há muito tempo pela criação de um estatuto que os defenda.  “Eu vejo com bons olhos essa iniciativa da Assembleia, pois traz proteção a pessoas portadoras de diabetes”, finalizou.

O médico endocrinologista Alberto Dias disse que o diabetes é uma enfermidade que afeta cerca de 10% da população brasileira, principalmente na camada de pessoas sedentárias e obesas, que consomem muitos alimentos industrializados e não praticam exercícios físicos.

Como representante da Secretaria Estadual de Saúde, a Coordenadora Estadual de Controle de Hipertensão e Diabetes, Ana Cristina Gonçalves explicou que a criação do Estatuto do Diabético é uma iniciativa que faz parte de uma série de ações que visa garantir direitos aos diabéticos. “Existe um grande número de diabéticos que desconhecem a doença, cerca de 50%”, frisou Ana Cristina.

A coordenadora disse também que a descoberta precoce da doença evita o desencadeamento de outras enfermidades no paciente e que o trabalho em conjunto com a Secretaria Estadual, prefeitura e iniciativa privada facilita muito a vida dos usuários da rede pública de saúde.

Em momento oportuno os participantes apresentaram suas sugestões, reivindicações e reclamações a respeito da realidade dos diabéticos no Estado de Goiás. As sugestões apresentadas foram fundamentadas na qualidade do atendimento ao paciente, que, de acordo com os participantes, não são satisfatórias.

Ainda informaram que pessoas que sofrem da enfermidade, falta insulina nos postos de atendimento, tanto na Capital quanto no interior. Outra questão reclamada pelos diabéticos é a falta de acesso aos medicamentos e às doses adequadas, o que os obriga a procurar a Justiça para ter o tratamento.

Os enfermos ainda reclamaram que não têm acesso aos novos medicamentos, que são mais eficientes. Eles ainda alertam para a questão de mudanças das doses, pois uma dose usada em um dia não é suficiente para o dia seguinte.

Foi sugerida também durante a Audiência Pública que debateu a criação do Estatuto do Diabético a formação de equipes multidisciplinares para o atendimento. De acordo com os diabéticos existe a necessidade de implantação de equipes voltadas ao tratamento da doença nos postos de atendimento para os enfermos.

Conforme os diabéticos presentes na reunião, são necessárias a disponibilidade de médicos especialistas, nutricionistas, profissionais de educação física, orientadores e medicamentos em quantidade suficiente para atender as demandas dos pacientes.