Tem inicio oitivas na CPI de Violação dos Direitos das Crianças
Começam as oitivas da 22° reunião da CPI de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente. O presidente da Comissão, deputado Carlos Antonio (SD), pergunta à representante da cidade de Águas lindas, diretora de Integração Social, Tânia Dourado, e à coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Alessandra de Sousa, se há trabalho infantil na cidade e quais as suas características. Depois, recolheu o relatório sobre trabalho infantil naquela cidade.
Tania Dourado disse que existe trabalho infantil na cidade, nos supermercados, feiras, algumas oficinas mecânicas e no transporte coletivo, em que crianças vendem balas e água. "No entorno das cidades de Ceilândia é principalmente no trabalho doméstico, o mais difícil de combater.“
Alessandra de Sousa informou que são realizadas palestras de informação e sensibilização aos pais e às famílias, pois muitas vezes os pais não admitem que o que ocorre é trabalho infantil. "O público-alvo são as mães e as crianças e adolescentes, nos Cras (Centros de Refêrencia de Assistência Social), nos Creas e nas escolas”, afirmou.
Do município de Aparecida de Goiânia, participam a superintendente de proteção social Leiliane Rosa dos Sales, o diretor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), do Governo Federal, Thiago Rios Santos, e a coordenadora de projetos Magda Borges.
“Embora a incidência tenha caído bastante, é possível dizer que existe trabalho infantil. Tentamos combater, pois na cidade existem dez unidade de Serviço de Fortalecimento de Vínculos, três Creas, cinco Cras. Fazemos uso de politicas publicas afirmativas e de conscientização. O que fazemos é retirar a criança do trabalho infantil, depois enviamos para os Cras, onde é feito um acompanhamento com a família e a criança”, informou Leiliane
Segundo a representante, os semáforos são onde há mais trabalho infantil e o mais difícil de detectar são as oficinas nos fundos de quintais. Trabalho doméstico não é tanto, afirma, porque o investimento em educação no município dá condição para as famílias colocarem as crianças nas escolas.
O diretor do Peti, Thiago Gomes, disse que a preocupação vem no sentido preventivo com as dez unidades de Serviço de Fortalecimento de Vínculos que atende a faixa etária de 6 a 12 anos.
"Nos preocupamos, também, com a evasão escolar dessas crianças. Temos que continuar dando assistência a elas. Então estamos promovendo ações esportivas e educativas que são interessantes a essas crianças e jovens", disse Thiago Gomes.
"Preciso dizer de uma outra preocupação, que é a dificuldade para identificar o trabalho na porta das lojas. Os lojistas, sabendo que não podem utilizar trabalho infantil, colocam as crianças pra trabalhar mais escondidas“, disse o diretor do Peti.