Zika vírus
O Auditório Costa Lima da Assembleia recebeu nesta quarta-feira, 16, diversas autoridades e servidores da Saúde que participaram de seminário para discutir o zika vírus, causador da doença microcefalia, cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti. O evento foi proposto pelo deputado Gustavo Sebba (PSDB), presidente da Comissão de Saúde e Promoção Social da Assembleia, em conjunto com o deputado Marquinho Palmerston (PSDB).
Além de Gustavo Sebba, participaram o presidente da Casa, deputado Helio de Sousa (DEM); a representante da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), gerente do centro social Gercina Borges, Malba Pereira de Castro; o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Venerando Lemes de Jesus; a presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, Ivete Santos Barreto.
Também participaram o médico infectologista e chefe do Serviço de Infecção Hospitalar do Instituto Ortopédico e Hospital Ortopédico de Goiânia, Boaventura Braz de Queiroz; e a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, mestre em epidemiologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Flúvia Amorim.
Segundo o infectologista Boaventura Braz, dos mais de 2,4 mil casos identificados no Brasil, 140 estão relacionados ao zika vírus, que pode ter sido trazido para o Brasil no período dos eventos esportivos da Copa do Mundo de 2014. Ele disse ainda que 80% das pessoas que têm contato com o vírus não manifestam nenhum sintoma.
A superintendente Flúvia Amorim explicou que mosquito se tornou resistente ao fumacê, substância inseticida pulverizada sobre as casas, e que os componentes utilizados nele tiveram que ser alterados com produtos mais fortes, que poluem mais o ambiente. “Combater o mosquito com fumacê não resolve. Os criadouros é que devem ser eliminados.”
O deputado Helio de Sousa, que é médico, também focou sua fala no combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Ele disse que o momento é crítico e traduz uma questão social e cultural. “O brasileiro tem que ter a cultura de eliminar o mosquito, não bastam ações do Governo se a sociedade não se mobilizar.”
Em suas considerações finais, Gustavo Sebba enumerou algumas medidas do Estado contra a dengue, como o Movimento Goiás Contra Aedes, o Comitê Executivo Estadual de Saúde em Combate ao Aedes, entre outros. “Nessa luta, 80% da responsabilidade é nossa.”
Microcefalia
A doença é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal, apresentando perímetro igual ou menor a 33 centímetros. Crianças que nascem com essa má formação podem ter complicações no desenvolvimento da fala, motora e até quadros de convulsão.
A microcefalia pode ter causas genéticas como também por uso de drogas, álcool ou outros produtos tóxicos durante a gestação, além de possíveis infecções que atinjam o bebê ainda na barriga da mãe.
Até a última sexta-feira, 11, foram registrados 2.401 casos notificados de microcefalia e 29 óbitos em 549 municípios. Os dados foram divulgados em uma entrevista coletiva em Brasília. Segundo o Ministério da Saúde, do número total de casos notificados, 134 casos já foram confirmados e 102 casos foram descartados. Foram confirmadas duas mortes pela doença.