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Major Araújo prevê um ano mais difícil

06 de Janeiro de 2016 às 10:02

O deputado Major Araújo (PRP) encerrou 2015 com duras críticas ao Governo do Estado e prevê um ano ainda mais difícil, caso a população não se mobilize contra medidas como aumento de impostos e oneração da folha de pagamento do Estado com contratação de comissionados. 

Para ele, a administração tucana colocou Goiás numa das piores posições em relação ao que as outras unidades da Federação ocupam no quadro de crise que vive o País. “Foi um ano extremamente negativo, em que nós tivemos que votar matérias que penalizam a população, que não tem responsabilidade nenhuma por esta situação.”

E, no que depender do Governo, ele não vê possibilidade de mudanças para 2016, pois, em sua avaliação, todas as medidas que foram responsáveis pela situação que ele define como “caos político e financeiro do Estado” continuam sendo realizadas.

Ele diz que algumas medidas visam, por exemplo, criar cargos comissionados. "Nós aprovamos a aposentadoria complementar do servidor, que, ao mesmo tempo que onera os funcionários, cria novos cargos comissionados. É pura conveniência para o Governo, que pode fazer contratações com salários vultuosos. Se formos consultar o Diário Oficial, veremos que todos os meses há exonerações e nomeações. As nomeações sempre superam as exonerações.”

Para Major Araújo, a tendência é piorar, com a criação de novos impostos e aumento dos que já existem. “O elo mais fraco é quem vai continuar pagando o preço, pois é onde se encontra mais facilidade de se cobrar o sacrífico para pagar o déficit do Estado”, prevê.

Quanto às medidas de austeridade tomadas pela Assembleia, como a implantação do ponto eletrônico, o parlamentar defende que devem continuar. “Esse processo foi só o início. O presidente Helio de Sousa faz isso por senso de dever. Deu a esse poder uma transparência maior. É um avanço muito grande. Há um controle maior sobre a verba indenizatória. Nossa imagem perante a sociedade só vai melhorar com medidas como essas”, salienta.

Inaugurando o Conselho de Ética

Durante votação de matéria do Governo no Plenário, Major Araújo arremessou um tablete na direção do presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), deputado Talles Barreto (PTB). Por isso, foi o alvo do primeiro processo aberto pelo Conselho de Ética da Casa, criado em 2015, mas acha que foi vítima de perseguição política, embora o procedimento esteja previsto.

“Eu acabei inaugurando o Conselho de Ética. Acho que houve excesso em relação a essa representação. Houve fatos inverídicos criados para prejudicar meu mandato. Temos que observar o que a sociedade pensa. Não vi uma reação negativa em relação à imagem da Casa. Pelo contrário, eu fiz aquilo que a sociedade espera. Eu fiz uma defesa firme, às vezes até cometendo excessos realmente, mas eu acho que poderia ter se resolvido sem todo esse estardalhaço. Essas coisas acontecem em todos os parlamentos do mundo. É preciso ver o que estava acontecendo aqui. Um projeto que onera o povo goiano com aumento de impostos foi aprovado em menos de 24 horas. Mas isso não nos abala. Eu respeito o Conselho. Sua criação foi um grande avanço para a Casa”, reconhece.

Apesar de tudo, o deputado diz que não perde a esperança de que as coisas podem melhorar, principalmente se a população participar mais do processo político. “A presença da população aqui nesta Casa ajudou a mudar algumas questões que já pareciam perdidas. A presença dela nas ruas mudou algumas coisas no Brasil”, relembra.

Mas, para o parlamentar, a grande arma do cidadão é o voto. “No ano que vem teremos eleições municipais. Com estas eleições podemos pintar um novo quadro na política. O Governo não precisa apenas da maioria dos deputados, precisa também dos municípios. Se a oposição se amplia em todo o Estado, a pressão vai aumentar e o Governo vai recuar nas medidas que tem tomado", conclui.

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