Críticas de José Nelto
Na abertura dos trabalhos do Parlamento em 2016, o deputado José Nelto (PMDB) teceu duras críticas ao governador Marconi Perillo, afirmando que o Chefe de Poder Executivo cometeu o maior estelionato eleitoral da história. De acordo com ele, que discursou em nome da bancada de oposição na instalação da 2ª Sessão Legislativa da 18ª Legislatura, “nunca um Governador esteve tão distante das promessas exibidas na campanha eleitoral”.
José Nelto afirmou que o ano de 2015 marcou o fim de uma relação já estremecida: entre o Governador e os servidores públicos estaduais, que, de acordo com o deputado, foram fundamentais para suas eleições. “O Governador elegeu os servidores para arcar com a fabulosa conta de sua reeleição”, frisou.
Segundo o deputado, os servidores passaram a conviver com os salários parcelados, atrasados e constantes ameaças. “Os adicionais de insalubridade e periculosidade foram reduzidos a quase zero. A previdência dos servidores foi alterada para pior, sem contar a ameaça de perda da licença-prêmio e do quinquênio. Além disso, os servidores não tiveram um direito legal respeitado – a reposição salarial pela data-base. O Governo estadual não aceitou sequer pagar a reposição de outros Poderes”, comentou.
Para o peemedebista, o exemplo maior do rancor gratuito do Governador com o servidor público veio à tona em um “absurdo discurso proferido a um grupo de empresários na Bahia. Distante de Goiás, Marconi afirmou categoricamente que perseguia os professores que lhe faziam oposição e que era contrário à carreira pública”.
José Nelto declarou que enquanto os servidores sofrem, o Governo continua com a “farra de cargos comissionados, mantendo um verdadeiro cabide de empregos para seus cabos eleitorais”.
Impostos e gastos
O aumento de impostos foi outro assunto abordado pelo representante da oposição. “Com déficit bilionário nas contas do Estado, o Governador decidiu penalizar a população como pôde”, afirmou o parlamentar, citando o reajuste quase em dobro das tarifas de água e energia, o aumento do ICMS da gasolina, e do imposto de transferência de herança e doação. José Nelto também lembrou que o Governo achatou o calendário de pagamento do IPVA, e acabou com a isenção do IPVA para carros com mais de 10 anos.
Ele criticou ainda o que considera luxuosas, onerosas e improdutivas as viagens feitas pelo Governador ao longo de 2015, o gasto de mais de R$ 30 milhões com shows, além dos mais de R$ 80 milhões gastos em Publicidade.
Celg e Saneago
“O governador Marconi Perillo garantiu na campanha eleitoral que não perderia a Celg. Mal o ano começou e o tucano colocou a estatal à venda na tentativa de colocar as mãos nos R$ 3 bilhões. No entanto os planos não vingaram”, comentou José Nelto, acrescentando que o preço estipulado para o leilão da Celg ficou muito aquém do que se esperava e que Goiás seria obrigado a pagar as dívidas da companhia no ato da venda.
A Saneago também foi alvo de considerações do peemedebista. “Depois de quebrar completamente a Celg e transformá-la na pior distribuidora de energia do País, o Governo caminha a passos largos para inviabilizar também a Saneago. A empresa acumula dívidas milionárias e, cada vez mais, presta um serviço ruim à população”, emendou.
Organizações Sociais
De acordo com o deputado, há em Goiás uma falsa propaganda que as Organizações Sociais revolucionariam a Saúde Publica. “Essas OSs funcionam com dinheiro sobretudo de repasses federais e, ainda assim, restringem ao máximo o atendimento à população. Elas encobrem outros crimes, são uma verdadeira caixa preta que encobre salários milionários e burla deliberadamente a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse.
O parlamentar disse temer que a gestão compartilhada com as Organizações Sociais não trará beneficio algum para a área da Educação e que é inconstitucional. “Agora vão acabar com os cargos de diretores, acabar com os concursos públicos e enterrar de vez a carreira de professor. A mercantilização da Educação está em andamento acelerado. Uma tragédia!”, disparou o peemedebista.
Segurança Pública
José Nelto começa abordando a questão ao informar que os últimos quatro anos foram os mais violentos da história de Goiás. “Tudo indica que, em 2016, Goiás terminará o ano com mais de 2 mil homicídios no Estado. Outros números são igualmente assustadores. Nos últimos cinco anos o número de assaltos cresceu 99,3% na capital. No roubo a residências, o número foi de 150% na Capital e 162% no interior”, afirmou.
O deputado usa dados do Mapa da Violência para explicar o atual quadro da Segurança Pública no Estado. “O número de policiais militares era de 13 mil em 1998 e o Estado continua com o mesmo contingente em 2016. Goiás deveria ter, no mínimo, 21 mil policiais militares. Em vez de dar mais segurança à população, o Governo insiste com o ilegal Simve e enrola para chamar os concursados”, ponderou.
Rodovias
O deputado repercutiu que Goiás ganha destaque nos noticiários nacionais devido “à péssima condição da malha viária. A situação das rodovias em Goiás, por sí só, já é absurda. O pior é saber que entre 2013 e 2014, o Governo teria investido R$ 6 bilhões na reconstrução dessas rodovias. O que foi feito com essa montanha de dinheiro. Por que rodovias que deveriam durar 10, 20 anos acabaram com as primeiras chuvas? Isso é crime!”. (Veja aqui a íntegra do discurso)