Centro de Internação
O presidente da Comissão da Criança e Adolescente, deputado Carlos Antonio (SD), visitou na manhã desta terça-feira, 23, o Centro de Internação para Adolescentes (CIA), que fica localizado na sede do 1º Batalhão da Polícia Militar (1º BPM) em Goiânia, no Setor Marista.
A visita técnica do parlamentar buscou colher informações sobre as condições da infraestrutura da unidade, e ainda averiguar junto aos menores sobre a veracidade de denúncias relacionadas a casos de violência sexual. Durante o encontro foram ouvidos o coordenador geral da unidade, a coordenadora pedagógica da CIA e 5 internos.
O parlamentar foi recebido pelo coordenador geral da unidade, José Nonato Braga, que comentou sobre as principais dificuldades enfrentadas pela administração. De acordo com Braga, a unidade possui diversos problemas estruturais, chegando ao ponto da precariedade em alguns itens.
Já questionado sobre as atividades exercidas na CIA, o coordenador argumentou, que por conta dos problemas estruturais, as atividades interdisciplinares foram reduzidas. E ainda lamentou a falta de espaço e local adequado para executar as atividades que compõem o quadro de recuperação dos menores.
Perguntado sobre as denúncias feitas junto à CPI, Braga negou a existência de casos de abusos sexuais na unidade e ainda fundamentou que os 86 menores alocados na CIA são de outro perfil.
De acordo com José Nonato Braga, os menores internados na unidade são acusados de praticar homicídios e tráfico e estão na faixa etária entre 16 e 17 anos.
Após a fala do coordenador, foram iniciadas as oitivas sigilosas dos 5 internos. Em sequência, foi a oportunidade da coordenadora pedagógica da unidade, professora Lindelma Aparecida Prado Fernandes, que comentou sobre a existência de menores drogados dentro da CIA.
“Atualmente o maior problema é em relação as drogas. Os meninos têm chegado a sala de aula bastante drogados e isto está fazendo parte do cotidiano. Hoje mesmo fui até a sala de aula porque estava impossível de ter algum aprendizado e de mantê-los em sala de aula”, declarou a coordenadora pedagógica.
A professora ainda confidenciou que os alunos pedem papel todos os dias, para envolver a droga e fazer o consumo, que normalmente é feito no período da noite.
Logo após o encerramento das oitivas, o deputado Carlos Antonio apresentou suas considerações sobre a visita, que para ele foi classificada como produtiva e surpreendente.
“Estamos surpresos com a sinceridade dos menores e da maneira como eles relatam o que de fato ocorre aqui nesta unidade. Relacionado as denúncias de abusos sexuais, posso dizer que eles não confirmam. Dizem que há uma regra interna de que isso não é aceito entre eles”, explanou o parlamentar.
O presidente da CPI ainda encerrou sua fala explicando que esta visita poderá ter uma grande contribuição, no sentido de viabilizar políticas públicas para a redução de casos de menores infratores.