A diretora e fundadora do Grupo Mulheres Negras Dandara do Cerrado, Marta Cezaria de Oliveira, discursou em nome de todas as homenageadas em sessão solene que celebra o Dia Internacional da Mulher, a qual se realiza na tarde desta terça-feira, 8, no Plenário Getulino Artiaga. A sessão homenageia mulheres goianas de destaque, que prestam relevantes serviços à sociedade, com a entrega da tradicional Comenda Berenice Teixeira Artiaga.

“Falar de mulher é bom demais, mas se comprometer com nossa luta é um desafio”, disse Marta, ao abrir o seu discurso. Sem papel em mãos e com um discurso autêntico, ela agradeceu a homenagem, concedida pela deputada Isaura Lemos (PC do B), mas cobrou dos demais deputados homenagens como esta a outras mulheres quilombolas, assim como ela. “Em Goiás temos muitas quilombolas, mas quase não as vejo sendo homenageadas. Há mais de 300 anos elas marcam a história das mulheres no Estado. Me dói muito não vê-las recebendo homenagens”, disse.

A homenageada também falou de inúmeras dificuldades que as mulheres ainda enfrentam, como o preconceito com a raça negra e o feminicídio, que é acentuado por inúmeros fatores, e que ainda evidenciam a vulnerabilidade da mulher. Marta enfatizou que mudanças neste sentido precisam ser feitas, mas, segundo ela, caminham a passos curtos. Neste sentido, ela cobrou mais ações práticas da Secretaria da Mulher.

Ao findar o seu discurso, a homenageada citou diversos nomes de mulheres que marcaram a história da humanidade, por características como força, luta e determinação, e conclamou a todas as mulheres para que sejam como elas.