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Deputados repercutem anúncio de Lula como novo ministro da Casa Civil

16 de Março de 2016 às 17:29

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 16, deputados repercutiram em entrevista no Plenário, a nomeação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva no cargo de ministro chefe da Casa Civil do Governo Dilma Rousseff, anunciado no fim da manhã de hoje. Os deputados discordam da atitude considerada manobra.

Deputado de oposição em Goiás, mas de partido aliado ao Governo Federal, Ernesto Roller (PMDB) esclareceu a difícil situação do partido parceiro mas condenou a ação estratégica da Presidente Dilma e do PT. “O objetivo não é reestruturar a má gestão de Dilma, o que talvez venha a acontecer. Mas o primeiro objetivo é obter o privilégio do foro privilegiado que o cargo proporciona, e isso não trará nenhum bem ao país”, disse.

Líder do PMDB na Assembleia, José Nelto, diz que sua posição é clara e defende que a solução para o Brasil é o impeachment da presidente Dilma. “Quando dizemos que iremos ‘impeachmar’, o dólar cai, as bolsas sobem, reflexos do mercado que não confia mais nem no PT, nem no Lula, nem na Dilma. Ela transformou o Palácio do Planalto num presidio para Lula homenageando-o com um ministério”, disse Nelto.

O parlamentar classificou como absurdo e se posicionou contrário, justificando que o PMDB ficará ao lado do povo. “Se isso não acontecer, o partido se transformará em um novo PT, desmoralizado, que trocou a dignidade do povo brasileiro por cargos de alta confiança no governo” completou.

Pela bancada da situação, o deputado Francisco Jr (PSD) afirmou "depois de mais 6 milhões de pessoas irem às ruas gritar pedindo a prisão de um indivíduo e dias depois ele receber um cargo como este,  é um tapa na cara da população", afirmou. E ainda que “no momento histórico em que estamos vivendo, essa atitude só demonstra que o governo não tem nenhum compromisso com a vontade popular”, completou.

Francisco Oliveira (PSDB) lamentou a situação. Para ele, o Governo usou de uma artimanha que é constitucional e permissível para que Lula possa assumir o cargo e mudar o foro para privilegiado e ter processo julgado pelo Tribunal Superior de Justiça. “Percebemos o descontrole da própria presidente, que perdeu toda a nação, e para mim é questão de tempo a sua manutenção no Governo", declarou.

Francisco avalia a situação, com Lula assumindo a Casa Civil. “É claro que a ida do Lula para o Governo Federal tem duas análises: pode ajudar por ter força no Congresso, mas leva com ele o foco para dentro do Governo, os problemas e mazelas que vão surgir em função das delações premiadas”, pontuou o deputado.

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