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Deputados repercutem em Plenário desdobramentos da política nesta 5ª-feira

17 de Março de 2016 às 17:50
Crédito: Marcos Kennedy
Deputados repercutem em Plenário desdobramentos da política nesta 5ª-feira
Sessão Ordinária
Os desdobramentos da Operação Lava Jato, com o grampo envolvendo a presidente Dilma Roussef e Lula, a posse do ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil e a imediata suspensão do ato de posse, pela Justiça Federal de Brasília, dominaram as discussões no Plenário da Assembleia, nessa 5ª-feira, 17. O debate aconteceu no Pequeno Expediente e nas discussões parlamentares.

Acompanhando o movimento nacional, os deputados estaduais reservaram o Pequeno e o Grande Expedientes dessa quinta-feira, 17, para discutir os últimos acontecimentos da política brasileira. Da tribuna, parlamentares expuseram opiniões sobre as manifestações do último domingo, sobre grampos feitos pela Justiça Federal e sobre a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil, nomeação essa atualmente invalidada por uma liminar da Justiça Federal de Brasília.

Podendo discursar por cinco minutos, sem apartes, sobre qualquer assunto que seja de interesse, vários deputados se pronunciaram sobre os assuntos citados acima.

Logo no início da sessão, Luis Cesar Bueno (PT) solicitou que o presidente Helio de Sousa (PSDB) realizasse o Grande Expediente para que os parlamentares pudessem debater os fatos políticos que estão ocorrendo no País atualmente. A iniciativa teve o apoio do presidente da CCJ, deputado Talles Barreto (PSDB), e do deputado Simeyzon Silveira (PSC).

Luis Cesar justificou o pedido de debate salientando que o País vive um momento crítico e que o Poder Legislativo não pode se furtar do debate. “Deputados e partidos precisam discutir essa situação e eu quero ser o primeiro a falar”, declarou o parlamentar.

Por sua vez, Talles Barreto prometeu não convocar reuniões nessa tarde para que o debate possa ocorrer. “Também acredito que devemos discutir o que está acontecendo no Brasil hoje, nesse momento histórico”, finalizou.

Pequeno Expediente

Primeiro a subir à tribuna, o deputado Simeyzon Silveira (PSC) discursou sobre “os rumos do Brasil e o que as ruas têm clamado”, em suas próprias palavras.

Simeyzon se mostrou indignado com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil. “Ao invés de dar respostas convincentes à sociedade que protestou no domingo, o Governo Federal encontrou uma forma de contrariar ainda mais o povo e trazer ainda mais indignação”.

O parlamentar ironizou ao declarar que o Partido dos Trabalhadores (PT) deu uma grande resposta ao Brasil e ainda afirmou que os membros do Governo Dilma não estão mais discutindo os grandes temas da nação, e sim uma maneira de salvar os companheiros. “Estão transformando Brasília em uma sala de compadres, onde não se discute mais o interesse do povo”, concluiu Simeyzon. 

O deputado Paulo Cézar Martins (PMDB) disse que, no Brasil, ainda há pessoas capazes de fazer reflexões. Reiterou que não irá entrar no jogo de compadres, em referência ao cenário nacional, e afirmou que os políticos precisam tomar uma posição em relação à crise.

O parlamentar disse ainda que esse é um momento de fazer reflexão, sem palanque eleitoral, sem desejar a desgraça de ninguém, pois ela já está caindo em cima do povo.

Ao usar a Tribuna, o deputado Lucas Calil (PSL) disse congratular-se com as manifestações atuais contra o governo petista por entender que o modelo do PT de administrar deixa estados e municípios em penúria.

O deputado, que no seu discurso agradeceu a cidade de Inhumas por tê-lo possibilitado obter uma cadeira na Assembleia Legislativa, finalizou dizendo que o povo brasileiro deve continuar contundente nas ruas contra o “estupro” do qual tem sido vítima em razão dos fatos políticos atuais. 

O deputado estadual Henrique Arantes (PTB) afirmou que nada vai ser resolvido se somente a presidente Dilma Rousseff (PT) deixar o poder, haja vista que, de acordo com ele, os problemas são estruturais e educacionais. “Se não mudarmos nossa consciência, os problemas não serão solucionados”, finalizou.

O deputado Lincoln Tejota (PSD) afirmou estar em luto pelo momento que o Brasil vive. Cita que esteve presente nos protestos de domingo para mostrar sua indignação com o caos político no país.

Parabeniza o discurso anterior do deputado Henrique Arantes (PTB), que afirma que não podemos ver os problemas só de cima, mas que esses problemas devem ser vistos de baixo para cima.

O parlamentar diz que todos têm de pagar pelo crime cometido, de um bandido por roubar uma galinha a um presidente da República por corrupção e constata que a população não está nem um pouco satisfeita com isso.

Tiro no pé

Tejota opina que a presidente Dilma Rousseff ao nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ministro da Casa Civil deu um “tiro no pé”. "Muitas questões têm que ser vistas e reformuladas no Governo deste país", destacou o deputado.

O deputado Adib Elias (PMDB) declarou que o povo brasileiro quer mudança, que o povo não tem interesse pela presidente Dilma, que o povo divorciou-se do Congresso Nacional e que este, por sua vez, divorciou-se do Governo.

Ele criticou o sistema político partidário do País, o qual classificou como falido, e ressaltou que o deputado federal de seu partido, Mauro Lopes (dos quadros da Polícia Rodoviária Federal) não poderia ter aceitado assumir hoje um ministério do Governo Dilma, uma vez que em convenção no sábado passado, o PMDB deliberou que não aceitaria Pasta na administração federal e deu prazo de 30 dias para decidir se romperia ou não com Dilma.

Mas Adib disse que por mais que seja importante discutir o País, mais importante é que os deputados estaduais de Goiás discutam a situação do Estado, pois assim estão ajudando em parte o povo brasileiro.

Em defesa da presidente

Sexta a subir à tribuna, a deputada Isaura Lemos (PCdoB) admitiu que o Brasil vive um momento complicado. A culpa seria da crise econômica de 2008, nos Estados Unidos, que estaria agora atingindo o Brasil. “Não vivemos em uma ilha. Vivemos em um mundo globalizado em que problemas econômicos externos refletem no país”, declarou.

A parlamentar condenou o que chamou de “vazamentos estranhos e ação sistemática da mídia” contra o Governo Federal, que fariam com que os políticos supostamente envolvidos em esquemas de corrupção sejam condenados antes mesmo de fatos serem devidamente apurados. “Dizer que a presidente Dilma é corrupta é fácil. Mas eu quero ver provar. Porque fizeram uma investigação minuciosa contra ela e nada acharam. O ex-presidente Lula não é réu e por isso tem o direito, como qualquer outro brasileiro, de ser indicado para qualquer cargo”, declarou Isaura.

Apesar de contrária a alguns motivos que levaram a população às ruas no último domingo, a deputada afirmou não deslegitimar as manifestações, mas acreditar que Lula aceitou ser ministro-chefe da Casa Civil para “ajudar a economia brasileira a voltar aos trilhos”.

 

Grande Expediente

Ao final da apreciação de matérias na Ordem do Dia, o Grande Expediente, também chamado de Discussão Parlamentar, teve dois oradores inscritos: Luis Cesar Bueno (PT) e Simeyzon Silveira (PSC). Ambos os deputados discursaram por 20 minutos, cada, com direito a aparte, também sobre as manifestações e o governo petista.  

Luis Cesar Bueno iniciou sua fala dizendo que no Brasil os governos populares sempre foram, ao longo da história, amplamente perseguidos pelos segmentos reacionários e conservadores. Ele afirmou que o ex-presidente Lula está sendo somente investigado, e em não sendo réu ou condenado, não pode ser conduzido coercitivamente ou impedido de assumir cargo público.

O deputado ainda condenou o grampo telefônico feito pela Justiça Federal e divulgado à imprensa, de uma conversa entre a presidente da República, Dilma Rousseff (PT) e Lula. Os atos foram considerados por ele um “atentado à Constituição Federal e uma afronta ao estado democrático de direito”.

Afirmando que “não vai ter golpe, pois eleição se ganha no voto”, Luis Cesar Bueno conclamou a população às ruas para participar da manifestação pró-governo federal marcada para amanhã, em diversas cidades do Brasil, e destacou ações desse mesmo governo que ajudaram o estado de Goiás. “Em seus mandatos, Lula e Dilma foram ajudaram muito o nosso estado. Fizeram a BR-153, a GO-060, acabaram com as mortes das ‘sete curvas’, entregaram R$ 6,5 bilhões para a recuperação da Celg, R$ 3,2 bilhões para a Agetop, concluíram a Ferrovia Norte-Sul, investiram R$ 4,5 bilhões na Saneago para melhorias no Entorno de Brasília e na Região Metropolitana de Goiânia, e muito mais”, destacou o parlamentar.

Simeyzon Silveira (PSC), que já havia discursado no Pequeno Expediente e prometido voltar à tribuna para falar por mais 20 minutos, reforçou que este seria o momento de discutir o Brasil, porque o atual modelo político estaria falido, sem a capacidade de governar. “Temos que unir nossas forças para exigir mudanças, porque o povo brasileiro merece um governo muito melhor do que o que tem”, enunciou o deputado.

Ele ainda respondeu trechos do discurso Luis Cesar Bueno, seu antecessor na tribuna, quando declarou que seria muito fácil chamar o atual movimento de golpista. “Ainda mais quanto o partido que diz isso é o mesmo que já protocolou tantos pedidos de impeachment na nossa história. O PT pediu a saída de Sarney, Itamar, Collor e Fernando Henrique Cardoso”, afirmou.

Na fala de Simeyzon Silveira não faltaram críticas a Lula: “Ele se julga acima de tudo e de todos. É o mais honesto do mundo, se sente no direito de xingar todo mundo. Se colocarem uma cruz na frente do ex-presidente ele se prega, porque se acha o messias do Brasil”, disparou o parlamentar, que confessou já ter acreditado nos propósitos do PT, mas que hoje percebe que o Partido dos Trabalhadores governa para grupos, e não para o povo brasileiro.

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