Matéria que cria novos cargos na Polícia Civil de Goiás é debatido em sessão ordinária
O projeto de lei nº 888/16, que cria os cargos de “Escrivão de Polícia Substituto” e de “Agente de Polícia Substituto” nas respectivas carreiras da Delegacia-Geral da Polícia Civil, com remuneração de 1.500 reais mensais, gerou intenso debate na sessão ordinária dessa terça-feira, 12.
Ao discutir a matéria, Ernesto Roller (PMDB), criticou o salário estipulado pelo Governo do Estado. “Depois de criar o inconstitucional Simve (Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual), não acreditei quando tomei conhecimento deste projeto. E não acreditei novamente quando a base concordou com a tramitação do mesmo. Eu achei que os deputados ligados ao governador iriam pedir a retirada do projeto, por não ter coragem de aprova-lo e pagar aos concursados menos de dois salários mínimos”, declarou.
Contrária à matéria, a deputada Delegada Adriana Accorsi (PT) também criticou a remuneração estipulada. “Sou favorável à convocação dos aprovados nos concursos da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Polícia Técnico Científica. Também sou favorável à realização de novos concursos. Mas sou contra o valor oferecido aos novos policiais, que passam diariamente por situações de violência, que arriscam suas vidas para salvar a vida das outas pessoas, para salvar as nossas vidas e dos nossos filhos”, expôs a parlamentar.
Adriana Accorsi havia apresentado emenda ao processo nº 888/16, alterando a remuneração inicial para 2.700 reais e diminuindo o interstício necessário para progressão de carreira, mas a mesma não foi aceita pelo líder do governo na Casa, José Vitti (PSDB).
Major Araújo (PRP) também subiu à tribuna para declarar seu voto contrário à matéria, argumentando a baixa remuneração dos novos cargos. “Vamos instituir remunerações menores também para os deputados”, ironizou o parlamentar, que também criticou a estrutura das polícias goianas, consideradas precárias por ele.
José Nelto (PMDB) pediu para que os parlamentares parassem de discutir o impeachment para trabalhar a causa dos policiais, pois essa seria a competência dos deputados estaduais. “Não compete a nós debater questões nacionais, mas nos compete conversar sobre o salário que está sendo oferecido pelo Governo do Estado aos novos policiais concursados, de 1.500 reais. Nós não discutimos essa questão na Casa, porque a base não tem coragem de enfrentar o governador”, manifestou o deputado.
Apesar das manifestações, o projeto de lei foi não foi votado, por falta de quórum.