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Palestrante do Janeiro Branco diz que saúde mental no Brasil tem história muito sofrida

22 de Janeiro de 2020 às 09:55

Dentro da programação da campanha de conscientização do Janeiro Branco, a presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Psicologia, Ana Lourdes de Castro Schivianato trouxe o tema “Retrocesso ao Modelo Manicomial no Contexto Atual”. Ela deu início a sua palestra perguntando aos participantes da audiência pública, no auditório Solon Amaral, "como anda a saúde mental de todos vocês? Precisamos refletir sobre isso", argumentou.

Schivianato seguiu dizendo que “não considero isso aqui uma palestra, mas uma troca de experiências. Trabalho com a demanda de álcool e outras drogas e posso garantir que é um processo muito doloroso. A reforma psiquiátrica precisa ser consolidada no Brasil e não pode sofrer nenhum tipo de retrocesso, pelo contrário, precisa avançar e se concretizar, pois a demanda só aumenta já que a sociedade enfrenta cada dia uma gama maior de problemas”.

A presidente da comissão alertou que “a saúde mental no Brasil tem uma história muito sofrida, ela sempre foi incompreendida e por isso muitas mortes ocorreram. Na década de 70 ocorreu o marco da luta antimanicomial, tivemos muitas mortes, vide hospital de Barbacena em Minas Gerais, onde morreram mais de 60 mil internos. Em 2017 ainda pegamos mulheres que estavam amarradas há 40 anos dentro de hospitais”.

Ana Lourdes afirmou que “com a reforma psiquiátrica, os CAPS vieram para substituir o modelo manicomial e precisam de investimento, não podem ofertar um atendimento tão precário. É muito grave o que está acontecendo dentro das comunidades terapêuticas. Esses pacientes adoecidos já são duplamente penalizados, são marginalizados e não recebem o tratamento adequado para que possam voltar ao convívio com a sociedade e tornarem-se novamente produtivos. A grande maioria não tem como pagar pela internação e precisa da assistência do Estado”.

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