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Virmondes Cruvinel defende Governo na abertura dos trabalhos em plenário.

15 de Fevereiro de 2016 às 16:00
Deputado Virmondes Cruvinel (PSD) aponta crescimento do Estado em discurso durante abertura dos trabalhos da 18ª Legislatura, em sessão solene realizada nesta segunda-feira, 15.

Primeiro, eu gostaria de pedir aos colegas da oposição que o tra-tra-tra da metralhadora fique somente como música de carnaval. O que precisamos é de união para superar um momento difícil vivido por todo o país. Então vamos lá.

Sempre gostei de ir direto ao ponto em minhas colocações e, por isso, raramente uso citações em meus discursos. Mas hoje será diferente. Quero destacar aqui um escritor que marcou minha geração, o norte-americano Chuck Palahniuk. Seu livro mais conhecido, o “clube da luta”, completa 20 anos em 2016 e continua sendo uma obra fascinante. Quem não leu o livro, deve se lembrar do filme, de 1999. E com o perdão do spoiler, posso resumí-lo aqui.

 

É a história de um jovem que tem um surto psicótico diante do vazio de sua existência e de sua revolta contra a sociedade de consumo. Esse surto psicótico inclui um personagem imaginário, que incentiva o protagonista a externar sua revolta e a combater o tédio através de agressões físicas. Essa espécie de catarse logo atrai outros jovens e surgem vários clubes de luta, como se fosse uma nova religião.

A trama de Palahniuk avança até revelar todos os dramas psicóticos que afligem o protagonista. O livro e o filme foram fartamente discutidos pela academia e pela mídia. O consenso é o de que a obra fez um registro importante sobre o ambiente político da geração y, nascida a partir dos anos 1980. Mas para outros críticos, “clube da luta” não passa de um libelo anarquista, com pitadas de terrorismo.

Não vou entrar nesse mérito. Só quero destacar uma fala do personagem imaginário que é justamente o motivo dessa minha longa introdução. Em um momento crucial, Tyler Durden, vivido no filme por Brad Pitt, diz o seguinte: “Nós somos os filhos do meio da história, sem propósito ou lugar. Não tivemos uma grande guerra, não tivemos uma grande crise. Nossa grande guerra é a guerra espiritual, nossa grande crise é a nossa vida”.

Achei pertinente citar essas palavras. Elas explicam minha sensação nos dias de hoje. Nos último anos, grandes guerras e grandes crises explodiram no brasil e no mundo, mas ainda não reagimos a elas. A exemplo do que acontece no “clube da luta”, muitos ainda estão no vazio, em busca de uma salvação exterior. É o vazio, suponho, que leva jovens do mundo inteiro a se alistar no estado islâmico para entrar em uma guerra insana. Guerra que já produziu cerca de 5 milhões de refugiados sírios, quase um quarto da população daquele país. Uma tragédia humanitária que deveria exigir a atenção de cada ser humano que realmente se importa com a construção de um mundo melhor.

 

Eu me pergunto se não é esse mesmo vazio que consome milhares de pessoas que hoje estão nas ruas sofrendo com a epidemia de crack. A mesma sensação de vazio nós sentimos diante do maior desastre ambiental já ocorrido no brasil, há poucas semanas em mariana. Um vazio reforçado pela lenta e burocrática reparação de autoridades e da empresa responsável por esse desatino.

Vejo isso também no torpor, meio anestesiado, com que a grande maioria dos brasileiros vem acompanhando as sucessivas notícias do maior escândalo de corrupção de nossa história. Da mesma forma – agora que sou convidado a discursar nesta abertura de sessão legislativa – não posso deixar de registrar um outro fenômeno que me incomoda, dessa vez em nossa aldeia. Pois, caros colegas, só posso descrever como uma espécie de crise espiritual, uma crise da alma, o que acontece com a oposição em goiás.

É incrível que, em quase 20 anos de janela, essa oposição nunca tenha apresentado sequer um projeto plausível para o desenvolvimento do nosso estado. Isso mesmo, nenhuma ideia sobre a qual a gente possa afirmar: Essa é de tirar o chapéu. Essa, a gente precisa adotar urgentemente na gestão pública.

O discurso do colega que nos antecedeu seguiu o roteiro previsto. Para a oposição, vivemos no pior lugar do mundo e de tudo aquilo que o governo faz, nada presta. O que temos visto da oposição em goiás é um interminável “clube da luta”, sem espaço para o diálogo construtivo. Muitas vezes inventam histórias, replicam boatos, atacam a pessoa do governador e seus auxiliares, mas nunca oferecem um caminho factível para o futuro de goiás.

É preciso superar essa rotina de amplificar dificuldades e criticar até mesmo as ações que a sociedade já consagrou como positivas, inclusive em repetidas eleições. E quando falo em “amplificar dificuldades”, não quero dizer que elas não existam ou que sejam insignificantes.

Vivemos a maior crise econômica desde 1931 e para entender a situação dos estados brasileiros, basta citar o rio grande do sul, administrado pelo partido do colega que nos antecedeu. Por atrasos no pagamento da dívida pública, o governo gaúcho está com as contas bloqueadas pela união. Também está atrasando o pagamento dos servidores e protelando compromissos com fornecedores.

É a dura realidade de uma crise econômica que afeta todos os entes da federação. Uma crise que fez de 2015 um ano perdido para a indústria brasileira. Um ano em que vimos a retração do nosso PIB e no qual perdemos mais de um milhão e meio de empregos com carteira assinada. Um milhão e meio de pais, mães e jovens – uma população do tamanho de Goiânia – vagando pelo país em busca da sobrevivência.
O maior responsável por esse desastre econômico é o governo federal, cuja gestão fiscal temerária produziu um déficit de 115 bilhões de reais em 2015.

E o rombo só não foi maior porque o governo bloqueou cerca de 70 bilhões de reais do orçamento de várias pastas. Só na saúde, o corte do governo do PT/PMDB foi de quase 12 bilhões de reais, mais de 11% do orçamento da pasta. Mas, para a tristeza dos eleitores brasileiros, o corte orçamentário mais doloroso da administração petista foi na educação, na ordem de 9 bilhões e meio de reais. Isso é quase 20% do orçamento. Ou seja, um em cada cinco reais previstos para a educação simplesmente se desmanchou no ar.

E o pior é que esse impasse administrativo tem inibido os investimentos privados, o que aponta para mais crise pela frente. Mas essa crise profunda no país, esse tsunami econômico acabou não sendo tão grave para goiás.

Aqui, o governo foi previdente e fez a sua parte. Arrumou a casa de modo planejado e conduziu uma reforma administrativa que nos deu a mais enxuta gestão pública do país. Esse ajuste fiscal proporcionou uma economia de dois bilhões de reais em 2015. Com isso, mesmo em meio à retração econômica, o estado continuou atraindo investimentos privados - foram quase dois bilhões nos últimos 15 meses. Isso é credibilidade. É confiança de que aqui os negócios prosperam.

Com o ajuste fiscal, o governo de goiás também conseguiu cumprir a maioria de seus compromissos, inclusive mantendo em dia o pagamento dos servidores públicos. Além disso, pôde efetivar mais de um bilhão e meio em investimentos, entregando obras e ações importantes para a população.

Peço licença para citar alguns desses feitos:

- Em julho de 2015, a população de Goiânia ganhou o maior e mais moderno hospital de urgências do centro-norte do país. Com um investimento de 168 milhões de reais, o HUGOL vem revolucionando o atendimento de emergência no estado, completando a atuação da rede HUGO.

- Na saúde, destaco ainda que, mesmo com as dificuldades econômicas de 2015, o atendimento nos hospitais estaduais continuou em um alto padrão – inteiramente aprovado pelos usuários. Isso, graças à ousadia de um governo, que teve a coragem de mudar, adotando a gestão por Organizações Sociais.

- A mesma coragem de mudar teremos, agora, para testar esse modelo de gestão compartilhada na rede estadual de educação. Sempre digo que este governo tem total credibilidade para fazer essa experiência. Foi com esta administração que Goiás deixou a rabeira para assumir a ponta do ranking nacional da educação, segundo o MEC.

- Mesmo estando entre os melhores estados, não podemos nos acomodar. A educação pública brasileira precisa melhorar muito e Goiás está na vanguarda de um projeto que tem tudo para dar certo. E nós seremos o modelo de uma verdadeira revolução em nosso país.

- Quanto às organizações sociais, a oposição precisa entender o seguinte: a sociedade confia neste governo e o elegeu para tomar decisões administrativas. A sociedade quer experimentar esse novo modelo na educação. Parem de espernear.

- Até porque esse esperneio tem cheiro de hipocrisia, uma vez que a opção pelas concessões está presente em todas as administrações desses partidos de oposição. Seja no governo federal, seja aqui em Goiânia ou em Aparecida.

- O governo Marconi Perillo tem vocação pela inovação e não é por acaso que outro destaque de 2015 foi o lançamento do Inova Goiás. Trata-se do maior e mais ousado programa de inovação do país.

- São cerca de 40 ações com o objetivo de estimular a modernização do setor produtivo e também da máquina administrativa. Até 2018, o programa absorverá mais de um bilhão de reais em investimentos, já garantidos desde o seu lançamento.

- O Inova Goiás é gerenciado pelas mãos competentes do vice-governador José Eliton, nosso Secretário de Desenvolvimento Econômico.

- A propósito, passou pelas mãos do doutor José Eliton, nosso colega jurista, outro grande destaque de 2015 – este com a participação direta desta casa.

- Foi ele quem recebeu a minuta que endereçamos ao governo para a criação do estatuto da pequena e micro empresa de goiás. Minuta que foi construída junto a especialistas e inteiramente integrada à representação desse segmento.

- Por meio desse novo documento legal, o governo de Goiás – mais uma vez – se colocou na vanguarda do empreendedorismo, promovendo um ambiente plenamente favorável aos pequenos negócios.

- Há vários outros destaques de 2015 – um ano que, apesar da crise, foi positivo para Goiás. Poderíamos usar todo o tempo desta sessão legislativa para falar deles, como o da continuidade e aperfeiçoamento dos programas sociais: Bolsa Universitária, Cheque Moradia, Passe Livre Estudantil, Governo Junto de Você, Ação Cidadã. Todas essas iniciativas continuaram a atender a população goiana.

- Poderia falar de todos eles, mas prefiro destacar outra importante área: a de segurança pública. Todos sabemos que a situação não é fácil: há uma epidemia de crack assolando o país, o governo federal investe menos do que o mínimo aceitável nesse setor e ainda temos uma franca crise de anacronismo em nossa legislação penal.

- Mesmo com essas adversidades, o governo de Goiás vem lutando bravamente para reduzir a violência. E investiu pesado em 2015: em um ano, foram aplicados em segurança pública mais de 2 bilhões e 700 milhões de reais, mais de 12,5% do orçamento estadual.

- O trabalho sério e competente está dando resultados. Os índices de criminalidade estão caindo, especialmente onde era mais problemático – aqui na região metropolitana de Goiânia.

- Agora, só me falta falar das estradas. Sabemos que algumas delas estão com problemas. Mas a resposta do governo veio rápido. Em janeiro, o governador Marconi Perillo autorizou o investimento de 212 milhões de reais para a manutenção das rodovias ao longo do ano.

- As ações emergenciais já começaram e, ao final do período chuvoso, nos próximos dias, terá início uma ampla operação de reconstrução dos piores trechos.

Para finalizar, ressalto que é nos momentos de crise que descobrimos os gestores que possuem a verdadeira capacidade de superação. Hoje, diante do quadro complicado da economia brasileira, podemos dizer que Goiás tem o privilégio de contar com uma gestão pública séria e competente.

Gestão esta que acredita no planejamento, na valorização e na profissionalização de seus quadros. Garantindo, com isso, a oferta de melhores serviços para a população. Uma gestão que sempre estimulou o espírito guerreiro dos goianos em busca de seu desenvolvimento. E é essa a luta que devemos lutar: a de empurrar nosso estado para frente, longe de picuinhas e ranços anacrônicos.

Estamos no caminho certo.
Muito obrigado.

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