Dia Mundial do Rádio

Nesta segunda-feira, 13, é momento de se celebrar o Dia Mundial do Rádio. A data integra o calendário oficial das Nações Unidas e foi instituída como marco da estreia da primeira programação do órgão, em 1946.
Dado ao seu baixo custo de produção, o Rádio acabou se consagrando como o mais popular veículo de comunicação de massa. Capaz de acessar as áreas mais remotas do globo, as ondas sonoras transmitidas por meio radiofônico seguem levando informações e entretenimento até mesmo às populações mais marginalizadas do planeta.
Radialista há 25 anos, o deputado Ricardo Quirino (Republicanos) diz ser apaixonado por rádio desde a adolescência. No então aparelhinho de pilha, que ganhou de presente do pai, encontrou, ali, um fiel companheiro. Sempre antenado na programação de diferentes estações radiofônicas, acabou colecionando muitos prêmios, conquistados em sorteios de programas de auditório, que o jovem ouvinte fazia questão de acompanhar diretamente dos estúdios das emissoras de sua região.
Foi assim que o representante do Entorno do Distrito Federal acabou ganhando, anos mais tarde, seu primeiro programa de rádio, terminando por se especializar como comentarista de jornalismo esportivo. Quirino deixa, agora, registrada a sua gratidão pelo veículo que tanto o acolheu. "O rádio tem uma importância chave. Primeiro porque atinge, ainda hoje, locais onde a televisão e a internet não chegam. Talvez ele seja mesmo o meio de comunicação mais democrático que temos em nosso País. Para transmitir informação rápida e precisa, ele é essencial. Por mais que a tecnologia avance não vamos perder esse contato".
O deputado também aproveitou a oportunidade para estender a sua homenagem aos colegas radialistas e locutores, exaltando a importância do papel de cada um deles. Segundo Quirino, o maior valor da profissão está presente na própria alcunha dedicada à categoria. Ela resume a relação amistosa e de proximidade existente entre o ouvinte e a rádio. "Afinal, somos os amigos dos caminhoneiros, das donas de casa e demais trabalhadores", lembra, com orgulho, o parlamentar.
Segundo o Ministério das Comunicações, existem hoje mais de 10 mil emissoras de rádio FM e AM ativas no Brasil. O número segue sendo uma comprovação clara de que a profecia que anunciava a extinção do veículo com a chegada da televisão na década de 1950, sempre esteve para lá de equivocada.
História
Desde que as primeiras transmissões cortaram os ares da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, há 130 anos, a tecnologia da radiodifusão vem passando por constante processo de aprimoramento, consolidando uma história de muito prestígio e valor para a promoção da cultura e do conhecimento. Grande pioneiro dessa longa trajetória, o padre gaúcho Roberto Landell de Moura, ainda que pouco conhecido, é considerado, a nível mundial, o autor dos primeiros experimentos, realizados em 1893.
Inicialmente restrita apenas aos circuitos militares, o rádio ganhou sua primeira transmissão civil apenas em 1919, com a Rádio Clube de Pernambuco. Mas o feito de maior reconhecimento e repercussão, em âmbito nacional, viria somente três anos mais tarde, durante as comemorações do Centenário da Independência, em 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro. A transmissão do discurso de abertura do então presidente, Epitácio Pessoa, entrou para a história como o marco oficial de inauguração do empreendimento. A voz do chefe da nação ecoou, na ocasião, também pelos municípios de Niterói, Petrópolis e São Paulo.
A ópera O Guarani, de Carlos Gomes, também se fez presente na estreia, podendo ser ouvida nos salões da exposição naquela mesma noite e no momento exato em que era executada diretamente do Teatro Municipal. Esses acontecimentos selaram a inauguração da primeira estação radiofônica brasileira: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Doada ao governo em 1936, a emissora, fundada por Edgar Roquette-Pinto, está em funcionamento até os dias de hoje, atualmente, com o nome de Rádio MEC.
Neste mesmo ano, o Brasil ganhou, ainda, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Primeira a ter alcance em praticamente todo o território brasileiro, a emissora foi estatizada pelo presidente Getúlio Vargas em 1940 e se tornou o veículo oficial do governo. A estação, que marcou a história da radiofonia no País, integra atualmente o patrimônio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
As décadas de 1940 e 1950 ficaram conhecidas como a Era de Ouro do Rádio, representando o apogeu do veículo no Brasil. Na programação, ganharam destaque as famosas radionovelas, os festivais de música e o radiojornalismo, imortalizado no programa Repórter Esso. Mário Lago, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Paulo Gracindo, Janete Clair, Dalva de Oliveira, assim como Iberê Gomes Grosso, Luciano Perrone, Almirante, Radamés Gnattali e Dorival Caymmi foram alguns dos nomes da cultura nacional consagrados ao longo desse período.