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Audiência pública ressalta importância da atuação da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, que precisa de mais recursos

31 de Maio de 2023 às 12:40
Crédito: Carlos Costa
Audiência pública ressalta importância da atuação da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, que precisa de mais recursos
Audiência pública para realização da prestação de contas dos trabalhos desenvolvidos pela ACCG

Foi realizada no auditório 2 da sede da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na manhã desta quarta-feira, 31, por iniciativa do deputado Amauri Ribeiro (UB), audiência pública da prestação de contas dos trabalhos desenvolvidos pela Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG).

Compuseram a mesa de trabalho, além de Amauri Ribeiro, Jales Benevides Santana Filho, presidente da ACCG; a responsável pela controladoria-geral da associação, Luciana Santos Pereira; e o secretário de serviços médicos da Alego, Eduardo Bernardo. Também estiveram presentes e falaram ao público no encontro as deputadas estaduais Rosângela Rezende (Agir) e Dra. Zeli (UB).

A audiência focalizou o principal braço de atuação da ACCG, o Hospital do Câncer Araújo Jorge, que recebe pacientes de todos os 246 municípios goianos. Desses pacientes, 46,35% provêm da capital; 52,5%, dos demais municípios; e 1,15%, de outros estados.

De cada dez pacientes atendidos no hospital, nove são provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Primeiro a falar na audiência, o deputado Amauri Ribeiro ressaltou que o enfrentamento ao câncer, de custo altíssimo, é oferecido gratuitamente no Araújo Jorge. “O que mais nos assusta é a quantidade de pessoas que buscam tratamento do câncer a cada mês, e essa proporção aumenta gradativamente”, afirmou o deputado, contando que o hospital vem tentando aumentar sua estrutura.

Ribeiro disse que buscará dialogar com todos seus colegas parlamentares para que destinem parte de suas emendas ao Araújo Jorge. Afirmou que seria ideal dobrar a quantia inicial pensada, de R$ 100 mil por deputado, para R$ 200 mil. “Isso permitiria construir uma ala de quimioterapia almejada pelo presidente da ACCG.”

O deputado relatou visitas que fez para ver atendimentos in loco no Hospital Eduardo Jorge e propôs ao público que também fizesse isso.

“É muita luta que tem no Araújo Jorge”

Rosângela Rezende se emocionou ao dizer que se pode contar com ela, nos próximos quase quatro anos restantes de Legislatura, para o apoio ao hospital. “É muita luta que tem no Araújo Jorge”, disse, lembrando ter feito estágio na instituição. Dra. Zeli, por sua vez, argumentou que o total de R$ 8 milhões de emendas almejados por Amauri Ribeiro poderia ser atingido se houvesse também contribuições por parte dos 17 deputados federais goianos.  

Presidente da ACCG, Jales Benevides falou de sua alegria em ser recebido na Casa de Leis. “Agradecemos a oportunidade de fazer a prestação de contas públicas do exercício de 2022 aqui na Alego. Entendemos que isso é uma obrigação da nossa instituição e de todas as demais. Temos um compromisso de transparência na gestão, juntamente com os nossos 1.200 colaboradores.”

O Hospital Araújo Jorge, relatou Benevides, atendeu 70 mil pacientes em 2022, totalizando 1,18 milhão de procedimentos. Para manter essa atividade, há gargalos como a tabela do SUS, que não tem nenhum reajuste há mais de 20 anos, afirmou. O SUS, ressalvou, é um excelente programa, mas não atende por completo o tratamento oncológico da unidade. “Para cumprir nossas necessidades precisamos de doações.”

O gestor da ACCG agradeceu pelas emendas parlamentares: “Sem essas emendas a situação seria pior. Contamos, também, com a ajuda do Poder Judiciário, do Ministério Público (MP), do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT). São parceiros que nos ajudaram a construir apartamentos para o transplante de medula óssea”, disse.  

“Fluxo de caixa apertado”

Responsável pela controladoria-geral da ACCG, a advogada e contadora Luciana Santos Pereira prestou contas dos gastos e receitas da associação. Anualmente, lembrou, essa prestação de contas é feita à Assembleia e diretamente à sociedade em outro evento, realizado na ACCG.

Luciana apresentou balanço patrimonial da associação. A ACCG, disse, administra um fluxo de caixa apertado, que nos últimos dois anos se tornou ainda um pouco mais apertado em função de alguns atrasos nos repasses das fontes pagadoras. “A ACCG não é uma associação que visa o lucro, mas ela precisa fechar com superávit. É uma instituição filantrópica, mas é uma empresa, uma sociedade privada, se bem administrada vai reinvestir todos os recursos, tudo que recebe, todo superávit que tem.”

A gestora informou que, em 2022, houve superávit de R$ 1,16 milhão.

“O objetivo não é acumular riqueza, e sim prestar um atendimento de qualidade ao paciente oncológico”, prosseguiu. “O que sobra a gente reinveste ou em [patrimônio] imobilizado ou no próprio atendimento ao paciente, qualificação dos profissionais, atendimento humanizado, tecnologia da informação e assim por diante”, disse Luciana.

Após discriminar a receita ordinária líquida total da associação em 2022, que foi de R$ 125 milhões, Luciana apresentou a receita extraordinária, de R$ 35 milhões. “Nossa receita ordinária é insuficiente para o custo que tivemos, no ano passado, de pouco mais de R$ 158 milhões. Sem a receita extraordinária a gente não cobre a despesa”, pontuou.

Da receita extraordinária da ACCG, 67% são decorrentes de recursos provenientes de emendas parlamentares ou convênios firmados com o poder público, sobretudo a Secretaria Estadual de Saúde; 22% vêm de doações da iniciativa privada (pessoas físicas e jurídicas); e os 11% restantes, de outras receitas, como vendas de patrimônio desgastado do hospital ou bazares promovidos pela associação.

A apresentação completa desse balanço pode ser vista na transmissão completa do evento no canal do YouTube na Alego.

No final da audiência, Jales Benevides entregou para cinco deputados estaduais o Certificado de Agradecimento: no ano passado, os deputados Amauri Ribeiro (UB), Delegada Adriana Accorsi (PT, hoje deputada federal), Antônio Gomide (PT), Delegado Eduardo Prado (PL) e Paulo Cezar (PL) destinaram emendas parlamentares para o Hospital Araújo Jorge.

Agência Assembleia de Notícias
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