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Instituto faz 90 anos de serviços estatísticos cruciais para o desenvolvimento de políticas públicas no País

05 de Julho de 2024 às 13:23
Instituto faz 90 anos de serviços estatísticos cruciais para o desenvolvimento de políticas públicas no País

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem uma importância que vai para além dos números. É o órgão responsável pela mensuração quantitativa do território brasileiro e de sua população. Com o objetivo de homenagear sua fundação, no 6 de julho comemora-se, anualmente, o Dia da Criação do IBGE. Apesar do instituto ter sido fundado oficialmente no dia 29 de maio de 1936, a data de 6 de julho faz referência ao lançamento do Decreto de Lei nº 24.609, de 1934, que institui a criação do órgão.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) celebra mais um aniversário, com uma trajetória de relevantes serviços prestados ao Brasil e tem desempenhado um papel crucial na produção e disseminação de informações estatísticas e geográficas que auxiliam no planejamento e desenvolvimento do País.

O Instituto Nacional de Estatística (INE), nome inicialmente dado, foi criado em 6 de julho de 1934, com a promulgação do Decreto nº 24.609. Anos mais tarde, em 1936, o INE foi instalado pelo então presidente Getúlio Vargas e passa a ser, oficialmente, a entidade responsável pela coordenação do Sistema Estatístico Nacional.

O IBGE foi criado em 26 de janeiro de 1938, por meio do Decreto-Lei nº 218, a partir do Instituto Nacional de Estatística (INE), e passou a incluir dois órgãos autônomos: o Conselho Nacional de Geografia (CNG) e o Conselho Nacional de Estatística (CNE). O instituto foi criado com o intuito de centralizar e padronizar as estatísticas oficiais, tornando-se a principal entidade responsável pela coleta, análise e divulgação de dados demográficos, econômicos, sociais e geográficos.

Na opinião do deputado estadual Talles Barreto (UB), o “IBGE é fundamental para o conhecimento da realidade brasileira devido à capacidade que possui de produzir dados estatísticos e informações geográficas de qualidade. Esses dados são essenciais para entendermos a demografia, condições sociais, entre outros aspectos que compõem a realidade do País, como a economia”. Ele diz que a “falta dessas informações dificultaria o trabalho dos governos, empresas e sociedade civil, no sentido de planejarem políticas públicas, investimentos e iniciativas que realmente atendam às necessidades do Brasil”.

Primeiros censos

O IBGE conduziu seu primeiro Censo em 1940, sendo responsável por oito dos 12 censos realizados até hoje, visitando todos os domicílios do País e primando pelo rigor estatístico a fim de retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania.

Contudo, o Censo já era realizado desde 1872, bem antes da criação do instituto. A execução do levantamento estatístico havia sido prevista em lei assinada em 1870, que criava um Diretório Geral de Estatística para conduzir a pesquisa. A data-base estabelecida para a coleta de dados foi 1º de agosto de 1872, e os recenseadores saíram a campo distribuindo os formulários ou preenchendo-os, no caso de o entrevistado ser analfabeto (quase 70% da população).

O primeiro grande desafio do IBGE foi a realização do Censo Demográfico de 1940, o primeiro a ser conduzido pelo instituto, que contou com um grande esforço logístico e metodológico para cobrir todo o território nacional. Este Censo estabeleceu um marco na história da estatística brasileira, fornecendo dados essenciais para o entendimento da população e de suas características.

O IBGE, sigla que desde 1940 ostenta o nome completo de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nasceu em 1936, impulsionado pela necessidade de um órgão nacional dedicado à produção de dados confiáveis sobre o território e a população brasileira. Desde então, sua história se entrelaça com o desenvolvimento do País, fornecendo informações essenciais para o planejamento estratégico e a tomada de decisões em diversos setores.

Os Censos Demográficos realizados nas décadas de 1950, 1960 e 1970 marcaram a era pioneira do IBGE. Inovações na coleta de dados e na análise estatística consolidaram a instituição como referência nacional em geociências e estatística. Em 1967, a autarquia se transformou em Fundação, ganhando autonomia administrativa e financeira, além de personalidade jurídica própria. Essa mudança estratégica possibilitou a criação de três órgãos autônomos: o Instituto Brasileiro de Estatística (IBE), o Instituto Brasileiro de Geografia (IBG) e a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).

As décadas de 1980 e 1990 foram palco de profundas transformações no IBGE. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), iniciada em 1987, trouxe refinamento e abrangência às informações sobre hábitos de consumo e composição dos orçamentos domésticos. O 10º Censo Geral do Brasil, realizado em 1991 sob o lema "Ajude o Brasil a ter um bom censo", incorporou novas metodologias, como a criação de uma comissão consultiva, o Projeto Escola e a disponibilização dos resultados em disquetes, adaptando-se às novas realidades sociais e econômicas do país.

O início do século XXI foi marcado pela consolidação e inovação tecnológica no IBGE. O Censo Demográfico de 2000 introduziu a digitalização dos questionários por meio do reconhecimento óptico de caracteres, enquanto a coleta de dados ainda era feita manualmente. Já o Censo de 2010 se destacou pelo uso pioneiro da tecnologia móvel para a coleta de dados, aumentando a precisão e a eficiência do processo. A adoção de computadores de mão com GPS (PDAs) pelos recenseadores representou um marco na modernização das atividades do órgão. Além disso, investimentos contínuos em capacitação profissional e modernização da infraestrutura garantem a qualidade e a confiabilidade das estatísticas produzidas pela instituição.

A credibilidade e a precisão das informações produzidas pela instituição são reconhecidas nacional e internacionalmente. Ao celebrar seus aniversários, o IBGE reafirma seu compromisso com a excelência na produção de estatísticas e informações geográficas, contribuindo para um Brasil mais bem informado e preparado para os desafios do futuro. A história do IBGE é um relato de dedicação, inovação e serviço à nação, refletindo o esforço contínuo de seus profissionais.

Último censo

O IBGE disponibilizou, em 2022, os totais de população residente e de domicílios por setores censitários preliminares e agregados por subdistritos e distritos. Os setores censitários são as unidades territoriais de coleta do Censo Demográfico. Está sendo divulgada, também, a malha de setores censitários preliminares, contendo os arquivos vetoriais digitalizados dos setores censitários que representam o território brasileiro. Trata-se de uma base de dados por meio da qual é possível fazer uma ampla gama de análises e estudos técnicos, com a composição de recortes personalizados de acordo com o interesse do usuário. Ao todo, 452.338 setores censitários estão distribuídos pelos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito de Fernando de Noronha.

Segundo o Censo 2022, a população brasileira chegou a 203.080.756 habitantes em 1º de agosto de 2022. Se compararmos com o Censo 2010, notamos que nossa população cresceu 6,5% desde aquele ano até 2022. E, durante esses 150 anos da realização do primeiro Censo Demográfico até o último, a população brasileira aumentou em mais de 20 vezes, totalizando um acréscimo de 193,1 milhões de habitantes, com a média anual de crescimento diminuindo desde a década de 60.

Para Talles Barreto, “com o fornecimento de dados precisos e atualizados, o IBGE contribui de forma direta e significativa embasando decisões estratégicas. Essas informações são essenciais, também, para atrair investimentos, melhorar a eficiência na alocação de recursos, entender dinâmicas regionais/locais e, desse modo, promover o desenvolvimento socioeconômico”.

A existência do instituto é essencial para o Brasil, avalia, sobretudo formulação de políticas públicas. “Se o IBGE não existisse, o Brasil enfrentaria várias consequências negativas, como a falta de dados confiáveis e atualizados, o que dificultaria o planejamento estratégico. Isso poderia levar a decisões mal informadas, desperdício de recursos, desigualdades regionais ampliadas e dificuldades na implementação de políticas públicas eficazes. Além disso, a ausência de um órgão como o IBGE comprometeria a capacidade do País de monitorar indicadores importantes para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental”, comentou Barreto, em entrevista à Agência de Notícias da Assembleia.

Eduardo Horácio
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