Casa recebe, nesta 3ª-feira, exposição para celebrar identidade e cultura afro-brasileiras
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) recebe, nesta terça-feira, 19, a exposição "Herança e Ancestralidade: Seguindo os passos de Pai João de Abuke". A abertura da mostra será às 19h30, no saguão do bloco A, no Palácio Maguito Vilela. O evento dá continuidade às atividades culturais da Casa de Leis, contemplando ainda as ações do Dia de Consciência Negra nesta quarta-feira, 20, feriado que pela primeira vez, oficialmente, será celebrado em todo o País.
João Martins Alves, mais conhecido como Pai João de Abuke, nasceu em Juazeiro, na Bahia, e chegou a Goiás na década de 1960, onde abriu sua casa e se tornou o precursor do candomblé no Estado. Criou o Afoxé, para abrir os carnavais de Goiânia, com uma missão de levar o axé para as ruas, com o objetivo de quebrar o preconceito religioso da cidade na década de 1990.
No dia 20 de setembro de 2006, Pai João faleceu em Goiânia, se tornando o primeiro ancestral de Goiás. Na tradição africana, o ancestral é visto como protetor de seu povo; por isso mesmo, após a sua morte, em cada festa, canto ou oferenda, a memória do Pai João de Abuke é revivida.
Ao trazer a memória daquele líder e de outros mestres, o projeto proposto pela Associação Desportiva Cultural de Capoeira Mestre Bimba e o Fórum de Religiões de Matriz Africana do Estado de Goiás envolve parceria com diversas entidades da sociedade civil, povos de terreiro, comunidades de matriz africana, grupos de capoeira angolanos e regionais, grupos musicais e teatrais, agentes culturais, empreendedores culturais, pontos de cultura, mestres, e griôs da tradição afro-brasileira.
A proposta é realizar ações articuladas e integradas, como o programa de ações de valorização da memória, saberes e fazeres dos povos de terreiro, composta por fotografias e objetos do candomblé, e promover roda de conversa abordando o tema "Povos de terreiro na luta por direitos e justiça socioambiental".
A iniciativa é vista como forma de mobilizar vários grupos ligados à cultura afro-goiana, realizando ações integradas do projeto e promovendo um ambiente de valorização, preservação da identidade e da cultura afro-brasileira, além de ser um incentivo contra o racismo e superação da intolerância religiosa.