LDO 2026 chega ao Legislativo

Texto prevê receita total de R$ 43,7 bilhões para o próximo ano, valor a nortear a elaboração da futura Lei Orçamentária Anual. A proposta inicia tramitação no Legislativo e será analisada nas comissões técnicas antes de voto em Plenário.
O governador Ronaldo Caiado (UB) encaminhou, à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2026. O documento foi enviado à Casa em 28 de abril, restando dois dias para o fim do prazo regimental.
A LDO é uma das três peças que compõem o planejamento orçamentário do governo, ao lado do Plano Plurianual (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ela estabelece as prioridades para o exercício seguinte, além de orientar a elaboração do orçamento propriamente dito. O texto define metas fiscais, limites de despesas e critérios para a realização de investimentos.
Números
De acordo com o anexo de metas fiscais do projeto enviado pela Governadoria, a previsão de receita total é de R$ 43,7 bilhões. Os dados acrescentam que a maior parte da receita prevista é de natureza corrente, somando R$ 41,3 bilhões. Dentro dessa categoria, a arrecadação com tributos representa R$ 27,1 bilhões. O estado estima, ainda, resultado primário positivo de R$ 401 milhões em 2026 — o que significa que a receita será suficiente para cobrir as despesas, excluindo-se os encargos da dívida pública.
A despesa total projetada para 2026 gira em torno de R$ 43,6 bilhões. Desse montante, R$ 21,3 bilhões estão reservados para gastos com pessoal e encargos sociais. Os investimentos programados somam R$ 3,3 bilhões, enquanto a reserva de contingência — usada para cobrir riscos fiscais — foi fixada em R$ 420 milhões.
Outro dado relevante diz respeito à dívida consolidada líquida do e4stado, estimada em R$ 24,9 bilhões. O valor está dentro do limite estabelecido pela legislação federal, que é de R$ 34,3 bilhões. A proposta também menciona a operação de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de até R$ 536 milhões, dentro do Programa de Modernização da Gestão Fiscal (Profisco III).
O projeto estabelece como prioridades o fortalecimento da educação e da saúde públicas, a segurança, a proteção social, as obras de infraestrutura e mobilidade urbana, além do desenvolvimento econômico e da modernização da gestão pública.
Tramitação
O prazo para que o processo seja votado em definitivo se encerra antes do recesso parlamentar de julho. No processo legislativo, o texto será analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), pela Comissão Mista e pela Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento (CTFO).
Em todo esse percurso, a proposta poderá ser emendada pelos deputados. A participação popular é assegurada por meio de audiências públicas, de onde os parlamentares também colhem sugestões a serem analisadas pela Alego antes da consolidação da proposta final. As emendas apresentadas ao texto deverão seguir as regras estabelecidas na própria LDO, que incluem critérios técnicos e limites de execução.
A LDO serve de base para a elaboração da LOA, que será encaminhada até o fim de setembro. A LOA detalha, por programa e ação, quanto cada órgão ou setor do governo poderá gastar em 2026.