Da tribuna, deputado Cairo Salim critica decisão do CNJ em ação sobre aborto
Durante a sessão ordinária realizada desta tarde, o deputado Cairo Salim (PSD) utilizou a tribuna, no Pequeno Expediente, para manifestar indignação com a abertura de processo administrativo disciplinar pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a juíza Maria do Socorro de Souza Afonso e a desembargadora Doracy Lamar Rosa da Silva Andrade, ambas do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). As magistradas foram responsabilizadas por decisões judiciais que impediram a realização de um aborto legal por uma adolescente de 13 anos.
O parlamentar iniciou a fala demonstrando surpresa e revolta com a notícia do afastamento da juíza, afirmando que o CNJ estaria agindo para obrigar a família da menor a interromper a gestação. “O Conselho Nacional de Justiça quer que a magistrada goiana e a desembargadora obriguem a família a fazer um aborto. É isso que o CNJ brasileiro quer”, protestou.
Cairo Salim reconheceu a gravidade do caso, envolvendo estupro, mas questionou a condução da justiça nacional. “O trauma já vai ficar na criança de todo jeito, na adolescente. Agora, obrigar a família, sem ouvir o pai e a mãe? Quem o governo brasileiro pensa que é? A Justiça brasileira pensa que é? Para mandar em uma vida?”, indagou.
O deputado destacou sua defesa da vida e criticou duramente aqueles que, segundo ele, relativizam a criminalidade em favor da autorização do aborto. “Vocês que defendem os estupradores, que não querem que estupro seja crime hediondo, na hora que vem uma gravidez indesejada, querem que mate”, declarou.
Dirigindo-se aos estudantes do Colégio Militar José Ribamar de Souza, de Goiânia, presentes à sessão, Cairo Salim lamentou o que chamou de inversão de valores no país. “Nós vivemos num país dos malandros. Então vocês estudem, levem a sério, porque vencer na vida aqui nesse país não é para qualquer um, não é para amadores”, aconselhou.
Ao encerrar o pronunciamento, o parlamentar reiterou apoio às magistradas goianas e fez críticas contundentes ao CNJ. “O meu aplauso e o meu reconhecimento ao Tribunal de Justiça de Goiás, à desembargadora Doracy Lamar Rosa da Silva Andrade e à juíza Maria do Socorro de Souza Afonso”, finalizou.