Plenária regimental

Pronunciamentos da tribuna e a leitura de veto à redenominação de colégio em Jussara deram o tom da sessão ordinária desta 3ª-feira, 20. Temas como a gestão de Goiânia e decisão sobre o aborto pautaram as falas dos deputados.
A sessão ordinária desta terça-feira (20), na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), foi dominada por pronunciamentos parlamentares que abordaram desde a gestão municipal de Goiânia até temas nacionais controversos, como o aborto. Além da discussão de matérias constantes da Ordem do Dia, houve, ainda, a leitura de um veto do Poder Executivo à redenominação de colégio estadual em Jussara e de um relatório de contrato de gestão da Secretaria da Retomada. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB).
No início, houve a leitura, no Expediente, do veto integral do governador Ronaldo Caiado (UB) ao autógrafo de lei nº 201, de 23 de abril de 2025. A vedação consta do processo nº 11813/25, que incide sobre o projeto de lei nº 1609/23, de autoria do deputado Virmondes Cruvinel. A proposta trata da mudança de denominação do Colégio Estadual Marechal Rondon, localizado no município de Jussara, que passaria a se chamar Colégio Estadual Rui Barbosa da Silva, com o objetivo de valorizar a história e identidade local por meio da nova nomenclatura.
Gestão municipal
O deputado Clécio Alves (Republicanos) utilizou a tribuna, no Pequeno Expediente, para rebater declarações que atribuiu ao prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, sobre supostos prejuízos causados à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Alves interpretou as falas como uma indireta a ele e desafiou o prefeito a apresentar provas de qualquer irregularidade, afirmando que, caso contrário, Mabel estaria prevaricando.
O parlamentar defendeu sua trajetória política, construída, segundo ele, com trabalho e compromisso, e criticou a atual administração da capital, descrevendo-a como "abandonada, de lixo por todo lado, cheia de mato". Posteriormente, na Ordem do Dia, Alves voltou a criticar o prefeito, denunciando uma suposta "indústria da multa" por meio de câmeras de videomonitoramento. Ainda, se posicionou contra a prorrogação do decreto de calamidade pública em Goiânia e a cobrança da "taxa do lixo".
Expomóvel
A deputada Bia de Lima (PT) repercutiu a realização da Mostra do Polo Moveleiro do Jardim Guanabara (Expomóvel), evento que ocorre no saguão da Alego até sexta-feira (23) e visa a dar visibilidade ao setor, cujo potencial de geração de empregos foi louvado pela petista. Também parabenizou os pedagogos pelo seu dia, celebrado em 20 de maio, e defendeu a valorização da categoria. Mais tarde, na discussão de matérias da Ordem do Dia, a deputada contrapôs falas do deputado Amauri Ribeiro, afirmando que os posicionamentos do colega têm "envergonhado o Parlamento goiano" e pedindo respeito e educação nos debates.
O deputado Ricardo Quirino (Republicanos) chamou a atenção para as conferências sobre os direitos das pessoas idosas que estão ocorrendo em todo o Brasil. Ele relatou sua participação na primeira conferência intermunicipal em Hidrolândia e ressaltou a importância desses eventos para que os municípios discutam e exponham ideias sobre as políticas públicas voltadas para a população 60+, cujas reivindicações serão levadas ao encontro nacional.
Colégios militares
Em seu primeiro pronunciamento, o deputado Amauri Ribeiro (UB) questionou a cobertura da imprensa goiana sobre processos judiciais envolvendo seu nome. Afirmou que as ações não prosperaram e que a mídia não deu o mesmo destaque à rejeição destes. Posteriormente, na Ordem do Dia, Ribeiro defendeu a ampliação do número de Colégios da Polícia Militar (CPMGO) no estado, argumentando que as instituições educam, geram disciplina e protegem professores. Ele também comentou que "a juventude de colégio militar é bolsonarista, ou seja, possui princípios e ideais".
O deputado Cairo Salim (PSD) manifestou indignação com a abertura de processo administrativo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra duas magistradas do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), responsabilizadas por decisões que impediram um aborto legal em uma adolescente de 13 anos. Salim acusou o CNJ de querer obrigar a família a realizar o aborto e, embora reconhecendo a gravidade do estupro, defendeu a vida e criticou o que chamou de "inversão de valores no país", reiterando seu apoio às juízas goianas.
O deputado Delegado Eduardo Prado (PL) utilizou a tribuna para destacar a realização da edição 2025 do Dia Livre de Impostos, programado para 29 de maio. Ele explicou que a iniciativa nacional da CDL Jovem visa a conscientizar sobre a alta carga tributária brasileira, que, segundo ele, corresponde a 153 dias de trabalho do brasileiro e afeta o crescimento econômico e o poder de consumo.