Ícone alego digital Ícone alego digital

Desocupação em Goiás é a segunda menor em 13 anos. Projetos do Legislativo buscam aprimorar o mercado de trabalho

18 de Agosto de 2025 às 15:30
Desocupação em Goiás é a segunda menor em 13 anos. Projetos do Legislativo buscam aprimorar o mercado de trabalho

O Estado de Goiás registrou, no segundo trimestre de 2025, a segunda menor taxa de desocupação desde o início de 2012. O índice foi de 4,4%, só não inferior ao de 3,9% verificado nos últimos três meses de 2013.

A taxa de desocupação em Goiás é atualmente a oitava menor do país. No Brasil, a taxa do segundo trimestre deste ano, 5,8%, foi a mais baixa dos últimos 13 anos.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, do IBGE, que teve uma primeira divulgação no final de junho e outra no último dia 15 de agosto, com reponderação que incluiu resultados do último Censo Demográfico. Os indicadores podem ser explorados no Painel Interativo da PNAD Contínua.

Alguns economistas consideram o mercado de trabalho brasileiro atual um cenário de pleno emprego, termo utilizado em situações em que todos os dispostos e aptos a trabalhar estão inseridos no mercado de trabalho. O IBGE não usou o termo na última divulgação.

Não há consenso de qual taxa caracteriza o pleno emprego, mas nunca é 0% de desocupação por haver desempregos permanentes, como o friccional (transição de trabalhadores entre empregos) e o estrutural (mudanças estruturais no mercado, como avanços tecnológicos, demandam que trabalhadores adquiram novas habilidades, o que não é imediato).

Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, 34 mil pessoas saíram da desocupação em Goiás, havendo agora, no Estado, um contingente de 180 mil pessoas que são consideradas integrantes da chamada força de trabalho, mas não têm ocupação.

Outro indicador da última PNAD Contínua é um rendimento médio mensal de R$ 3.477 no país, o maior já registrado. A renda dos goianos é próxima à média nacional: R$ 3.437.

Sem registro

A informalidade, por sua vez, embora decrescente, continua alta no país e corresponde a 37,8% da população ocupada no segundo trimestre deste ano. Em Goiás é um pouco menor, 35,0%.

Para calcular a informalidade, o IBGE contabiliza empregados no setor privado e empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além de empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

André do Premium (Avante) apresentou projeto de lei para mitigar o problema. Trata-se do estabelecimento de diretrizes para atendimento de mulheres trabalhadoras em situação de informalidade e trabalhadoras em situação de vulnerabilidade (processo no 4579/24).

A essas mulheres seriam oferecidas, por exemplo, educação financeira, securitária e previdenciária, além de auxílio para regularização fiscal e, especificamente àquelas em trabalhos informais, cursos gratuitos de aprimoramento profissional.

Proposições buscam tornar o mercado de trabalho menos desigual

Projetos de lei de 2025 em trâmite na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) abordam outros aspectos específicos do aquecido mercado de trabalho goiano.

Antônio Gomide (PT) propõe, com a matéria no 9068/25, a criação de uma central de empregos para pessoas com deficiência (PcD). Ao cadastrar essas pessoas, a central identificaria suas habilidades, competências e interesses profissionais. Complementarmente, cadastraria empregadores interessados em contratar PcD, identificando as vagas disponíveis e os requisitos necessários, entre outras atribuições.

Essa central seria vinculada “à Secretaria de Estado da Retomada ou à pasta que vier a sucedê-la nas atribuições relacionadas ao trabalho e à inclusão social”.

O IBGE não faz uma divulgação constante dos indicadores relativos às PcD no mercado de trabalho, mas publicou a respeito, em 2023, um módulo da PNAD Contínua com dados de 2022. Esse módulo revelou uma disparidade: a taxa de desocupação era semelhante entre as pessoas com e sem deficiência, mas o rendimento daquelas alcançava apenas 69% do grupo sem deficiência.

Em outro projeto, Paulo Cezar Martins (PL) dispõe sobre a reserva de vagas de emprego para mães desempregadas em razão da dedicação exclusiva aos filhos com transtorno do espectro autista (TEA) nas empresas prestadoras de serviços ao Estado de Goiás (processo no 11403/25).

Fica reservado, segundo o projeto, 5% das vagas de emprego dos prestadores de serviços ao Estado de Goiás “para as mães que estejam desempregadas em razão da dedicação exclusiva aos filhos com transtorno do espectro autista”.

Essa reserva, conforme disposto no projeto, seria estendida a editais de licitação e contratos e se aplicaria a todos os cargos oferecidos. “Essas mães enfrentam desafios significativos ao equilibrar as demandas de cuidar de seus filhos com a inserção profissional, o que muitas vezes resulta em desemprego ou subemprego”, argumenta Paulo Cezar, ao justificar a matéria.

Bia de Lima (PT), por fim, propõe mudar a Política Estadual Goiás Gera Emprego e Renda para que ela seja norteada “pelos princípios da sustentabilidade, inclusão social, e inovação, buscando promover um desenvolvimento equitativo e duradouro para todas as regiões do Estado” (processo no 15888/25).

Esse desenvolvimento equitativo passaria, por exemplo, por medidas como a descentralização da produção industrial e agroindustrial e por linhas de crédito e/ou incentivos a serem destinados aos setores produtivos e de serviços no interior do Estado.

Agência Assembleia de Notícias
Compartilhar

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse nossa política de privacidade. Se você concorda, clique em ESTOU CIENTE.