Amauri Ribeiro contesta decisão contra Bolsonaro e aponta seletividade da Justiça
O deputado Amauri Ribeiro (UB) fez uso da tribuna, na deliberação da Ordem do Dia desta quarta-feira, 17, para comentar a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro em processo por racismo, que impõe pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão.
O parlamentar demonstrou inconformismo com a decisão judicial e afirmou que há tratamento diferenciado quando se trata de posicionamentos de lideranças políticas do país. “Bolsonaro foi condenado a pagar um milhão de reais por racismo. Foi um caso em que nem a pessoa citada se sentiu ofendida, não houve denúncia direta, mas a Justiça entendeu por condenar”, declarou.
Amauri Ribeiro comparou a decisão com declarações de outras autoridades, que, segundo ele, não receberam a mesma repercussão judicial ou midiática. “Quando falas vêm da direita, tudo se transforma em crime. Contudo, declarações do presidente Lula, que já foram classificadas como preconceituosas, não sofreram interpelações na Justiça”, afirmou.
Em sua fala, o deputado também criticou o que considera perseguição política no Brasil. “Nós não sabemos mais o que se pode e o que não se pode dizer. O que está escrito na Constituição parece não prevalecer, porque as decisões se dão conforme o entendimento momentâneo da Justiça”, argumentou.
O parlamentar ainda fez referência a debates recentes no Parlamento envolvendo a descriminalização das drogas, manifestando preocupação com posições defendidas por alguns setores. Para ele, tais propostas enfraquecem princípios que devem nortear a educação e a proteção da juventude.
Ao concluir, Amauri Ribeiro reforçou sua crítica ao que classificou como contradições políticas e jurídicas no país. “Pregam democracia, mas não aceitam ser criticados. Pregam liberdade, mas limitam a nossa. Defendem a justiça, mas ela atinge apenas um lado. Essa é a realidade que precisamos enfrentar”, arrematou.