A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por meio da Seção de Atividades Culturais da Casa, em parceria com as Seções de Serviço Social e de Serviços Médicos, bem como da Diretoria Geral e Mesa Diretora, realiza na manhã desta terça-feira, 1º, o evento Setembro Verde. Trata-se de Campanha de Conscientização da Doação de Órgãos.

Espera-se, também, para este Setembro Verde o anúncio por parte do governador Marconi Perillo (PSDB) da sanção do projeto de lei nº 3.550/14, do deputado Helio de Sousa (DEM), presidente da Alego, que institui o auxílio funeral a pessoas cujos familiares tenham autorizado doação de órgãos.

Além da distribuição de folders pelos servidores das áreas envolvidas na promoção do Setembro Verde, será realizada uma palestra pelo médico Luciano Leão, Gerente da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO). Ele adiantou que as palestras que realiza fazem parte de uma estratégia da Central para divulgação da importância de ser doador de órgãos.

Luciano Leão aponta os principais aspectos relacionados ao ato de doar órgãos no intuito de sensibilizar as pessoas e desmistificar o assunto. "Queremos fazer com que as pessoas se sensibilizem e entendam a doação de órgãos e tecidos. Hoje, a legislação é bem clara. Se as pessoas não forem doadoras de maneira espontânea, as famílias não vão ter como autorizar."

Ele abordará aspectos jurídicos, éticos, operacionais e de logística, que envolvem a doação de órgãos. Segundo Luciano Leão, a maior dificuldade é desmistificar os riscos para o possível doador. Ele afirma que o processo não coloca a vida do doador em risco. “As leis brasileiras estão entre as mais rígidas do mundo e o cumprimento dos protocolos é fiscalizado pelo Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina. Não há um caso sequer, na literatura médica mundial, de falso diagnóstico de morte encefálica.”

De acordo com o gerente da CNCDO-GO, a ética da doação de órgãos está intimamente ligada ao fato de ser um gesto altruísta, sem qualquer possibilidade de remuneração ou escolha de quem será beneficiado com o transplante, uma vez que há uma fila de espera única, válida para todo o País, e é preciso haver compatibilidade entre o órgão doado e o receptor.

Para Diretor Geral da Alego, Fabiano Gomes de Oliveira, a parceria da CNCDO-GO com a Assembleia simboliza o significado da doação. “É uma união para colaborar com milhares de pessoas que hoje precisam de um órgão para transplante. Doar é o maior ato de amor que podemos realizar em nossa existência. Esta atitude representa continuidade e renascimento para muitos cidadãos que aguardam em fila por um transplante de órgão.”

A Central

A CNCDO-GO foi criada em 1998 e é vinculada ao sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. De lá para cá, já foram realizados mais de 12 mil transplantes, principalmente de córneas e rins. O ano de 2012 foi o mais produtivo até agora, com 1.104 transplantes, sendo 43 de medula óssea, 962 de córnea, 73 de rins e 6 de pâncreas+rins. Em 2013, foram realizados 918 transplantes (52 de medula óssea, 793 de córneas, 71 de rins e 2 de pâncreas+rins). Em janeiro de 2014 foram realizados 73 procedimentos, sendo 4 de medula óssea, 66 de córnea e 3 de rins. A lista de espera por um órgão em Goiás tem, até o momento, quase mil inscritos. São 698 pessoas esperando por uma córnea, 256 precisam de um rim, 1 paciente espera por coração e 4 pessoas precisam de transplante de pâncreas/rim. Total: 959 pessoas na fila de espera.