O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Violação dos Direitos de Crianças e Adolescentes, deputado Carlos Antonio (SD), e a vice-presidente, deputada Delegada Adriana Accorsi (PT), fizeram um balanço das oitivas desta quarta-feira, 2. Foram ouvidos a presidente do CEVAM, Maria Cecília do Vale, e da diretora da entidade, Maria das Dores Soares, além do titular da Delegacia de Piracanjuba, Dr. Vicente de Paulo. 

“Hoje tratamos das políticas públicas para o atendimento da criança e adolescente que são vítimas de abuso sexual. Sabemos que o CEVAM pode contribuir muito com estatísticas. Somente neste ano de 2015, foram notificados lá 585 casos. Imagine se nesse primeiro momento, não tivesse esse atendimento do CEVAM?”, indagou Carlos Antonio, frisando a importância do trabalho da Entidade.

Para a deputada Adriana Accorsi, o depoimento das representantes do CEVAM foi muito importante porque vai orientar não só a CPI como o mandato da parlamentar. “O CEVAM trouxe a sua experiência de uma instituição que abriga vítimas de abuso sexual e doméstico há mais de 30 anos”, comentou a deputada.

Adriana Accorsi lembrou que o delegado se deparou com um dos piores casos existentes no Brasil, em que um irmão mais velho abusava sexualmente dos quatro irmãos mais novos, com a conivência dos pais. “Essas crianças eram colocadas em situação de exploração sexual por outras pessoas da cidade, que já foram presos. Trata-se de um ex-vereador e ex-candidato a prefeito, mostrando que o poder político e econômico são fatores preponderante  na exploração sexual de crianças”, explicou.

Ao final das entrevistas, o presidente da CPI informou que a Comissão está tentando agendar uma audiência com o ministro da Educação, Renato Janine, e com representantes das Secretarias estaduais de Educação e Saúde para discutir o que pode ser feito no atendimento básico às vítimas.