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Comissão de Turismo debateu, nesta 4ª-feira, situação do segmento com secretários da região "Pegadas no Cerrado"

24 de Março de 2021 às 16:16
Crédito: Divulgação
Comissão de Turismo debateu, nesta 4ª-feira, situação do segmento com secretários da região "Pegadas no Cerrado"
Desafios do turismo na região "Pegadas do Cerrado"

Encontro virtual promovido pela Comissão de Turismo do Legislativo goiano na manhã desta quarta-feira, 24, contou com a participação de secretários e representantes municipais do segmento na região do Circuito Turístico Pegadas no Cerrado, e do presidente da Agência Estadual de Turismo (Goiás Turismo), Fabrício Amaral. A reunião foi conduzida pelo presidente do colegiado na Assembleia, deputado Coronel Adailton (Progressistas), via Skype, e levou a encaminhamentos importantes após a apresentação de diversas demandas do setor.

O encontro foi uma oportunidade para a troca de ideias, sugestões e apresentação de demandas. Coronel Adailton frisou que a comissão está sempre à disposição para apoiar as cidades e ressaltou a importância do bate-papo em relação aos rumos do turismo na região. Ao encerrar os trabalhos, o parlamentar disse que a Alego está à disposição para impulsionar o turismo no estado, já que enxerga o segmento como mola propulsora para alavancar a geração de emprego e renda nos municípios. A reunião foi mediada pela integrante da Comissão de Turismo da Casa, Cacilda Morais.

Uma das demandas mais pontuadas durante o encontro foi a necessidade de sinalização turística, voltada a evidenciar os atrativos de cada cidade. Outro ponto abordado com frequência foi em relação ao momento difícil que os municípios têm enfrentado diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus (covid-19). 

O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, disse que tem trabalhado no acolhimento dos secretários, e reconheceu a dificuldade do momento para o setor. Além disso, destacou as medidas que têm sido tomadas pelo Executivo estadual, junto ao Governo federal, para tratar de auxílio para setor de eventos e turismo, com planejamento até 2022. "O turismo vai demorar para voltar. Precisamos de medidas a mais longo prazo", salientou.

No que se refere às demandas principais, Amaral disse reconhecer a importância da sinalização para os municípios, mas relembrou que a Goiás Turismo não tem recursos para tais obras. Ele sugeriu o agendamento com órgãos como o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). “Além de vocês poderem contar com emendas dos parlamentares para promover a sinalização”, lembrou.

Na oportunidade, Fabrício Amaral anunciou que agora em março seria iniciada a Expedição Sertões, voltada a percorrer, no período de quatro ou seis semanas, os municípios que integram o circuito, com a presença de autoridades e atrações artísticas. Entretanto, a iniciativa precisou ser adiada em função do agravamento da pandemia em Goiás. “O evento já está contratado e deverá acontecer no segundo semestre”, informou. 

Com a finalidade de dar suporte às cidades envolvidas no segmento turístico, o presidente da Goiás Turismo anunciou a assinatura de um convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no montante de R$ 1 milhão, que irá contemplar consultorias até o fim do mandato. Com entusiasmo, ainda mencionou o planejamento de ações voltadas à promoção do turismo no estado. "Precisamos aprovar uma lei da rede estadual de trilhas para tornar Goiás uma referência, com geração de emprego e renda", finalizou. 

Participação efetiva

A secretária de Cultura e Turismo de Chapadão do Céu, Flávia Ficher, ressaltou que a realidade do município não é diferente dos outros, por causa da pandemia. “Temos projetos, mas temos respeitado todos os decretos. Também estamos sinalizando a cidade. O objetivo é fazer melhor do que foi feito até hoje”.

Por sua vez, o secretário de Turismo de Aurilândia, Jonas Cardoso, também falou sobre o momento desafiador para o setor no município quanto ao enfrentamento da pandemia. Ele apresentou como demanda mais urgente a duplicação da rodovia GO-060, que liga até Trindade, no trecho entre as cidades de Iporá e São Luís de Montes Belos (GO-060). “Isso iria reduzir os acidentes e seria mais atrativo para a vinda de pessoas em visita à nossa região, além da sinalização”, frisou.

O empresário João Reylen Barbosa Bispo, que também ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho Municipal de Turismo de Caiapônia (Comtur), disse que são necessárias iniciativas de infraestrutura, como sinalização e melhoria no acesso a atrativos como a cachoeira Santa Helena. Para ele, outros tipos de intervenções no que tange à infraestrutura também são importantes, como aquelas voltadas para melhorar o escoamento da produção. “Precisamos que voltem os olhos para nossa região”, disse.

Beto Costa, representante de Jataí, complementou o pedido de Reylen quanto à sinalização dos atrativos na chegada da cidade, para que Jataí também possa ser contemplada. “Temos quatro acessos à cidade e é um pedido antigo”, destacou.

A secretária de Turismo de Maurilândia, Patrícia Vieira Batista, fez coro com os colegas em relação à falta de sinalização dos atrativos do município. Ela enfatizou os projetos da atual gestão, como a reestruturação do parque às margens do Rio Verdão, onde ocorre Rally de Boia (suspenso em decorrência da pandemia), além da exploração de cachoeiras, e a continuidade de iniciativas antigas. "Vamos incluir o município no Mapa do Turismo de Goiás", afirmou. 

Representante de Perolândia, Winter Pereira da Silva falou das dificuldades com a pandemia, mas enunciou que a cidade conta com bastante projetos voltados ao turismo. “O município foi inserido no Mapa do Turismo, recentemente. Isso é muito importante, porque traz benefícios”, disse. Porém, lamentou que os atrativos tenham sido suspensos por causa da pandemia. "Tínhamos a cavalgada, que sempre reuniu pessoas de vários lugares”. Ele também alertou para a importância da sinalização e falou sobre o projeto de construção do Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que, segundo ele, tem demandado esforço da gestão local.

A secretária de Turismo de Piranhas, a turismóloga Janilda Silva, ressaltou a dificuldade do setor em uma perspectiva coletiva. "Tudo está muito difícil na realização de projetos e visitação aos pontos turísticos”, disse. Ao assinalar os atrativos do município como grutas e cachoeiras, relatou a dificuldade de entendimento com fazendeiros, já que a maior parte das atrações, segundo ela, estão dentro das propriedades privadas. 

Por sua vez, o secretário de Turismo de Bom Jardim, Dione Martins, foi muito específico quanto ao maior problema enfrentado na cidade: a necessidade de infraestrutura da BR-158, via de acesso ao Sul do estado do Mato Grosso, passando por Barra do Garças. “O apoio a essa demanda seria um ponta pé para organizarmos muita coisa”, afirmou.

Negócios e eventos

O professor Laudelino Guimarães, representante de Rio Verde, falou sobre as dificuldades do município (que, segundo ele, tem vocação para o turismo de negócios e eventos), em relação ao cancelamento da Tecnoshow Comigo, durante dois anos consecutivos. “Os prejuízos para a economia e turismo local, com a não geração de empregos diretos e indiretos, foram grandes”, lamentou. Ele também destacou a importância de eventos consolidados como a Exposição Agropecuária e a Festa da Queima do Alho, e o impacto causado à geração de empregos, com a suspensão deles logo no início da pandemia. 

De Santa Rita do Araguaia, Rodrigo Barbosa lembrou que o queijo cabacinha fabricado no município foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Goiás no início desse ano e celebrou a importância desse reconhecimento para a região. Já o secretário de Meio Ambiente e Turismo da cidade, Vandro Cláudio Lorenzi, lembrou que Santa Rita foi a primeira cidade banhada pelo Rio Araguaia, e que está situada a 60 km da nascente.

“Contamos com um terminal turístico e com a realização de eventos como o Boia Cross, festa junina, além de outras atrações. Temos um potencial muito grande. Temos dificuldades financeiras. Mas acreditamos que, com o apoio dos governos, vamos conseguir desenvolver um trabalho e mostrar esse potencial para os outros locais”, afirmou Vandro Lorenzi.

Sítios arqueológicos

O secretário de Cultura e Turismo de Serranópolis, Delídio Neri, disse que o município conta com mais de 40 sítios arqueológicos cadastrados. Ele relembrou a recente reunião com o presidente da comissão, ocorrida na semana passada, ocasião em que apresentou as demandas da cidade. O secretário também ressaltou a importância da sinalização. "Uma das grandes demandas diz respeito à GO-206, que vai para a pousada das Araras, a qual abriga os sítios arqueológicos. É um pequeno trecho de 7 km, sem pavimentação", informou.

Além disso, Delídio Neri comentou sobre os projetos cadastrados no Ministério do Turismo, relembrou das dificuldades da gestão, e ainda ressaltou o artesanato produzido no município, como importante para a geração de renda. Ao final, parabenizou os colegas, a importância do encontro e ressaltou a necessidade do planejamento para alcançar os objetivos. 

Reforço 

Por sua vez, ao contribuir com o encontro, o gerente de Estruturação de Destinos e Produtos Turísticos da Goiás Turismo, Luciano Guimarães, enfatizou a importância dos integrantes da região do Circuito Turístico Pegadas no Cerrado estarem reunidos, reforçou a qualidade dos destinos goianos, e convidou secretários e dirigentes para reunião na sexta-feira com a consultora do Sebrae. Luciano aproveitou para reforçar o convite para participarem, também, nos dias 6 e 7 de abril, de evento voltado ao fortalecimento do setor nesse período de pandemia, que irá acontecer de forma remota. 

Guimarães anunciou, ainda, que o município de Baliza será o mais novo integrante do Pegadas no Cerrado. Ele também reforçou a necessidade e a importância da profissionalização dos gestores à frente da gestão do turismo nos municípios e sugeriu que os projetos de reforma e construção de vias já prevejam, em seus termos de referência, a realização da sinalização turística.

Em sua intervenção, a atual presidente da Associação Turística Pegadas no Cerrado, Maria Luiza Silva Lima, aproveitou a oportunidade para sugerir o retorno do fórum dos municípios da região para reorganização, programação e discussão, além de tratar da busca por apoio das entidades e participação das lives. Por fim, o diretor de Marketing da instituição, Alex Martins Cardoso, ressaltou a importância do evento e agradeceu a iniciativa.

Circuito Pegadas no Cerrado

A região turística “Pegadas no Cerrado”, assim denominada no Mapa Brasileiro de Regionalização do Ministério do Turismo, conta com 12 municípios. São eles: Jataí, Mineiros, Santa Rita do Araguaia, Serranópolis, Chapadão do Céu, Rio Verde, Maurilândia, Turvelândia, Caiapônia, Piranhas, Paraúna e São Luiz de Montes Belos. Estão participando, ainda, como parceiras, Jussara e Portelândia.

O circuito conta com opções de turismo de aventura, ecoturismo, tecnologia e cultura, além de 27 trilhas. Riquezas naturais e culturais, como sítios arqueológicos, piscinas naturais, águas termais, oferta de hospedagem em charmosas e confortáveis pousadas e a tradicional culinária goiana completam o cardápio de atrativos.

Agência Assembleia de Notícias
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