Isso é Goiás: Catalão é o destaque dessa semana, da série publicada nas redes sociais do Parlamento goiano

Catalão, no Sudeste goiano, é um misto de história, tradição e cultura. E não é para menos: a cidade é uma das mais antigas do estado, tendo sido fundada na primeira metade do século 18. Uma das mais antigas manifestações culturais e religiosas realizadas em Goiás também é do município. Como se isso não bastasse, Catalão teve como morador um romancista e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). A cidade é mais uma retratada na série “Isso é Goiás”, nas redes sociais da Assembleia Legislativa.
Ao contrário da grande maioria dos municípios goianos, Catalão não está localizado em uma região de muitas belezas naturais. Mas isso não significa que ele seja desprovido de encantos, pelo contrário. A cidade conserva um riquíssimo patrimônio imaterial, presente nas manifestações culturais, em especial a Congada, mas, também, nas singularidades da história de sua formação. Isso sem falar na questão econômica, já que Catalão sempre teve vocação para ser um polo regional e uma das maiores potências do estado. Ainda hoje, tem o 5º maior Produto Interno Bruto (PIB) no ranking dos municípios goianos.
Contam historiadores que Catalão é um dos únicos municípios de Goiás, além de Formosa (Arraial dos Couros - 1749), cuja povoação teve início antes de 1800 e que não surgiu em função da existência de ouro. Mas a formação da cidade está relacionada à busca do metal precioso, já que o religioso que deu nome ao lugar fazia parte da “bandeira” comandada por Bartolomeu Bueno da Silva (o filho), que chegou ao estado pelo Rio Paranaíba.
Como se sabe, essas expedições visavam a captura de índios para a escravidão e a descoberta de novas minas, especialmente auríferas. Nessa viagem, a intenção era chegar ao Rio Vermelho, mas alguns integrantes do grupo, entre eles, Frei Antônio, natural da Catalunha, por isso apelidado de “O Catalão”, resolveram criar uma espécie de ponto de pouso e apoio na região próxima ao desembarque do Paranaíba. O local acabou virando centro de abastecimento das bandeiras e de outras pessoas que viriam ocupar Goiás e, naturalmente, ficou conhecido como pouso do Catalão, nome que continuou com a fundação do arraial, que depois se tornou vila e, anos mais tarde, cidade.
A partir de 1810, com a construção da igreja devotada à Nossa Senhora Mãe de Deus e a celebração de missas e festas religiosas, o então Arraial de Catalão passa por um processo mais rápido de crescimento. Mais tarde, já na condição de Vila, Catalão tornou-se sede da Comarca do Rio Paranaíba, que abrangia, também, os atuais municípios de Ipameri e Corumbaíba, e nessa época, integrava duas rotas comerciais que vinham da Corte para Goiás, uma com origem em Uberaba e, outra, em Araxá.
Foi no século 19 que teve início uma das mais antigas festas religiosas e culturais de que se tem registro em nosso estado: as Congadas. A manifestação misturava a devoção católica à Nossa Senhora do Rosário aos ritos africanos e era realizada por negros semi-libertos que chegaram a Catalão para o trabalho nas lavouras de café. Alguns afirmam que a celebração foi a forma encontrada por um negro, conhecido como Chico Rei, de agradecer por sua alforria. Ele começou e os outros seguiram o ritual, até que se tornou tradição.
Com o tempo, as Congadas e a Festa de Nossa Senhora do Rosário passaram a ser realizadas, anualmente, no segundo semestre, sendo que o ponto alto é o segundo domingo do mês de outubro, dia em que os ternos de congo saem em desfile pela cidade. Um grande espetáculo que reafirma a cultura e celebra o sincretismo e o respeito à liberdade de manifestação de diferentes povos.
Catalão é uma cidade que valoriza tanto a cultura, que é uma das poucas em Goiás que possui um museu: o Museu Cornélio Ramos, instalado na antiga Estação Ferroviária do município. Isso sem falar nas duas vezes em que o romancista e patrono da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras, Bernardo Guimarães, morou na cidade. Ele era juiz de direito e por duas ocasiões foi destacado para atuar na Comarca. Pelo menos em duas obras ele abordou detalhes da vida no município e de tipos que ali viviam: “O Índio Afonso” e o “Ermitão de Muquém”.
O município tem uma relação tão íntima com a cultura, que até na paisagem natural mais característica de Catalão, o morro de São João, ela se faz presente: também conhecido como Morro da Saudade ou Colina dos Poetas, lá se encontra o túmulo do poeta Ricardo Paranhos, conhecido nacionalmente, e a Capela de São João, tombada como Patrimônio Histórico, juntamente com o Morro.
Se você gostou da história de Catalão, acompanhe as redes sociais da Alego. Todos os domingos tem um lugar diferente nas postagens da série Isso é Goiás, que tem mostrado a diversidade de atrativos das cidades goianas. E até a rede você pode escolher: as publicações saem no Facebook, no Instagram e no Twitter.