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Crise hídrica e elétrica

09 de Agosto de 2021 às 12:30
Crédito: Carlos Costa
Crise hídrica e elétrica
Debate sobre medidas para minimizar a crise hídrica e possível crise elétrica em Goiás
Audiência pública promovida pela Alego, realizada nesta segunda-feira, 9, reuniu diversos especialistas para debater propostas para o enfrentamento da crise hídrica e elétrica em Goiás.

Diante do alerta de especialistas sobre a falta de água e desabastecimento das hidrelétricas e reservatórios, que tem gerado alerta de possíveis problemas com o fornecimento de energia pelo país e preocupação com o abastecimento de água no Centro-Oeste, o Parlamento goiano promoveu debate sobre o tema na manhã desta segunda-feira, 9.

Sob o comando do deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos), a audiência pública, no formato híbrido, teve lugar no auditório Solon Amaral da Casa de Leis. O evento também foi prestigiado de forma remota, pelo deputado Lucas Calil (PSD), que preside a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Parlamento goiano. 

Na oportunidade, Jeferson Rodrigues ressaltou a necessidade do debate sobre o assunto. "Infelizmente a maioria ainda não se atentou para o problema. É de suma importância a discussão sobre o tema para tomarmos providências”, afirmou.

Em sua fala, o deputado propôs encontros conjuntos e debete permanente com os envolvidos como Poder Público, prefeituras, produtores e sociedade civil em busca de soluções. “Todos temos que trabalhar de mãos dadas”, reafirmou. 

Trabalho constante

Também participou da reunião o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski. Ele comentou que a falta de água e desabastecimento das hidrelétricas e reservatórios é um tema que preocupa todo o país.

Soavinski explicou que o trabalho deve ser feito de forma constante e ressaltou a preocupação e empenho da atual gestão, desde seu início, com cuidado com o abastecimento. “Nosso trabalho vai das nascentes às torneiras. Embora tenha o alerta, estamos melhor que 2019, em função das providências adotadas. Esse ano, cremos que vamos passar bem, mas não dá para dar garantia”, informou o presidente da Saneago. 

O especialista institucional da Enel, Marcos Pavan, afirmou que a discussão é pertinente para toda a sociedade. Explicou, ainda, a atribuição da empresa no mercado energético. “Estamos na ponta da cadeia. A empresa tem atuado com ações de sustentabilidade, desenvolvimento, pesquisa e fortalecimento da estrutura de distribuição, presente em 237 dos municípios”, salientou. 

Pavan prosseguiu ao tratar da permanente discussão acerca da prestação de serviço. “As obras de planejamento não acontecem de um momento para o outro. A Enel tem feito um investimento de grande monta como nunca se fez em Goiás”, ressaltou, além de assinalar as campanhas de conscientização realizadas pela concessionária no combate ao desperdício de energia. 

Também participou do debate, Carlos Ximenes, especialista da área de regulação da Enel, que, de forma remota, contribuiu com esclarecimento acerca das bandeiras tarifárias e influência da crise hídrica. “As bandeiras criadas em 2015 para sinalizar o custo de geração de energia. O sistema facilitou o acompanhamento do consumidor. A Aneel é quem indica e publica mensalmente os valores das tarifas, que neste mês é de bandeira vermelha de patamar 2, que custa 17% da tarifa praticada em Goiás.

Já Marcos José Melo Neves, superintendente de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Goiás (Semad), assinalou o fato de que as questões climáticas afetam a gestão da água, e ainda abordou a relação entre água e energia, em função da geração energética. “A Semad vem tomando muito cuidado em relação a isso”, explicou. 

Neves reiterou ainda a importância de uma matriz de geração mais diversificada, voltada à segurança hídrica, ou seja, para que todos os usos tenham acesso de forma sustentável, e depende de diversas ações como barragens, políticas públicas de reserva da água no solo. 

Por fim, falou sobre a gestão de recursos hídricos, ao salientar os investimentos da pasta nas tratativas junto aos pequenos produtores rurais na bacia do Meia Ponte, com produção hortifrutigranjeiros. “Isso exige um trabalho de governança e de gestão de água, o que envolve o tratamento dado aos produtores. Vai muito além da questão econômica, é social também”, lembrou. 

União de esforços

O representante institucional da Associação dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) e do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (Idesa), Ary Soares, ponderou sobre o avanço de políticas públicas voltadas à produção. “Uma das preocupações é de como fazer a gestão de políticas públicas. Se não fizermos a gestão das águas pluviais, não vamos acabar com esses problemas”, afirmou Soares.

Por sua vez, o representante da Secretaria de Educação de Aparecida de Goiânia, Geanderson Pereira, tratou da importância do setor educacional no entendimento da população como um todo. “Porque é fundamental entender o quanto a formação do indivíduo começa a criar a ideia de economicidade com a água. A educação tem que estar envolvida para que as pessoas aprendam como tratar a água. O que vamos construir daqui para a frente”, ressaltou.

Também participou da reunião o diretor do Instituto Saga das Águas, Guido Araújo; representando o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seção Goiás, o membro do Conselho Nacional de Direito da OAB, Clarismino Luiz Pereira Júnior; vereador por Goiânia Clécio Alves; o presidente da Associação dos Consultores Ambientais de Goiás, Domingos Ganzer; o presidente da Agência Goiana de Regulação (AGR), Marcelo Oliveira; representando a Plataforma Verde Cerrado Valdivino Félix.

Agência Assembleia de Notícias
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