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Prevenção em saúde mental foi tema de audiência promovida por Mauro Rubem nesta segunda-feira, 15, na Alego

15 de Maio de 2023 às 13:20
Crédito: Carlos Costa
Prevenção em saúde mental foi tema de audiência promovida por Mauro Rubem nesta segunda-feira, 15, na Alego
Audiência pública sobre prevenção em saúde mental

Por iniciativa do deputado Mauro Rubem (PT), a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou nesta segunda-feira, 15, uma audiência pública com especialistas para debater o tema da “Prevenção em Saúde Mental”. O evento aconteceu no auditório 2, no andar térreo do Palácio Maguito Vilela, e contou com a participação de representantes de várias entidades, além de voluntários que abraçam essa causa. 

Além do deputado petista, fizeram parte da mesa das discussões o fundador e coordenador do Instituto Olhos da Alma Sã, o analista Jorge Monteiro; o representante do Centro de Valorização da Vida (CVV), Manuel Messias de Jesus; a advogada e coordenadora do núcleo jurídico do ‘Projeto Lar’, Beatriz Ferro Maia; e, ainda, a advogada e coordenadora do Projeto ‘Seja a Princesa que Salva a Si Mesma’, Sara Gabriela Alves da Costa. 

O deputado propositor da audiência abriu com uma fala breve alertando para o modo de vida que estamos construindo na modernidade. Ele destacou que nesses últimos anos a sociedade está assistindo à covid, à concentração de renda, ao trabalho escravo, à vulnerabilidade infantil, à violência contra a mulher, e ao individualismo, estamos vivendo um processo muito duro e uma sociedade que vem adoecendo cada vez mais, por isso, a importância em debater a saúde mental. 

Mauro Rubem afirma ser inaceitável uma mulher sobrecarregada, abandonada, ainda  ser responsável sozinha pelo  suprimento dos filhos, e defende  um sistema de distribuição de renda, afirmando ser o primeiro passo para aliviar os problemas atuais enfrentados pelas mulheres.  Ele também faz um apelo aos homens pelo fim da violência contra a mulher: “se os homens são parte do problema, eles também são parte da solução”, pondera. Ele ainda pontua que o papel do parlamentar é ajudar com dinheiro público, emendas e abrir o diálogo dessa causa para sociedade.

Especialistas falam em união para fortalecer a saúde mental

Em seguida, o analista Jorge Monteiro proclamou a existência de uma pandemia de saúde mental, momento em que assistimos a diversas crises de saúde mental. Segundo ele, de acordo com dados, o Brasil é o país com mais casos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. Então, “não conseguimos assistir todos que precisam, esbarramos numa burocracia horrorosa, mas precisamos atuar urgentemente em duas frentes: na prevenção e no tratamento. Precisamos de gente competente para cuidar e tratar esses doentes”, comentou.

“A nossa sociedade está estimulando as pessoas a serem agressivas, curiosamente uma sociedade cristã, mas não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo a nossa volta, pois o suicídio está se tornando cada dia mais comum. Falta diálogo, empatia, ninguém tem tempo, estamos vivendo um problema coletivo, assistindo milhares de afastamentos do trabalho devido ao adoecimento. Existe uma pandemia na área de saúde mental, não temos mais tempo para ficar apenas olhando, precisamos agir agora, juntos precisamos pensar em ações”, ressaltou. 

Monteiro destacou que “é preciso reunir forças entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário para ações mais contundentes, formando frentes e parcerias de entidades que buscam construir uma rede pela vida. É essa campanha que a gente precisa fortalecer. Cada vida salva é uma alegria. A melhor coisa que podemos colocar no nosso currículo é que lutamos para salvar vidas. Fico muito feliz que a gente esteja iniciando um movimento social,  que precisa ser de todos, para que possamos vencer essa pandemia de saúde mental”. 

Messias falou que o trabalho do CVV existe desde 1962, e, atualmente, a entidade tem 120 postos de atendimento com 4.200 voluntários. “Ao longo desses anos de voluntariado, pude perceber que “as pessoas não querem se matar, mas acabar com a dor que está dentro delas. Então tudo que elas precisam é de apoio constante, todo ser humano precisa de amor. A maioria das pessoas que estão emocionalmente abaladas usam uma máscara para dizer que está tudo bem, entretanto a vida vai perdendo o sentido” alertou. 

“Precisamos de mais voluntários para conseguir atender todas as pessoas que nos procuram”, comentou Messias ao falar do alto número de atendimentos realizados pelo CVV. 

Mulheres mostram sua força 

A advogada Beatriz disse que a pandemia revelou uma situação muito preocupante, a situação da violência doméstica contra a mulher. Para isso, foi criado o projeto LAR, onde no outro lado da tela está um profissional da psicologia e da área jurídica que abraçam a dor dessa mulher. São voluntários que abraçam essa causa e esse projeto, recebendo denúncias e, agora, estamos ampliando ao máximo a nossa rede de apoio. 

Já a médica Lisa Pena, da ‘Campanha Maio Furta Cor’, comentou que entre 15% a 20% das mulheres sofrem depressão após o parto e com a pandemia isso aumentou. Depois do parto, uma em cada 2 mulheres não conseguem voltar para o mercado de trabalho, mas 50% das mulheres sustentam o lar. Então é necessário tirar da maternidade esse romantismo que existe hoje, falou ela. 

“Muitas vezes a mulher cuida sozinha de tudo, precisa trabalhar para sustentar a família, educa sozinha, a responsabilização sobre a mulher é muito maior. Esse é um assunto de todos, inclusive deve ser pautado na política. Outro grande fator de risco para mulher nesse período é a falta do pai, a ausência de um companheiro, nem sempre o homem se responsabiliza pela gravidez”, revelou Pena. 

A última a fazer uso da palavra foi a advogada Sara Gabriela, que começou dizendo que os números mostram que “o Brasil é um país agressivo, matador de mulheres e ninguém precisa esperar que as nossas leis sejam capazes de mudar a sociedade. Infelizmente, acredito que é mais profundo, é preciso de uma mudança cultural, precisamos ser protagonistas da nossa própria história. Vamos seguir lutando por equidade, na construção de uma sociedade mais justa”, finalizou.

 

 

Agência Assembleia de Notícias
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