Deputados debatem conduta e atuação de colegas no Parlamento
O Plenário Iris Rezende foi palco de discussões parlamentares acaloradas na sessão ordinária desta quarta-feira, 8. O deputado Talles Barreto (UB) condenou o comportamento do deputado Mauro Rubem (PT) que, durante a reunião de ontem na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), teria desrespeitado os colegas.
No Pequeno Expediente, na sessão ordinária, Talles chamou a atenção de Mauro. “O deputado Mauro Rubem foi tudo contra o que ele prega. De repente, na comissão, Mauro Rubem chegou de forma desrespeitosa, deselegante e gritando com os parlamentares. Ele não teve consideração com as pessoas que estavam naquela comissão”, relatou Barreto, ao dizer que está decepcionado com o parlamentar petista.
Talles pediu para que seu colega, Mauro Rubem, não repetisse o mesmo erro e frisou que é importante discutir o que está acontecendo no Brasil e no mundo, mas de forma tranquila. “Além da guerra entre Israel e o Hamas, coisas importantes também estão acontecendo em Goiás, aqui na Capital”, argumentou.
Ainda na sua fala, ele reforçou que nenhum parlamentar pode ser desrespeitado. “Ninguém pode entrar em uma comissão, se julgar maior que os outros e falar alto, desrespeitando um companheiro”.
O deputado Mauro Rubem (PT) usou também o Pequeno Expediente, de forma remota, para comentar o discurso de Talles Barreto (UB), que o antecedeu na tribuna. "Quero aqui me desculpar pela forma como entrei na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) ontem. Não é do meu feitio, não é da minha prática. Mas o deputado sabe as circunstâncias que me fizeram tomar aquela atitude", disse Mauro. E explicou: "Ontem estávamos com a Casa cheia de pessoas da minha amizade, e essas pessoas foram impedidas de entrar nas galerias".
"Infelizmente essa situação da segurança não pode virar um problema político", continuou. Segundo ele, a impressão que fica é que algumas pessoas querem criar situações de restrições e proibições. "Criando um ambiente de irritação, discórdia e guerra", questionou.
Também no Pequeno Expediente, o deputado Fred Rodrigues (DC) elogiou a conduta do presidente em exercício, Clécio Alves (Republicanos), na presidência da sessão ordinária de terça-feira, 7, que contou com manifestações da galeria. Em seguida, o deputado fez coro ao discurso de Talles Barreto, que criticou a postura do colega Mauro Rubem, também na tarde de ontem.
“Apesar de todos os deputados terem o direito e o dever de fazerem a defesa de seus valores e princípios, você não pode xingar, não pode entrar na CCJ xingando um deputado”, argumentou. Ao fim de seu discurso, Fred Rodrigues questionou sobre qual seria o limite para a conduta na Alego. Em momento posterior, em uma questão de ordem ainda em Plenário, o parlamentar teceu críticas à imprensa da Casa, responsável pelo conteúdo do Portal da Alego. Rodrigues questionou a não publicação de alguns discursos em tempo real pela equipe de imprensa da Alego. Por fim, o deputado disse que “todo parlamentar que discursar da tribuna da Casa, esse deve constar no nosso site”, destacou.
O deputado Coronel Adailton (Solidariedade) corroborou as falas de Talles Barreto sobre a situação ocorrida durante a CCJ de terça-feira, 7, que envolvia os deputados Mauro Rubem, Talles Barreto e o próprio Adailton. “Eu também me senti desrespeitado. O desrespeito não envolve somente o deputado Coronel Adailton, porque eu saí da sessão com tranquilidade para ajudar a questão apresentada pelo nobre deputado Mauro Rubem”, colocou, ao acrescentar que Talles Barreto agiu da forma que entendeu ser correta.
Adailton afirmou que, enquanto qualquer comissão estiver em funcionamento dentro da sala das comissões, o mínimo que os colegas têm que ter é respeito pelos parlamentares. “E é o que não houve por parte do deputado Mauro Rubem. Foi clara a fala do deputado Talles Barreto. Ele [Mauro Rubem] chegou na comissão gritando, fora de qualquer condição de um exercício parlamentar que tenha dignidade e o mínimo de educação”, desabafou.
Ele, por fim, reforçou que, como em qualquer lugar, na Assembleia Legislativa também existem regras. “Aqui é a Casa do povo. Qualquer pessoa que chegar para assistir a sessão, está autorizada, desde que cumpra as regras”, colocou. “A Casa precisa funcionar com regras, e elas precisam ser cumpridas”, acrescentou, ao assinalar que os 41 deputados precisam ser exemplos de educação e de atuação no Parlamento.