Agenda cultural cheia em 2023

Ao longo de 2023, a Assessoria Adjunta de Atividades Culturais da Diretoria de Cultura, Esporte e Lazer da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) colaborou e promoveu mais de 60 eventos. Juliano Santana, diretor de Cultura da Casa, conta que o sentimento é de missão cumprida. “A Diretoria de Cultura, Esporte e Lazer com apoio total do presidente Bruno Peixoto (UB) e dos servidores atingiu o objetivo, que era de trazer a população para dentro da Assembleia legislativa. A Casa nunca foi tão movimentada, tão visitada, não permaneceu um dia sequer sem promover alguma atividade cultural ou esportiva”.
Para dar início às atividades da 20ª Legislatura, a assessoria promoveu, no dia 15 de fevereiro, uma ocupação cultural em referência às celebrações do Carnaval. Grupo de percussionistas percorreu em cortejo as dependências da Alego em direção ao Plenário Iris Rezende. Participaram da apresentação integrantes da Associação Coró de Pau, do bloco Negroides Baque do Cerrado, da banda afro Visual Ilê, do bloco Não é Não e do Circo Laheto, além da cantora Thainá Janaína, que encerrou o cortejo no Plenário.
Outro evento marcante foi o Seminário Estadual de Políticas Culturais - Sistema Nacional de Cultura, Lei Paulo Gustavo e outros editais, no dia 1º de junho, com o intuito de capacitar gestores municipais e profissionais da área para o acesso aos recursos da referida legislação.
A chefe da seção de Atividades Culturais do Parlamento goiano, professora Ana Rita de Castro, conta que a iniciativa do seminário surgiu após conversar com representantes do Ministério da Cultura (MinC). “A pasta afirmou que tem dificuldades em estabelecer e manter contato com os municípios. Aliando esse cenário à recente regulamentação da Lei Paulo Gustavo nasceu o Seminário Estadual de Políticas Culturais”.
Sucessos
A exposição “A Cor Preta e o Poder” também abrilhantou as atividades culturais do Parlamento. As obras de artes foram expostas no saguão principal, e retrataram a força e a representatividade da pessoa negra na sociedade. O objetivo foi levar o público a refletir sobre a igualdade social, o preconceito racial e a importância do respeito, independentemente de raça e cor. A exposição ocorreu entre os dias 14 e 18 de agosto.
Muito bem recebido pelo público, a primeira edição do Festona, Festival de Teatro Ocupa Novo Ato ocorreu entre os dias 8 e 17 de setembro e trouxe shows e oficinas com companhias de várias partes do Brasil e a participação especial do grupo Evoé Teatro, de Lisboa para dentro do Palácio Maguito Vilela. O festival teve um cunho social, já que a entrada para as atividades foi um quilo de alimento não perecível, posteriormente doado a famílias carentes.
Ana Rita de Castro explica que, além de palco para os artistas, o espaço cultural da Alego também tem divulgado eventos que estão acontecendo na cidade. “A Casa hoje quer ser parceira da arte e dos artistas”.
As comemorações do Dia Internacional do Idoso, celebrado anualmente no dia 1º de outubro, trouxeram notoriedade ao Parlamento goiano. A Alego recebeu a Associação Voz e Violão Flores do Cerrado para um momento de cultura e entretenimento, com clássicos da música sertaneja.
A associação tem por objetivo ensinar conhecimentos básicos sobre música, sobretudo violão e técnicas vocais às pessoas com mais de 60 anos. O evento ocorreu simultaneamente com a feirinha de artesanato e foi uma oportunidade de oferecer visibilidade às atividades desenvolvidas por pessoas idosas.
O presidente da Comissão de Atenção à Pessoa Idosa, deputado Ricardo Quirino (Republicanos), marcou presença no evento cultural e parabenizou a iniciativa da Alego e a associação pelo trabalho desenvolvido com os idosos.
Almoço cultural
Com sete edições realizadas ao longo do ano de 2023, o Projeto Almoço Cultural trouxe apresentações de cantores de diversos gêneros para a Alego. O programa é uma parceria da Casa com o Instituto Olhos da Alma Sã, dentro do Projeto Itinerante Campanha Pela Vida, cujo objetivo é ajudar pessoas em situações de vulnerabilidade emocional, não apenas no consultório, mas também em festivais culturais promovidos a cada mês na capital.
A iniciativa, reconhecida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e liderada pelo psicólogo e músico Jorge Monteiro, atua como uma organização não governamental (ONG) na realização de atendimentos psicológicos em todo o País, nos modelos remoto e presencial.
Ana Rita de Castro afirma que o projeto alia arte, cultura e música e coloca em pauta a discussão sobre saúde mental. “O projeto foi muito bem recebido pelos servidores, ganhamos vários elogios, as pessoas nos abordam e relatam que a música aliviou o coração delas, a rotina, que ficaram mais alegres. Esse feedback deixa evidente que estamos alcançando nossos objetivos”, conta a chefe da seção de Atividades Culturais.
Emoção
O recital de música erudita “Ave Maria da Amazônia”, um dueto de canto e piano com as musicistas Madalena Aliverti no soprano e Adriana Azulay, no piano foi uma das cerimônias que emocionou a plateia do Auditório Carlos Vieira em 2023. A apresentação nasceu da vontade das artistas de levar a música erudita paraense para o público. O concerto teve inspiração nas composições das festas tradicionais católicas da região, como o Círio de Nazaré. “Apresentação é muito rica de cultura, fé, e talento musical, fiquei muito tocado”, afirma o servidor Gilberto de Oliveira, que acompanhou o concerto.
Desatacando as artes visuais, a exposição “Onde Eu Tô”, do artista goiano Alex Katira, decorou o saguão da Alego entre os dias 25 de outubro e 15 de novembro. A mostra contou com 16 obras que retratam a cultura popular, comunidades periféricas, violeiros e aldeias indígenas.
Katira destacou que as inspirações para as obras vieram de suas andanças, pois, desde criança, participa de rodas de catira e terreiros de religiões de matriz africana. Ele lembrou que foi palhaço das Folias de Reis, experiência que também o inspirou.
Promovendo a literatura, registra-se o lançamento do livro "Clarice Lispector em G.H.: caminhos para a hipermodernidade", que agregou de forma marcante o calendário de eventos da Alego. A obra, escrita pelos professores José Carmênio Barroso Júnior e Maria Aparecida Rodrigues, propõe uma reflexão sobre o "espaço intersticial" entre modernidade e hipermodernidade, explorando temas como o hiperindividualismo, hipernarcisismo e a desconstrução da identidade na sociedade contemporânea.
Os autores exploram a complexidade da narrativa de Clarice Lispector, dona de uma das obras mais instigantes da literatura brasileira e que chegou a ser cogitada para receber o prêmio Nobel de Literatura.
Ana Rita de Castro destaca a satisfação em sediar o evento. “A Casa é um espaço para acolher o conhecimento, a ciência e a literatura”. Parte dos recursos arrecadados com a venda dos livros foi destinada ao Centro de Trabalho Comunitário CTC-CD Casa de Deus, entidade religiosa que atende famílias em situação de vulnerabilidade social em Goiânia.
Ao fazer um balanço das atividades realizadas durante o ano, Juliano Santana ressalta que a Alego promoveu cultura em todas suas vertentes: música, artes plásticas, fotografia, esportes, teatro, dança e outros. “Em 2024 temos a missão de superar esse ano, e isso será um grande trabalho, levando em consideração tudo que realizamos em 2023”, conclui.