A edição do Programa Visão da Política, da TV Assembleia Legislativa, desta quarta-feira, 27, traz o juiz de direito Aldo Guilherme Saad Sabino de Freitas como entrevistado. O magistrado tratou dos avanços da inteligência artificial no Judiciário e do atual cenário da justiça brasileira, em uma conversa com a jornalista Monalisa Carneiro. Em um segundo momento, Aldo relembrou o histórico da rebelião do antigo Cepaigo, na década de 1990, quando esteve entre os reféns naquela ocasião.

Durante a entrevista, Aldo Sabino apontou os usos e aprimoramentos da inteligência artificial (IA) no dia a dia do Poder Judiciário em Goiás. Ele relatou que os avanços se aprofundam com o desenvolvimento das ferramentas de IA, em especial quanto à celeridade dos trâmites. Se a princípio eram utilizadas em momentos iniciais dos processos, como leituras e petições, hoje a expertise já permeia a produção de relatórios e, até mesmo, decisões dos magistrados.

Entretanto, ponderou o entrevistado, a IA deve ser sempre utilizada com cautela e supervisão. Ele afirmou que, conforme aprofunda em pontos mais interpretativos e sensíveis, a inteligência artificial adentra questões éticas. Aldo destacou o papel do magistrado nessa intermediação, defendendo que o cuidado por parte dos operadores do direito é essencial para uma conduta isenta e que se utilize das inovações sem prejuízo do fator humano dos julgamentos.

Quando perguntado a respeito dos desafios para o atual cenário da justiça brasileira, Aldo Sabino elencou que a demora nos julgamentos segue como maior barreira a ser superada. Para o jurista, a universalidade no atendimento, princípio constitucional brasileiro, apesar de positivo, produz um grande volume de processos. Com isso, a estrutura de pessoal do Judiciário fica sobrecarregada, impedindo, por vezes, que as decisões sejam eficientes. Para o magistrado, a IA vem para contribuir significativamente para melhorias, mas defende que a qualidade das decisões deve vir antes da velocidade dos julgamentos.

Em outro momento da conversa, Monalisa Carneiro discutiu os dias de tensão durante a rebelião do Cepaigo, quando Aldo foi um dos reféns mantidos sob a custódia de Leonardo Pareja e de outros presos. O então acadêmico de direito fazia uma visita ao presídio em Aparecida de Goiânia, acompanhando seu pai, o desembargador Homero Sabino, quando teve início a rebelião, em 1996.

O magistrado afirmou ter tirado diversas lições do ocorrido e que os aprendizados pessoais e profissionais vão além dos traumas. Ele destacou a evolução do sistema prisional, apontando melhorias nas condições dos internos e na estrutura que abriga os detentos como primordiais à segurança de todos.

O Visão da Política vai ao ar nesta quarta-feira, 27, após a sessão plenária. O programa é transmitido pelos canais 3.2 da TV aberta, 8 da NET Claro e 7 da Gigabyte Telecom, além de ser exibido no site oficial do Parlamento estadual e no canal da Alego no YouTube.