Pesquisador fala de impactos causados por agrotóxicos no Brasil
Médico e doutor na área de toxicologia, o professor Wanderlei Pignati palestrou na audiência pública que debate, nesta quinta-feira, 7, na Assembleia, sobre a campanha mundial contra os agrotóxicos. Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Pignati é pesquisador do assunto na região Centro-Oeste.
Professor na Universidade Federal do Mato Grosso, há dez anos ele estuda os impactos do agronegócio na saúde coletiva. Em sua apresentação, Pignati falou sobre os impactos do agronegócio e dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente. Apresentou dados sobre o avanço da monocultura no Brasil e os processos empregados, desde o desmatamento, a indústria da madeira, a produção pecuária, até a agroindústria.
O pesquisador apresentou dados e estatísticas sobre o uso dos agrotóxicos nestas atividades e a relação da ocorrência doenças humanas e danos ambientais com o uso desses produtos.
Pignatti questionou a confiabilidade do uso seguro dos agrotóxicos, um aparato de normas e procedimentos que mesmo se contasse com estrutura para seu funcionamento ideal, ainda assim não garantiria o manejo absolutamente seguro. “O trabalhador que está passando o agrotóxico pode estar protegido com todos os equipamentos de proteção individual (EPIs), mas e o ambiente? Vai colocar EPI nas outras plantas? Querem matar os insetos, o fungo, a erva daninha. Então teria de colocar EPI nos outros animais, como no peixe e no cavalo.”
Segundo Wanderlei, além disso, os resíduos vão sair na água, depois na chuva, vão ficar no ar, vão para o lençol freático e acabam contaminando o ser humano. “Analisamos o leite materno de 62 mulheres em Lucas do Rio Verde (MT), 20% das nutrizes amamentando no ano passado. Todas as amostras revelaram algum agrotóxico. Mas o que mais deu nessas amostras é um derivado de DDT, que se usava na agricultura até 1985 e na saúde pública, até 1998, para combater a malária.”
O professor defendeu ainda a viabilidade da produção sem agrotóxico mesmo para a agroindústria. “Se você partir do sistema e começar a substituir a semente, sair desse domínio da semente, lógico que é viável, em grande escala. Como acontece em Sertãozinho (SP), o maior produtor de açúcar orgânico do mundo. Eles exportam 99,9% dos produtos para União Europeia”, defendeu.
A audiência está sendo realizada no Auditório Costa Lima e é uma iniciativa do presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Mauro Rubem (PT) em parceria com a Via Campesina, uma organização internacional de camponeses.
Professor na Universidade Federal do Mato Grosso, há dez anos ele estuda os impactos do agronegócio na saúde coletiva. Em sua apresentação, Pignati falou sobre os impactos do agronegócio e dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente. Apresentou dados sobre o avanço da monocultura no Brasil e os processos empregados, desde o desmatamento, a indústria da madeira, a produção pecuária, até a agroindústria.
O pesquisador apresentou dados e estatísticas sobre o uso dos agrotóxicos nestas atividades e a relação da ocorrência doenças humanas e danos ambientais com o uso desses produtos.
Pignatti questionou a confiabilidade do uso seguro dos agrotóxicos, um aparato de normas e procedimentos que mesmo se contasse com estrutura para seu funcionamento ideal, ainda assim não garantiria o manejo absolutamente seguro. “O trabalhador que está passando o agrotóxico pode estar protegido com todos os equipamentos de proteção individual (EPIs), mas e o ambiente? Vai colocar EPI nas outras plantas? Querem matar os insetos, o fungo, a erva daninha. Então teria de colocar EPI nos outros animais, como no peixe e no cavalo.”
Segundo Wanderlei, além disso, os resíduos vão sair na água, depois na chuva, vão ficar no ar, vão para o lençol freático e acabam contaminando o ser humano. “Analisamos o leite materno de 62 mulheres em Lucas do Rio Verde (MT), 20% das nutrizes amamentando no ano passado. Todas as amostras revelaram algum agrotóxico. Mas o que mais deu nessas amostras é um derivado de DDT, que se usava na agricultura até 1985 e na saúde pública, até 1998, para combater a malária.”
O professor defendeu ainda a viabilidade da produção sem agrotóxico mesmo para a agroindústria. “Se você partir do sistema e começar a substituir a semente, sair desse domínio da semente, lógico que é viável, em grande escala. Como acontece em Sertãozinho (SP), o maior produtor de açúcar orgânico do mundo. Eles exportam 99,9% dos produtos para União Europeia”, defendeu.
A audiência está sendo realizada no Auditório Costa Lima e é uma iniciativa do presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Mauro Rubem (PT) em parceria com a Via Campesina, uma organização internacional de camponeses.