Vídeo mostra realidade do tráfico de mulheres durante audiência pública
Durante a audiência pública "Tráfico de Mulheres - Superando a Situação de Vítima, Conquistando Autonomia", que acontece na manhã desta quinta-feira, 11, na Sala Solon Amaral da Assembleia Legislativa, a professora Aldevina Maria dos Santos apresentou um vídeo realizado pelo Núcleo de Pesquisa e Investigação sobre Gênero (NIG-PUC-GO) e sob sua coordenação.
O documentário denominado “Encantos e Desencantos da Rede” abordou o processo do tráfico, desde o reconhecimento de uma necessidade da mulher em mudar de vida até o sofrimento em um país distante. Opiniões de especialistas e estatísticas também foram apresentadas, como os dados apontando que o tráfico de mulheres movimenta 9 bilhões de reais por ano no País e que uma mulher pode custar até 30 mil dólares para um traficante.
Aldevina relatou que o vídeo faz parte dos resultados da pesquisa “Tráfico de Mulheres em Goiânia: Olhares sobre as Necessidades das Mulheres Traficadas". O estudo foi elaborado por alunos, professores e técnicos no ano de 2007 e executado de 2008 a 2010, visto a observação que o Estado tem um número significativo de mulheres inseridas no tráfico. O objetivo era descrever e compreender o tráfico em Goiânia e os arranjos institucionais para o atendimento às vítima.
Foi observado nos resultados da pesquisa que é preciso ser mais investigado os casos em que muitas mulheres vítimas acabam se tornando aliciadoras; o perfil dessas mulheres como, de uma forma geral, jovens e de classe baixa; e o atendimento prestado pelas instituições da Capital às mulheres em tal situação ainda está em fase de implementação, com destaque para a criação e estruturação do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em Goiás (NETP-GO).
A professora e coordenadora da pesquisa, apresentou ainda, a metodologia utilizada, a trajetória das investigações sobre o tráfico de pessoas e fundamentação conceitual.
Após as exposições, a coordenadora no Núcleo, Nelma Pontes, esclareceu que o tempo restante da audiência pública não será suficiente para discutir todas as questões. Por isso, convidou a todos para prosseguir os debates no dia 28 de agosto, quando será realizada uma reunião sobre o decreto de criação do Núcleo, do Comitê e o Plano Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.