Assembleia cria comissão para investigar denúncias da Operação Poltergeist

A comissão de sindicância será composta por três procuradores do quadro de servidores estáveis da Assembleia Legislativa e por três parlamentares: Helio de Sousa (DEM), Humberto Aidar (PT) e Luiz Carlos do Carmo (PMDB). O grupo vai acompanhar a investigação e deverá se manifestar oficialmente dentro de 60 dias após o recebimento dos autos do Ministério Público.
“A comissão vai acompanhar a investigação tão logo receba cópia dos autos do Ministério Público. Ainda não temos muitas informações sobre o teor da investigação. Não tivemos acesso aos documentos até o momento e não sabemos a extensão do que aconteceu. A Assembleia Legislativa reforça seu compromisso com a transparência e vai auxiliar no que for necessário”, argumentou Helder Valin.
O presidente disse ainda que todos os servidores da Assembleia Legislativa serão obrigados a realizar recadastramento. A medida será implementada nos próximos dias e vale tanto para efetivos quanto comissionados. Para Helder Valin, a ação vai permitir identificar desvios e auxiliará na sindicância instaurada pela Mesa Diretora.
Helder Valin também informou aos jornalistas o afastamento temporário do diretor-geral da Assembleia Legislativa, Milton Campos, durante as investigações do Ministério Público. O cargo será ocupado interinamente pela procuradora Maria Verônica de Azevedo.
DANIEL MESSAC
Durante a entrevista coletiva, Helder Valin informou que conversou com o deputado Daniel Messac (PSDB), cujo gabinete foi alvo da investigação do Ministério Público. O presidente confirmou que o parlamentar aguarda cópia dos documentos para se manifestar publicamente sobre a Operação Poltergeist.
“Conversei com o deputado Daniel Messac hoje. Ele me informou que vai realizar um pronunciamento na Assembleia Legislativa no mais tardar até a próxima quinta-feira”, disse o presidente.
Colaboração
A Operação Poltergeist foi deflagrada pelo Ministério Público na manhã desta terça-feira,1º. Os promotores investigam a existência de um esquema de licitações dirigidas, desvio de recursos públicos, funcionários fantasmas e nepotismo cruzado entre Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Goiânia.
Em entrevista coletiva, o procurador-geral de Justiça Lauro Machado disse que a Operação Poltergeist foi focada na existência de servidores que recebiam salário sem trabalhar, fraudes na prestação de contas da verba indenizatória de gabinetes e apropriação indevida de percentual da remuneração de comissionados.
Lauro também destacou a colaboração da presidência da Assembleia Legislativa. O procurador-geral observou que as diligências efetuadas hoje pelo MP foram acompanhadas pela presidência do Legislativo estadual. “Esta não foi uma ação contra o Poder Legislativo. Na verdade, ela pode ser vista como uma oportunidade para que a instituição aprimore sua transparência”, enfatizou.
Ele esclareceu na coletiva que, assim que for oferecida a denúncia criminal no caso, o MP vai requerer o compartilhamento de provas com a Assembleia Legislativa e com a Câmara Municipal de Goiânia, para as providências administrativas cabíveis.