Executivo veta projeto que obriga instalação de piso tátil em banheiros públicos
Tramita no Parlamento goiano veto integral, assinado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), ao autógrafo de Lei nº 275, de 2023, oriundo do projeto de lei nº 4632/20. De autoria do deputado Talles Barreto (UB), a iniciativa visa a instalação obrigatória de piso tátil em banheiros públicos em Goiás, a fim de que os deficientes visuais possam acessar e utilizá-lo, independentemente de auxílio de outrem.
Protocolada sob o nº 1209/23, a proposta de veto do Executivo goiano, entretanto, apresentou como uma das razões do veto a recomendação da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO), sob argumento de que “a efetivação da proposta geraria a criação imediata de despesa estatal, na medida em que haveria a necessidade de adaptação dos banheiros existentes nos edifícios públicos do Estado de Goiás destinados ao uso coletivo”.
Desse modo, o veto afirma que “a proposição legislativa deveria estar instruída com a estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro”. A PGE evidenciou, ainda, conforme a matéria, “a inconstitucionalidade do projeto” devido à violação ao caput do artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal, bem como aos artigos 14 a 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“Segundo a PGE, o Supremo Tribunal Federal (STF) firmou jurisprudência para declarar que a ausência da elaboração de estudo de impacto orçamentário e financeiro, quando essa estimativa se faz necessária à instrução do projeto, resulta na inconstitucionalidade formal da proposta pela violação ao art. 113 do ADCT”, pontua.
O texto ressalta que nesse sentido está o julgamento do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 6.303. “Tem-se que as ações necessárias à adequação física suscitada, tanto nas edificações existentes como naquelas em processo de construção, teriam que incluir planejamento prévio, desenvolvimento de estudos e projetos técnicos, além de obras de reforma e adaptação, o que evidencia a necessidade da referida estimativa de impacto”, frisa.
O veto encontra-se em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), sob relatoria do deputado José Machado (PSDB).