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Em ação do Setembro Verde, Casa sedia o simpósio “Nem toda deficiência é visível”, ao longo desta 4ª-feira, 20

20 de Setembro de 2023 às 13:07
Crédito: Carlos Costa
Em ação do Setembro Verde, Casa sedia o simpósio “Nem toda deficiência é visível”, ao longo desta 4ª-feira, 20
Simpósio com o tema "Nem toda deficiência é visível"

Com o intuito de dar prosseguimento às ações que pautam o Setembro Verde, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) promove, ao longo desta quarta-feira, 20, no auditório 2, o simpósio "Nem toda deficiência é visível". A iniciativa é da deputada Rosângela Rezende (Agir) e tem por objetivo colocar em evidência as deficiências invisíveis, como as condições de saúde mental, doenças crônicas e outras, que não são compreendidas ou reconhecidas adequadamente. 

Antes de iniciar as discussões, o autista e cantor Murilo, que compõe o grupo Naia, entoou uma variedade de músicas, surpreendendo e alegrando a plateia. Após a apresentação, foi concluída a primeira mesa dos trabalhos que contou com a participação do presidente da sigla Agir, Fernando Meirelles; da secretária de Projetos Especiais da Alego, vinculada à Procuradoria Especial da Mulher, Cristina Lopes Afonso; da advogada, escritora e servidora pública do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Liliane Costa; e ainda, da vereadora por Goiânia, Sabrina Garcez. De acordo com a programação, depois dessa primeira mesa, o evento segue com palestras de especialistas, sendo as duas primeiras com as psicólogas Raquel Magalhães e Maria Paula Chaim.  

Ao abrir o evento, a deputada Rosângela Rezende disse que as deficiências ocultas estão em todos os lugares e que o poder público precisa abrir caminhos para avançar com o diagnóstico tardio das deficiências invisíveis. Segundo ela, é necessário construir um espaço que possa lançar luz para esses problemas. Por isso, existem vários projetos na Casa tramitando com esse teor. A intenção é que a legislação possa garantir resultados concretos, dando voz a esse grupo. “É um assunto que precisa ser bem difundido na sociedade”, conclamou a parlamentar.

O segundo a fazer seu discurso foi Fernando Meirelles, presidente do Agir. Ele falou que o seu partido é o único do qual se tem notícias de contar com um parlamentar autista e trabalha buscando construir políticas públicas voltadas para essa causa. “Numa das reuniões que ele promoveu, conheci três mulheres que relataram algo que me assustou muito, que é a quantidade de pais que abandonam a família por não suportarem uma árdua rotina diária. Então, quem tem voz precisa colocar essa discussão em pauta. Fiquei sensibilizado e chorei com os relatos”, comentou. 

Em seguida, a terceira a fazer uso da palavra foi a secretária Cristina Lopes. Ela abriu seu discurso dizendo que “esta é uma manhã de imensa emoção por se tratar de uma causa que carrego há muitos anos. Tenho uma irmã com autismo e cresci nesse mundo. Precisamos oferecer políticas públicas que de fato respeitem e valorizem as diferenças de cada ser humano. Dizem que Deus dá a todos uma estrela, uns fazem da estrela um sol e outros não conseguem nem vê-la, mas desejo que possamos mesmo é ser luz e levar luz para fazer a diferença para essas pessoas, buscando construir uma sociedade mais justa e igualitária”. 

Relatos

Na sequência, a escritora Liliane Gonçalves da Costa Pina, escritora e autora do livro ‘Aconteceu com Meu Filho’, trouxe um relato de superação da automutilação e do suicídio. Ela observou que os transtornos mentais não são visíveis e que, em mais de 90% dos casos, a pessoa que comete o autoextermínio possui algum transtorno mental. Diante disso, a escritora trouxe relatos de jovens que tiraram a vida pelos mais variados motivos. 

“O suicídio nada mais é do que o resultado de um longo sofrimento psíquico, sendo uma solução permanente para um problema temporário. É preciso dar espaço ao jovem para que ele fale sem ser julgado. Cabe a nós criarmos uma rede de apoio para fortalecer aqueles que estão passando por essas dificuldades.  Nossos jovens estão gritando e pedindo por ajuda, e felizmente meu relato é de superação, mas tudo isso começou com bullying na escola, seguido de uma depressão. Então a gente precisa falar das deficiências invisíveis, das doenças mentais, questões invisíveis ao exame clínico. Trago essa história pessoal com a intenção de auxiliar muitas outras mães”, compartilhou a escritora.

Por fim, a vereadora Sabrina Garcez foi convidada a se pronunciar. Ela revelou que “parte das nossas causas também nascem das nossas vivências. Essa pauta da deficiência invisível nasceu dentro da minha casa. Tenho primos que passaram por isso ainda na adolescência e não conseguiram fazer um diagnóstico precoce para ter acesso a um tratamento adequado. Por tudo isso, dedico meu mandato para promover conscientização e dar maior visibilidade para essas pessoas”, destacou.

O evento se estende na parte da tarde, trazendo palestrantes que vão abordar as questões legais que envolvem esse grupo de pessoas com deficiências invisíveis. No período vespertino, vai ser abordado pela advogada Elys Marina a temática “Direito Médico e Saúde para Pessoas com Deficiência - Demandas e Judicialização”.     

 

Agência Assembleia de Notícias
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