Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Assembleia Legislativa de Goiás realizou nesta quinta-feira, 7, no auditório 2 da Escola do Legislativo, palestras, apresentações musicais e orientação à saúde voltadas ao público feminino.

Promovida pela Assessoria Adjunta de Atividades Culturais, a programação, no período vespertino, começou com o evento "Mulheres na Política". A roda de conversa foi composta pelas deputadas estaduais Bia de Lima (PT) e Rosângela Rezende (Agir); pelas deputadas federais Adriana Accorsi (PT) e Marussa Boldrin (MDB); pela secretária de projetos especiais da Procuradoria da Mulher, Cristina Lopes; a ex-senadora Lúcia Vânia (PSB); a superintendente da Secretaria de Igualdade Racial, Rosi Guimarães; a procuradora de Justiça Villis Marra; a advogada e secretária-geral da Comissão da Mulher Advogada da OAB Seção Goiás, Sirley Oliveira; da vereadora da Cidade de Goiás Elenizia da Mata (PT) e da presidente da Federação das Mulheres do Estado de Goiás, Lucilene Barros.

Debate

Durante o evento, o destaque foi para o empoderamento feminino e também para o ciclo da violência contra a mulher, em Goiás.  Relatora da Lei 11.340 de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, a ex-senadora Lúcia Vânia destacou a relevância da lei no combate à agressão sofrida pelas mulheres. Ela frisou, ainda, a oportunidade de reunir todas as mulheres em prol de um objetivo. “Hoje é um dia crucial para fazermos uma reflexão sobre as nossas conquistas e os novos desafios”.

“Falta de coragem nunca foi a nossa questão, sempre tivemos muita. Nós temos muita coragem para dar conta da vida dura, que cada uma enfrenta todos os dias. Tivemos que ter muita coragem para, muitas vezes, criar nossos filhos sozinhas”, enfatizou Bia de Lima ao dizer que as mulheres ainda precisam ocupar mais espaços.

Já a deputada Rosângela manifestou felicidade ao ver tantas mulheres unidas e na luta pelos seus direitos. “Estamos na luta por representação e aqui temos pessoas que são exemplos na política, nessa troca positiva de energia e de saberes, nesse grandioso encontro. Me sinto grata em participar”, pontuou.

“Nós temos sim o que comemorar, mas falta muito o que caminhar. Nós precisamos de igualdade e precisamos ser respeitadas. Precisamos também de uma política nacional de combate ao feminicídio”, comentou Adriana Accorsi.

A gestora da Secretaria Adjunta de Atividades Culturais, Ana Rita de Cássia, pontuou a importância das mulheres na política. “Este mês de março é dedicado à luta e às pautas femininas. Nós unimos várias instituições para defender este assunto importante”, ressaltou.

Cristina Lopes comentou a resiliência das mulheres ao longo da vida. “É um tema que precisa urgentemente ser trabalhado, porque nós temos mais mulheres na população e poucas delas estão na política. Temos que tomar decisões e, enquanto nós não estivermos unidas, viveremos esse desequilíbrio social”, esclareceu.

Um dos temas centrais do debate foi a escalada da violência contra a mulher, seja física, emocional, patrimonial e sexual. Para as participantes, a agressão não é mais somente um problema de segurança pública. Passou a ser igualmente de saúde e trabalhista, pois mulheres são agredidas, mutiladas, desfiguradas e abaladas psicologicamente. Além disso, segundo elas, muitas mulheres sobrevivem à tentativa de feminicídio e são obrigadas a se afastar do emprego sob atestado ou chegam a pedir demissão. Essas situações a jogam, abruptamente, na estatística do desemprego e até em situação de rua e acaba alimentando o ciclo de violência.

Saúde

Em paralelo ao debate político, aconteceu uma palestra com o tema "Sinais e Sintomas das Disfunções Sexuais e Urinárias". O objetivo é cuidar da saúde íntima feminina das servidoras da Casa. A fisioterapeuta pélvica Fabiana da Silveira ministrou as orientações. “Nós vamos trabalhar a saúde íntima. É importante fazer exames para prevenir doenças como câncer de colo de útero e sexualmente transmissíveis”.

A programação do evento teve início no período da manhã desta quinta-feira, 7. Veja aqui os eventos do período matutino.